Capítulo 06
Sunghoon pensou que ver os seus filhos engatinhando com oito meses seria um motivo enorme de felicidade, por um lado, estava feliz de vê-los engatinhar pela casa ao lado do outro, ou quando chegava da faculdade e era recebido por dois seres minúsculos "correndo" em sua direção. Mas, na verdade, aquilo estava deixando o Park completamente maluco. Não poderia perder nenhum deles de vista por estarem em uma nova fase e queriam conhecer o lugar em que moravam fora dos braços paternos e de Heeseung, este que achava engraçado e fofo a maneira que Sunghoon ficava desesperado quando um dos gêmeos não estava em seu campo de visão. Mesmo que não tivessem muito para onde ir, conseguiam achar algo que pudesse machucá-los e que encontram com uma incrível facilidade que os dois ficam perplexos.
Era proibido deixar qualquer porta aberta por mais de dois minutos porque Jake, o mais arteiro, fugia com um belo sorriso no rosto. Decidiram essa proibição depois que Heeseung esqueceu sem querer a porta da varanda aberta e o Park mais novo engatinhou até lá, quebrou um vaso de flores e ainda comeu um pouco de terra. Jay era um pouco mais calmo em questão, se sumisse era apenas procurá-lo debaixo do berço que ele estaria dormindo ali; gostava de lugares escuros e frios. E por mais que fosse bom aquela fase do engatinhamento por ser o momento certo do bebê aprender a se locomover, ainda sim Sunghoon preferia deixá-los no cercadinho do que soltos pela casa, não seguindo o conselho do pediatra que disse para deixar os pequenos conhecerem melhor os ambientes.
— Jake, vem cá agora! – saiu atrás do pequeno que engatinhava feito um cachorrinho aprendendo a andar, sempre tropeçando nos bracinhos ou nas pernas. — Sua fralda tá suja, você quer ficar todo cagado?
A risada do bebê deixou o coração do Park molinho, amava essa fase dos barulhinhos gostosos que os gêmeos faziam.
— O seu irmão tá todo limpinho e quieto no berço, você poderia fazer o mesmo que ele? – pegou o menino e o deixou estendido no ar. — Você tá fedendo!
Levou o mais novo para o quarto e tirou sua fralda, limpou o bumbum com lenço umedecido e o levou para o banheiro. Com um pouco de dificuldade, conseguiu banhar o pequeno que não parava quieto dentro da banheira, sempre querendo sair, molhar o pai e comer as espumas de sabão. Após terminar de banhar ele, Sunghoon o vestiu com uma roupinha de senhorzinho de setenta anos e arrumou a jubinha do mais novo. A um mês atrás Jake chegou com bastante cabelo, agora parecia uma menina por conta dos fios terem crescido rápido demais, enquanto Jay tinha crescido bem pouco cabelo, mas já não estava mais calvo como havia chegado. A campainha tocou e ele pegou o bebê no braço para poder ir atender, e assim que abriu deu de cara com Heeseung. O Lee estava com suas típicas roupas pretas, acessórios de cores prata e o undercut de sempre.
— Quem é esse senhorzinho aposentado? – olhou para o Park mais novo que sorriu ao vê-lo e abriu os bracinhos, logo Heeseung o pegou e cheirou sua bochecha. — Huum, como tá cheirosinho!
— Só agora! Foi uma luta pra conseguir banhar ele. – comentou dando espaço para que o mais velho entrasse, fechando a porta atrás de si e o acompanhando até o sofá da sala. — O mamão fez efeito.
— Ele conseguiu fazer cocô? – deixou o menino sentadinho em seu colo.
— E como conseguiu! – revirou os olhos só de lembrar da cena em que tirou a fralda do filho.
— E cadê o Jay? Dormindo?
— Uhum. – se sentou na poltrona ao lado do sofá de jeito despojado, estava cansado e só queria poder tirar um cochilo de três dias.
— Ele está melhor da febre?
— Sim, melhorou bastante, graças a Deus.
A verdade era que os gêmeos tinham tomado banho de chuva alguns dias atrás junto do Lee, o que resultou em três homenzinhos doentes e que Sunghoon precisava cuidar. Sorte a dele que não adoeceu também por receber tantos espirros e tosses na cara.
— Sunghoon? – o mais velho o chamou ao notar que ele estava de olhos fechados.
— Sim? – deu atenção ao maior, esperando que ele falasse algo.
— Eles ainda vão passar a semana na casa da vó deles? – perguntou enquanto balançava a perna em que Jake estava sentado, fazendo o bebê rir.
— Uhum... Ela quer passar um tempo com eles. – sorriu pequeno ao ouvir a risada do filho. — Desde que a vovó morreu, ela se sente um pouco sozinha em casa.
— Entendo... – o colocou no chão ao vê-lo se contorcer para sair do colo, acompanhando seu caminho até às pernas do Park e ficar em pé segurando nas mãos do pai. — E o que você vai fazer durante a semana?
— Bom, essa é minha última semana na faculdade e na próxima já é a formatura, vou procurar alguns ternos pra mim e para os meninos. Também vou aproveitar para dar uma arrumada na casa e depois descansar um pouco.
— E você quer que eu te ajude em arrumar a casa? – esfregou uma mão na outra levemente ansioso para obter uma resposta.
— Não seria uma má ideia, você é másculo e pode servir de grande ajuda. – sorriu inocente para o Lee, sem perceber que suas palavras o deixaram envergonhado.
Eles ficaram ali por mais um tempo, Sunghoon brincando com o filho e o Lee apenas observando os dois, até que ouviram o barulho do "alarme" vindo do quarto dos bebês e Heeseung foi até lá para ver o que era, dando de cara com Jay em pé dentro do berço tentando sair. Eles haviam colocado um pequeno botão no berço dos gêmeos e os ensinaram a tocá-lo sempre que acordassem, aos poucos eles estavam começando a compreender melhor o que os dois falavam e rapidamente obedeciam; Jake ainda era um pouco difícil de compreender as coisas por acabar se distraindo durante a explicação, mas com muita calma foi aprendendo. E logo após isso, Sunghoon tomou um banho enquanto o Lee cuidava dos gêmeos antes que sua tia chegasse para buscar os sobrinhos e os levar para a casa da avó.
O Park arrumou a mochila deles com tudo que iriam precisar e entregou os filhos nos braços da tia, se despediu com um aperto no peito dos gêmeos e avisou que poderiam lhe mandar mensagem caso algo acontecesse. Ainda um pouco apreensivo sobre ficar longe das crianças, Sunghoon se sentou na cadeira da mesa de jantar e ficou observando Heeseung preparar um chá para eles, já que o Lee sabia como o menor estava e que precisava de algo para ficar calmo, e nada melhor que um chá para relaxar. E assim que Heeseung deixou a xícara na sua frente, ele tomou tudo de uma vez e esfregou as mãos no rosto suspirando.
— Vai dar tudo certo, não precisa ficar assim. – ficou de frente para ele e segurou em sua mão. — Eles vão ficar bem.
— Eu sei, eu sei... Mas é que eu nunca fiquei longe deles e... Não sei! Isso me assusta de uma forma...
— Eu imagino o quão deve ser difícil pra você ficar longe deles, mas logo a semana passa e na sexta-feira eles estarão de volta!
— Obrigado Hee, por tudo mesmo! Só você para me acalmar... – acariciou a mão do maior com um sorriso no rosto.
Aquelas palavras mexeram muito com os sentimentos de Heeseung.
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Delicate
Fiksi PenggemarPark Sunghoon, um jovem estudante de medicina de vinte e dois anos, vive plenamente em um apartamento longe do centro da cidade e perto de sua universidade. Ele não tinha nada a reclamar de sua vida pacata, tudo era ótimo e conseguia se manter com o...