Capítulo 03
Sunghoon estava no supermercado do prédio para encher seu armário novamente, já que os bebês pareciam passar fome na casa dos pais de Kimberly antes dela os entregar para ele. Os meninos estavam no carrinho que o Park ganhou da irmã de Sunoo que também tinha filhas gêmeas e já estavam grandes demais para andarem naquele carrinho, e é claro que ele aceitou de bom agrado. Havia feito uma lista de compras e agora estava procurando pelos produtos com um bebê dorminhoco e outro que parecia sempre estar incomodado com alguma coisa, e Sunghoon já não sabia mais o que fazer para Jake parar de resmungar dentro do carrinho. Já tinha tirado suas meinhas várias vezes, arranhou um pouco seu rosto por causa das unhas estarem crescendo, rejeitou a chupeta e deu alguns berros pelos corredores do mercado, atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam por perto.
— O que você quer? – perguntou ao menino que tirava suas meias pela décima vez e se contorcia dentro do carrinho, seu rosto começou a ficar vermelho e iria abrir o berreiro, e diferente dele, Jay estava dormindo no outro carrinho. — Você não vai...
Antes mesmo de terminar sua fala, Jake começou a chorar alto e até pensou que suas cordas vocais iriam quebrar por conta dos berros que ele dava. Queria de enfiar num buraco por receber tanta atenção por não saber cuidar de um bebê, mas a culpa não era dele de ser pai de primeira viagem e muito menos das pessoas que não sabiam dessa informação.
— Licença? Você precisa de ajuda? – uma voz masculina se fez presente, quase impossível de se ouvir por conta do choro. — Por que ele tá chorando?
— Eu também gostaria de saber. – coçou a lateral da cabeça um tanto sem jeito, principalmente quando o homem riu.
— É pai de primeira viagem? – o Park assentiu. — Hum... Está explicado agora.
Sunghoon franziu a testa com o comentário daquele homem.
— Bom, esse choro dele é de desconforto, talvez ele esteja cansado de estar dentro do carrinho.
O Park olhou bem no rosto do homem e ele parecia saber sobre esse assunto, então não demorou para ele deixar a cesta de compras no chão e pegar o filho nos braços. Ao sentir os braços do pai em si, Jake cessou o choro e deitou a cabecinha no ombro do maior.
— Acho melhor você pesquisar sobre como cuidar de bebês, tem vários vídeos no YouTube de mães que ensinam. – o homem voltou a falar ao ver que o menino se acalmou. — Também tem livros que ensinam essas coisas, aconselho você a procurar por alguns, neles falam sobre os tipos de choro dos bebês.
— Obrigado por isso, vou seguir seu conselho. – sorriu para o homem e fez uma leve reverência para ele, mas só quando voltou a realidade que percebeu que seria impossível terminar suas compras com Jake no colo.
— Tudo bem? – ele continuava ali, o que assustou um pouco o Park. — Desculpe, não queria te assustar.
— Sem problemas... É só que... – apenas com a cara que fez o homem percebeu o que ele queria dizer, deixando um sorriso escapar.
— Eu posso te ajudar, já terminei minhas compras então posso pegar tudo que você precisa para não ter que deixá-lo no carrinho de novo.
— Você faria isso?
— Claro, não tem porquê eu não fazer, ne? – riu nasal e pegou a cesta de compras do Park. — Você vai me dizendo o que quer e eu coloco aqui.
Assim eles seguiram pelo mercado, Sunghoon empurrava o carrinho com Jay dormindo dentro e ditava as coisas que precisava enquanto balançava Jake no braço. O homem o ajudou a passar as compras no final e ainda o ajudou levando tudo para o seu apartamento, e toda aquela ajuda deixou a mente do Park limpa ao perceber que existia sim pessoas de bom coração no mundo e, por sorte, ele encontrou uma. O homem o acompanhou até a porta do seu apartamento, colocou as sacolas de compras no chão e pegou a sua com o que comprou dentro.
— Prontinho, compras feitas e bebês quietinhos. – ele disse com um sorriso no rosto.
— Muito obrigado mesmo, nem sei como te agradecer por isso! – pegou as chaves da porta do bolso.
— Não há de quê, sempre que precisar de ajuda eu estou disponível.
— Você é de qual andar?
— Esse daqui. – apontou para a porta do apartamento 305 que ficava de frente ao seu.
— Eu nunca te vi por aqui antes. – disse tentando ter certeza de sua fala e indo fundo nas suas memórias.
— Me mudei ontem e também tinha alguns móveis sendo entregues na sua casa, também é novo por aqui? – encostou o ombro na parede aguardando a resposta dele.
— Moro a bastante tempo, acho que uns dois anos... Aqueles móveis eram dos bebês que comprei.
— Hum, entendi. – analisou bem o Park antes de desviar o olhar. — Eu vou indo, e acredito que você também tem que entrar. Foi bom te conhecer, vizinho do 304. Qualquer coisa, só bater na minha porta.
— Também foi bom te conhecer, vizinho do 305.
Os dois se despediram e cada um entrou em seu apartamento, Sunghoon colocou primeiro os bebês para dentro e depois buscou as sacolas das compras. Banhou Jay que havia acabado de acordar e depois banhou Jake, vestiu os dois com apenas uma regatinha e a fralda, deixando eles em seus berços para que pudesse tomar banho também. Por sorte, Jake não chorou e aceitou a chupeta, então pôde se banhar em paz. Após o banho, já de roupas limpas e cheiroso, seguiu para a cozinha e arrumou as compras que eram as únicas coisas a serem colocadas no lugar e ele poder descansar.
Voltou no quarto dos gêmeos e os encontrou dormindo e ali ficariam, a hora de comer ainda iria demorar e deveriam dormir mesmo. Sunghoon aproveitou o sono dos filhos para poder comer algo reforçado, já que estava se alimentando bem pouco com essa nova rotina dos bebês que um dormia demais e era preocupante e o outro que chorava de cinco em cinco minutos, então ele não tinha muito tempo para si mesmo como antes. Por mais que fizesse apenas dois dias que sua vida mudou de uma hora pra outra, pareciam anos e ele estava apreensivo para o dia seguinte; tinha que ir para faculdade e não poderia deixar as crianças com sua mãe por ela ter o seu trabalho. A única coisa boa era que não teria trabalho e poderia ficar a tarde com as crianças, mas precisaria de uma babá pela manhã.
Pensando em algumas pessoas para cuidar dos gêmeos, chegou a conclusão de que teria que levá-los ao campus consigo. Sunoo tinha sua faculdade em outra cidade a duas horas dali, passava a semana por lá e só voltava nas sextas a tarde. Sua mãe, como já pensado, tinha trabalho e cuidava de sua avó, que era um pouco mais difícil de lidar quanto um bebê. Até mesmo pensou na esposa do senhor Chang, mas ela tinha seus filhos e mais duas crianças a deixariam maluca. Até que de tanto pensar, lembrou-se do vizinho do 305 e do que ele disse.
"Qualquer coisa, só bater na minha porta"
E foi isso que Sunghoon fez, bateu duas vezes na porta dele e ficou aguardando ser atendido, até que ouviu a porta ser destrancada e logo aberta revelando o homem.
— Você vai estar ocupado essa semana?
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Delicate
FanfictionPark Sunghoon, um jovem estudante de medicina de vinte e dois anos, vive plenamente em um apartamento longe do centro da cidade e perto de sua universidade. Ele não tinha nada a reclamar de sua vida pacata, tudo era ótimo e conseguia se manter com o...