𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁ℴ 3

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Helena não sabia o que dizer ou fazer. Estava dividida entre o alívio e a raiva.

— George, onde você estava?

— Eu estava no quartel.

— Não, não estava. Eu liguei e disseram que você já havia ido embora.

— Sim, eu estava no quartel para procurar ajuda como vocês tanto me recomendaram. Mas depois eu precisava de um ar, precisava caminhar, e acabei perdendo a hora.

A sensação de alívio havia passado. Helena estava furiosa. Não somente por tê-la deixado preocupada, sem notícias. Mas por George estar agindo tão indiferente com a situação.

— Bom, vou deixar vocês conversarem. Se precisarem de alguma coisa me liguem.

— Obrigada pela ajuda Dylan.

— Por nada Helena. Se cuida George, até amanhã.

— Até.

Dylan saiu pensativo. Sabia que havia algo errado com o amigo, mas George sempre foi bastante fechado.

Helena observou George, mas não disse palavra alguma. Subiu as escadas e foi para o quarto dos filhos.
Olívia estava brincando e Thomas estava no banho.

— Filha, vamos nos arrumar para banhar?

— Sim mamãe. O Thomas não tá triste, ele tá bravo.

— Porque acha isso filha?

— Ele jogou o chuteira na parede. E ele fala que eu não posso pegar nela porque eu se não eu vou estragar, mas hoje ele jogou ela.

— Entendi filha, vou conversar com ele.

Depois de alguns minutos Thomas saiu do banho e Helena entrou com Olívia.

Com tudo pronto, colocou Olívia na cama e contou uma história. Assim que ela dormiu, se dirigiu até Thomas e se agachou ao lado da cama.

— Como foi o jogo hoje?

— Normal.

— Thomas, sei que está chateado, mas o papai não foi hoje porque estava no médico, ele não está dormindo bem.

— Mãe, eu sei que sou criança, sei que só tenho oito anos. Mas ele tá diferente, ele nem brinca de bola mais comigo.

— Eu sei filho, mas tenta entender. Ele foi para o exército, lembra que eu te falei que tinha muitas coisas feias lá? E que se nós víssemos, teríamos pesadelos?

— Sim.

— O papai viu muita coisa ruim, e ele precisa de ajuda para tentar esquecer e voltar ao normal. Por isso ele está um pouco estranho esses últimos dias, mas te prometo que logo ele vai estar melhor.

— Tá bom mãe.

— Tenta descansar, boa noite, te amo.

— Também te amo.

Helena saiu do quarto e foi ao banheiro. Tomou um banho, se vestiu e foi para o quarto. George não estava.

Se acomodou na cama, pegou seu notebook e tentou revisar mais um capítulo do livro que estava trabalhando.

— Você foi ao jogo?

Helena olhou para a porta e George estava parado com os braços cruzados.

— Não consegui. Graças ao Dylan, o Thomas e a Olívia não ficaram sozinhos.

— Pela sua reação quando cheguei, pensei que você teria ido ao jogo.

— Quer dizer que já que não consegui ir, não tinha o direito de saber onde você esteve?

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