𝟎𝟏𝟔

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟔

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟔. Deveria ter mandado para a adoção enquanto tive tempo;

HÁ ALGUMAS POUCAS SEMANAS, Gabriella me perguntou sobre como eu me sentia sobre os comentários que estavam sendo feitos a rodo em relação a mim em tudo quanto é rede social. No final das contas, eu apenas respondi que lidava perfeitamente com isso, e que mal via os comentários, considerando que a minha conta no Instagram é privada e eles eram feitos apenas em contas abertas no Twitter.

Entretanto, as coisas tomaram uma direção completamente distorcida quando a visibilidade em meu TikTok aumentou em níveis astronômicos, chegando ao ponto de alcançar milhões de curtidas e visualizações, assim como uma inesperada monetização.

Tudo se tornou tão confuso e distante da minha realidade de meses atrás, que quase não pude espantar a ideia de excluir as minhas contas e fugir para as colinas.

— O quão babaca eu fui para ser obrigada a passar por isso, senhor? — Choramingo dramaticamente.

E de repente, como se mãos divinas tivessem encostado em meus ombros, me obrigando a parar de ser sonsa, relembro de todas as vezes em que fiz a mesma coisa. Todas as pessoas que eu já direcionei comentários ácidos e infundados sob o manto de: "Ah, ele nunca verá esse comentário" ou "Está tudo bem. Eles fizeram por merecer".

Todas as vezes em que me escondi atrás de um perfil para disseminar os mesmíssimos comentários que estavam sendo direcionados para mim. No final, é como dizem, nós só nos importamos quando somos os atingidos.

Merda! Eu sou uma puta de uma hipócrita!, penso.

Aguardando o retorno de Charles, meus pés batucavam freneticamente no tapete chique do seu carro, mantendo meus olhos fixos na tela de meu celular, lendo cada um dos comentários feitos em meu último post no TikTok.

Embora fossem tomados por comentários positivos, ainda era terrivelmente difícil ignorar os negativos.

— Com certeza é carma... — Resmungo, lendo um comentário bastante específico sobre eu ser uma transfóbica de merda por republicar o meme do mc Kevin dizendo que voltaria no tempo para matar o Thanos.

Que maravilha...

Concentrada nas letras miúdas à minha frente, mal percebi quando a porta do motorista se abriu, revelando o piloto da Ferrari que cantarolava uma música que não fazia o menor sentido em minha cabeça.

— Demorei? — Indagou, fechando a porta com uma força um pouquinho maior do que a necessária, embora tivesse sido claramente um acidente.

Parece que eu consigo ouvir Rafael perguntando se eu não tenho geladeira em casa, penso.

Negando com a cabeça, bloqueio a tela do meu celular rapidamente. Esforçando-me para ignorar os comentários, foco meu olhar no monegasco que trazia consigo uma sacola de papel.

𝐈𝐏𝐀𝐍𝐄𝐌𝐀 𝐆𝐈𝐑𝐋, Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora