𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁ℴ 15

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Como dizia Frida Kahlo, "cada tic tac é um segundo da vida que passa, foge, e não se repete. E há nele tanta intensidade, tanto interesse, que o problema é só sabê-lo viver. Que cada um o resolva como puder."

Pensar sobre o tempo é exatamente o que Helena tem feito desde sua conversa com Megan. O tempo que perdeu insistindo em um casamento que na verdade já tinha acabado e tempo que ainda tem. Como viver esse tempo agora? A quê dedicar esse tempo?

— Filha, o que acha de colocar esse arco de balões aqui?

Ângela perguntou enquanto ajudava Helena na decoração do aniversário de Olívia.

— Acho que vai ficar ótimo mãe.

— Então... Como está o Dylan?

Helena a olhou confusa. Sabia como sua mãe era inteligente, capaz de saber que algo havia acontecido entre eles apenas pelo olhar.

— Eu não sei, já fazem algumas semanas que não o vejo.

— Filha...

—Eu sei mãe, já tenho a Megan me enchendo com esse assunto.

— Eu só ia perguntar se você o convidou.

— Claro que sim, mãe. Eu mandei o convite por mensagem... Mas ele não me respondeu.

—Com certeza ele vai vir.

Helena tinha suas dúvidas. Desde a última vez que se viram, não trocaram mais nenhuma palavra. Mas acreditava que ele apareceria, por Olívia, é claro.

— E o George? Virá?

— Sinceramente, eu não sei mãe.

Helena respondeu sentindo um peso em seu peito.

— Eu disse que ele poderia vir, mas que ela não. Não é que eu nunca vá receber ela em nenhum aniversário dos meus filhos, mas é que está tudo tão recente. Não sei se eu seria a melhor anfitriã nesse momento.

— Você tem todo o direito de se sentir assim minha filha. Mas vamos pensar positivo, hoje vai ser um dia lindo e especial para nossa princesa.

— Vai sim Mãe, vai sim.

Continuaram a organizar a decoração enquanto Olívia estava no shopping com Thomas e o avô.

Depois de algum tempo, tudo estava pronto. O gramado dos fundos da casa de Helena estava decorado com balões da branca de neve, a favorita de Olívia.

Havia pula-pula, piscina de bolinhas e tobogã. As mesas dos convidados tinham algumas lembrancinhas, enquanto a mesa principal estava preenchida por alguns docinhos e um espaço reservado para o bolo.

— Filha, já estou pronta. Pode subir e se arrumar, eu recebo os convidados que chegarem.

— Obrigada mãe.

Helena entrou e subiu as escadas. Tomou um banho, lavou os cabelos e voltou para ao quarto. Optou por um vestido vermelho cardeal, com corte reto e justo que acompanha a linha do corpo. Fez uma maquiagem leve, calçou seus saltos e secou os cabelos.

Respirou fundo e desceu as escadas. Apesar de estar pensando positivo, sabia que poderia ser um dia difícil. As pessoas iriam perguntar sobre seu casamento, fofocar e ela teria que ter muita paciência para lidar com tudo.

Graças aos céus não estava sozinha. Sua mãe, muito diferente dela, tinha a língua afiada. Não deixaria ninguém falar mais do que devia.

Caminhou com passos lentos até cozinha, já ouvindo vozes vindo dos fundos, mas parou no meio do caminho quando ouviu a campainha tocar.

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