𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁ℴ 12

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— Foi muito bom rever você Dylan, podia ir jantar qualquer dia lá em casa.

— Digo o mesmo dona Ângela. É claro, vamos marcar.

Thomas e Olívia se despediram dos avós e os observaram ir embora.

— Bom, nós também temos que ir. Tchau Dylan.

— Tchau Helena. Tchau princesa.

Dylan abraçou Olívia, se levantou e apertou a mão de Thomas.

— Você jogou muito bem hoje Thomas, estou orgulhoso.

— Obrigado tio.

Se abraçaram e Dylan também foi embora.

Helena colocou os filhos no carro e seguiu para casa. Hoje é o dia em que vão para a casa de George, que se tivesse aparecido no jogo de Thomas, iriam embora com ele.

Chegaram em casa e foram tomar um banho. Assim que Helena saiu do banheiro, viu seu filho sentando em sua cama.

— Oi Thomas, o que está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?

— Eu não quero ir para o papai hoje.

— Filho... Você está chateado não é?!

Helena perguntou com o coração apertado.

— Não, eu tô com raiva e não quero ver ele.

— Tudo bem filho, não vou te obrigar a ir. Porque não desce e pensa em algo gostoso para a gente pedir ?

— Tá bom.

Helena esperou o filho sair do quarto e chamou Olívia. Perguntou se ela queria ir ou ficar em casa, e a resposta foi a mesma de Thomas.

Olívia desceu as escadas e Helena ligou para George, que novamente não atendeu.

Decidiu não se importar em entrar em contato. Colocou uma pijama e desceu as escadas.

— Podemos pedir pizza?

— Um atleta como você pode comer pizza?

— Nosso time ganhou, é uma comemoração.

— Tudo bem então.

Pegou o telefone e pediu. Após alguns minutos a campainha tocou. Thomas se levantou e correu para porta.

-— Chegou rápido.

Helena comentou pegando um suco na geladeira. Percebeu que Thomas estava demorando e foi até a porta.

— George! Você apareceu.

— Desculpa, tive uma emergência, não consegui ir no jogo campeão.

— Tanto faz.

Thomas disse virando as costas e indo em direção ao sofá.

— Não podia atender uma ligação?

— Não vi o celular Helena, já pedi desculpas. As crianças estão prontas?

— Elas não querem ir para sua casa hoje.

— Como assim? O combinado é que elas passarão o final de semana comigo.

— Não sou eu que estou dizendo George. Elas não querem ir e a culpa é sua.

— Thomas, Olívia, peguem suas coisas e vamos. A gente tinha combinado de ir ao cinema lembram?

Ninguém o respondeu. George começou a se irritar e acabou dando um soco no portal da casa.

Thomas correu para o lado da mãe, que ficou surpresa com a expressão do filho, nunca tinha visto ele daquela forma.

— Vai embora, eu não quero ir com você.

— Thomas, desculpa não ter ido no jogo filho, não foi de propósito, eu falei.

— E porque não foi?

— Eu tive uma emergência.

— Que emergência?

— A Abigail passou mal, tive que levar ela ao hospital.

— A tia Abigail tá doente?

Olívia perguntou se aproximando.

— Ela já está melhor macaquinha. E então podemos ir?

— Não!

— Thomas, não me faça repetir.

— EU NÃO VOU. VOCÊ NEM LIGA MAIS PARA A GENTE, SÓ FICA COM A ABIGAIL E O SEU NOVO FILHO QUE TÁ NA BARRIGA DELA.

Thomas perdeu o controle e gritou. Helena ficou em choque. Olhou para George que parecia estar prestes a explodir.

— Como assim filho, do que está falando?

— Ela e o papai vão ter um bebê. Eu descobri no dia que fui lá na primeira vez e o papai me fez prometer que não ia te contar nada.

— Filho, vai lá para o seu quarto e leva sua irmã por favor. Vou conversar com seu pai.

Thomas não disse nada, pegou na mão de Olívia e a puxou pela escada.

— Tem algo a dizer?

— Ele está chateado por hoje, isso vai passar...

— Quem é você e o que fez com o George?

— Lá vem você com isso de novo...

George suspirou e a encarou. Helena não baixou a guarda. Cruzou os braços e o encarou de volta.

— Você achou que a melhor forma de lidar com isso era fazer o SEU filho guardar esse segredo? O que você achou que ia acontecer George? Achou que se eu ficasse sabendo, iria na sua casa e fazer um barraco? Bater em você? Ou nela?

— E-eu não sei o que eu pensei. Eu fiquei em choque quando descobri, e o Thomas ouviu ela contar para a mãe no telefone. Eu não sabia o que fazer e pedi para ele guardar segredo. Depois disso ele não tocou no assunto, então eu deixei quieto.

— Você não faz ideia de como isso machuca ele não é? George você é o super-herói dele, o exemplo. Ele te ama mais do que tudo e de uma hora para a outra você saiu de casa e começou a morar com outra mulher. Ele foi te visitar e descobriu que voce vai ter outro filho. Aí você pede para ele guardar segredo e simplesmente acha que está tudo bem. Você o vê agora apenas nos finais de semana, e no dia mais importante do ano, que ele vêm esperando há meses, você simplesmente não aparece.

— Eu sei... Sei que errei.

— Errou, errou feio. Eu não sei o que está acontecendo com você George, você não era assim. Eu espero, sinceramente, que você dê valor aos seus filhos, os três de agora em diante.

— Eu vou Helena, eu prometo.

— Não quero que me prometa nada, você já me prometeu muitas coisas e não cumpriu. Eu quero que você seja diferente, não por mim, por eles.

George abaixou a cabeça e seus ombros pesaram. Helena não sentiu pena, e isso a surpreendeu.

— Acho que você tem que ir embora. Não vou obrigá-los a irem com você. Usa esse tempo para pensar no que você fez e na semana que vem, você vem aqui e tenta conversar com eles.

— Tudo bem... Eu sinto muito Helena, de verdade.

Helena não o respondeu. Fechou a porta e subiu para ver os filhos.

A campainha logo tocou e foram pegar a pizza. Decidiram fingir que nada havia acontecido e aproveitar aquele momento de felicidade. Comeram, assistiram um filme de comédia e deram muitas risadas.

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