𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁ℴ 21

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O início de um filme de romance, com pássaros cantando perto da janela, o sol iluminando boa parte do quarto e a sensação de acordar com alguém te abraçando.

Foi exatamente assim que Helena sentiu quando acordou com os braços fortes de Dylan abraçando sua cintura.

Sorriu com a visão e se lembrou da noite passada. Sentia suas pernas e sua intimidade doerem, mas era uma dor boa.

— Bom dia...

Dylan disse beijando seu pescoço. Helena sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem. Se virou o entrelaçou seus braços ao redor de seu corpo.

— Bom dia.

— Dormiu bem?

— Como um bebê e você?

— Não dormia tão bem assim há muito tempo.

Helena se mexeu na cama e se enrolou no lençol. Dylan cruzou os braços e apoiou a cabeça sobre eles observando a bela vista que era Helena em sua frente.

Os cabelos bagunçados, o sol realçando a cor castanha de seus cabelos e o sorriso tímido que se estendia em seus lábios.

— Vou tomar um banho.

— É um convite?

— Nem pensar, já estou bastante dolorida de ontem.

Dylan gargalhou com a sinceridade de Helena.

— Está arrependida? Ontem não me pareceu...

Perguntou com sarcasmo, sabia muito bem da resposta. Havia perdido as contas de quantas vezes transaram na noite passada e sempre que acabavam, ela pedia por mais.

— Não...

Respondeu sentindo seu rosto corar. Apressou os passos e entrou no banheiro. Tomou um banho, prendeu o cabelo em um coque e voltou para o quarto.

Dylan já não estava na cama. Pegou seu vestido e colocou. Ouviu barulho vindo da cozinha e desceu as escadas com cautela.

— Está com fome? Fiz panqueca.

— Estou faminta.

— Então pode aproveitar, enquanto isso vou tomar um banho.

Disse depositando um beijo em sua testa e caminhando de volta a escada.
Helena comeu algumas torradas e bebeu uma xícara de café, que infelizmente, não estava do jeito que gostava.

Após alguns minutos Dylan retornou vestindo uma calça preta de alfaiataria e uma camiseta branca. Helena o observou se aproximar, impressionada em como ela nunca havia reparado na beleza dele.

— Você me leva em casa?

— Já quer ir embora? Minha casa é tão ruim assim?

— Para, não é isso. Só preciso trocar de roupa.

Respondeu abraçando-o enquanto ele pegava uma torrada. Seus olhos se cruzaram e foi como uma hipnose. Dylan colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha de Helena e acariciou sua nuca.

Helena sentiu seu coração disparar, era como se entendesse cada sensação transmitida pelo olhar de Dylan.

Se levantou e passou os braços pelo seu pescoço. Em um movimento suave o puxou em sua direção e depositou um selinho demorado em sua boca.

Dylan correspondeu abraçando sua cintura e colando seus corpos. Pediu passagem para sua língua e sem demora estava explorando cada canto da boca de Helena.

— Vamos antes que a gente acabe na sua cama de novo.

Helena disse ofegante interrompendo o beijo.

— Eu não me importaria nem um pouco com isso.

— Eu sei que não.

Riram e pegaram suas coisas para sair de casa. Entraram no carro e seguiram o caminho para casa de Helena.

— Vou trocar de roupa, pode ficar a vontade.

Disse subindo as escadas. Dylan foi até a cozinha e pegou um copo com água. Andou de um lado para o outro aguardando a volta de Helena.

Decidiu ir para a sala e espera-la no sofá, mas parou no meio do caminho com uma visão que o deixou estranho. Se aproximou de uma pequena pesa que ficava próxima a lateral da escada e observou vários porta-retratos.

Haviam algumas fotos em família, das crianças com os avós maternos e paternos. Mas uma foto em questão, deixo Dylan confuso. Era uma foto de George e Helena em uma viagem. Pareciam felizes, o casal perfeito.

— Estou pronta.

A voz de Helena o tirou do transe. Levantou seu olhar para observa-la descer os degraus.

O som de batidas na porta chamou a atenção de ambos que se assustaram pensando em quem poderia ser e o que iram dizer sobre estarem a sós em sua casa.

Helena olhou pela lateral e viu que era Megan. Colocou o mão sobre o peito e respirou fundo aliviada por ser sua amiga, apesar de notar uma certa aflição em sua expressão. Olhou para Dylan e deu um sorriso tranquilizando-o.

— Eu fiz merda, Helena. E das grandes.

Megan disse entrando rapidamente e fechando a porta atrás de si. Olhou para a amiga e depois para Dylan.

— Ah. Oi Dylan, você está aqui também.

— Oi.

— O que aconteceu?

— Eu acho que grávida.

Helena arqueou as sobrancelhas e sua boca ficou em formato de O com bomba que Megan soltou na sala de sua casa.

Dylan ficou imóvel. Não sabia o que fazer. Não sabia se ficava parado até esqueceram que ele estava ali ou se saia de fininho para deixá-las a sós.

— É... Acho que vou deixar vocês conversarem.

— Não! Prefiro que você fique Dylan, tenho medo do que a Helena pode fazer comigo se não tiver testemunha aqui.

— Quem escuta você falando isso até pensa que eu sou agressiva, Megan.

— Quem não te conhece bem como eu, acredita que você é a calmaria em pessoa.

— Chega disso! Vem, senta. Conta o que aconteceu.

Megan concordou e caminhou até o sofá. Helena fiz o mesmo, enquanto Dylan foi até cozinha e trouxe uma garrafa de água entregando para Megan.

— Vocês transaram?

Megan perguntou no instante em que Dylan se sentou ao lado de Helena. Ambos arregalaram os olhos e a olharam. A boca de Dylan abria e fechava, mas não emitia nenhum som.

— O assunto aqui não é esse, Megan. Para de tentar desconversar.

Megan respirou fundo e tomou um gole de água.

— Então... Eu fui em uma festa de uma prima de uma amiga e acabei bebendo demais. Conheci um cara e fomos pra casa dele. A gente acabou transando sem camisinha e agora a minha menstruação atrasada. Eu fiz um teste de farmácia, mas a cor do risquinho não ficou nítida e agora eu surtando.

— Megan! Como você transa com um cara que nem conhece sem camisinha? Você pelo menos sabe o nome dele? Como pode ser tão irresponsável?

— Eu sei que o que eu fiz foi errado Helena, mas eu não preciso de sermão agora.

— Ah eu acho que precisa sim. Porra Megan, e se ele tiver alguma doença?

— Eu acho as duas deviam respirar fundo e se acalmarem.

Ambas olharam para Dylan, fazendo-o se sentir coagido com o tom de ameaça no olhar de Helena.



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