𝟎𝟏𝟏

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟏

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟏.  A água leva os neurônios;

SE EM UMA SEMANA me contassem que Charles Leclerc, um fucking piloto de Fórmula 1, ia ser visto bebendo uma cervejinha gelada no bafo da prainha, eu simplesmente não duvidaria. Afinal, esse homem se mete em inúmeros eventos inusitados, então isto seria o de menos. Entretanto, comigo ao seu lado? Ok, aí já estamos falando de algo inusitado demais para ser real.

Depois de um dia de dois turnos exaustivos na faculdade, tudo o que eu precisava era da minha cama, cobertas e fones altos o suficiente para abafar o som de minha irmã brigando com o seu cachorrinho, Toto Wolff. Entretanto, ao lembrar que tinha um monegasco completamente fascinado por turistar pela cidade maravilhosa, todo o meu cansaço morreu.

Sabendo que não seria de bom-tom levá-lo ao melhor point do Rio de Janeiro e o privar de bebidas alcoólicas, não pude hesitar em aparecer de surpresa no Copacabana Palace para que viéssemos juntos. A experiência de enfiar um piloto de Fórmula 1 em um ônibus circular lotado foi... interessante, para não dizer hilária.

Embora sua sugestão para irmos de Uber fosse relativamente boa, os céus nos barraram no momento em que nenhum motorista aceitava nossa corrida, assim como os táxis que estavam completamente lotados. Sendo assim, como a ótima carioca que sou, não poupei esforços ao arrastar o monegasco para o ponto de ônibus mais próximo.

A cena de um piloto milionário em um ponto de ônibus era algo que guardaria para o resto de minha vida, mas não apenas eu. Depois de dois minutos de paz e tranquilidade, não foi surpresa alguma quando uma pequena multidão se acomodou ao redor de Charles, pedindo autógrafos e fotos.

Foi quase como quando a Madonna veio ao Rio, em maio.

Não posso negar que estou surpresa com a inesperada calorosidade de seus fãs comigo. Tipo, ninguém me chutou ou cuspiu em mim! Foi impressionante.

— Você pode pedir isso? — Questionou um confuso Leclerc, apontando para o cardápio com plastificação surrada em suas mãos. — Churras...

Solto uma curta risada nasal diante da dificuldade do mais velho ao pronunciar a palavra lida, aproximando meu corpo do mais velho, praticamente enfiando meu rosto a frente de Charles, lendo o conteúdo do menu.

— Churrasquinho de picanha com vinagrete e farofa. — Leio lentamente, surpreendendo-me com a escolha do monegasco. — É uma boa, você vai amar.

— O que é isso?

— Você vai ver. — Digo brincalhona, chacoalhando a mão no ar para chamar o garçom que perambulava entre as mesas, me afastando do piloto.

— Boa noite, meus consagrados!! — Diz o senhor calvo, se aproximando com um sorriso maior que o rosto, o qual Charles e eu prontamente retribuímos. — O que a madame e o patrão desejam?

𝐈𝐏𝐀𝐍𝐄𝐌𝐀 𝐆𝐈𝐑𝐋, Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora