Conforto

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Boa leitura <3

(...)

Ele deixou escapar. First deixou escapar o que sua cabeça pensou no momento em que seus olhos viram a figura de Khaotung na pequena tela.

Foi mais forte do que ele, mais forte do que sua vergonha, mais forte do que seu lado racional. O que sentia pelo surfista era mais forte até que o próprio trauma que carregava, e perceber isso fez seus olhos brilharem com a esperança de finalmente livrar-se dá angústia que a solidão o causava.

Talvez suas inseguranças sumissem e dessem espaço apenas ao sentimento avassalador que nutria por aquele que agora via. Era notável o quão apaixonado estava, seus lábios em um sorriso tímido e olhos brilhantes não escondiam seu coração acelerado e repleto de certeza. Uma certeza que ele nunca teve na vida.

Mas havia dor também. A impotência, o desejo que fazer algo e não poder. Ver Khaotung chorar doía como ver seus filhos chorarem. A diferença era que sabia exatamente o que fazer para que Sah e Haru parassem, já com Khao, ele não fazia ideia de como retirá-lo daquele mar de dor e tristeza.

Aliás, tinha convicção de que seria incapaz de tornar toda a situação menos torturante. Não havia como, ele apenas precisava demonstrar que estava ali por ele, que ele não precisava lidar com aquilo sozinho. Ele não o deixaria passar por aquela dor sem seu apoio.

– Você é tão lindo – First reafirmou, agora em voz baixa, deixando o olhar preocupado perder-se na pequena tela de seu celular.

O sorriso de Khaotung finalmente apareceu. Seus lábios se franziram e automaticamente os pequenos olhos apertaram-se por um segundo antes de desvirarem-se para baixo. Ele estava corando.

Sua bochecha vermelha não era apenas pelo choro excessivo, e isso fez First suspirar.

"Fofo"

Ele pensou de novo, antes de seu cérebro jogar mil e um elogios à cada segundo.

Observar Khaotung aquecia seu coração de maneira surreal. Eles não precisavam trocar palavras para a sua satisfação, observa-lo era o suficiente para que seu coração se acalmasse e sua mente se enchesse de "Khaotung".

Era preocupadoramente intenso o sentimento que ele o causava, mas Kanaphan agora sentia-se verdadeiramente disposto à sentir cada milímetro do que o surfista fazia-o experimentar.

– Você estava tomando banho? – Khao perguntou, ainda com um pequeno sorriso no rosto, limpando as lágrimas que agora pareciam diminuir — Liguei em uma hora ruim? – terminou tentando ler a feição que pôs-se sobre o rosto de First.

Ele entrou em choque, era óbvio. O que fazia anteriormente não poderia ser descoberto, caso contrário a chance de Khaotung o ver como um depravado aumentaria para 1000%. Então tentou disfarçar e dizer que sim. Era apenas um banho.

Um banho que tornou-se um poço de sentimentos à flor da pele. Anteriormente sentimentos reprimidos, que agora estavam sendo expostos de maneira que First nunca imaginou.

Ele enrolou-se na toalha em seguida, escondendo o corpo que amaldiçoava por não conseguir se conter. Era humilhante passar por aquilo, e pensar no que fazia há pouco era torturante o suficiente para fazer suas bochechas ruborizarem e sua pele queimar em vergonha.

E era claro que Khaotung notaria sua "sem gracez" repentina, as bochechas vermelhas e o olhar disperso que agora focava-se em tudo, menos no que deveria focar.

Can I be your father too?Onde histórias criam vida. Descubra agora