𝟎𝟏𝟑

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟑

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🇧🇷 𝟎𝟏𝟑. Cabelinho do Justin Bieber;

COZINHAR SEMPRE FOI uma puta válvula de escape para mim. Talvez esse tenha sido o primeiro e principal programa familiar que fazia com a minha mãe na infância e, considerando que a mais velha era uma cozinheira de mão-cheia, eu tinha bastante o que puxar de minha maior heroína.

Cozinhar era divertido, me fazia feliz e fazia os outros felizes. No final das contas, acho que devo parcela de minha aprovação na federal às cozinhas e ingredientes que tanto me acalmaram em momentos difíceis na minha vida. Quando as coisas ficavam confusas em minha mente, o meu pequeno hobby me ajudava a esclarecer as coisas e espairecer, transformando tudo mais leve e gostoso.

Um suspiro involuntário foge de meus lábios enquanto uso toda a força possível para que os meus braços esguios pudessem sovar a massa fofinha disposta na bancada, mexendo-a com toda a força que a receita tradicional de pãezinhos doces com leite condensado exige.

— Mais um pouquinho de farinha... — Murmuro, pegando o ingrediente e jogando-o junto a massa na bancada.

Era domingo de corrida depois de um final de semana difícil. Las Vegas é um dos meus circuitos favoritos, embora exija uma disposição maior para me manter de pés durante toda madrugada, então o que é melhor do que uma série de guloseimas caseiras para assistir um grande prêmio de um dos meus esportes favoritos e rezar para que tudo ocorresse da melhor forma possível?

É a junção perfeita de duas coisas que eu amo: comida e automobilismo.

E, felizmente, sem os comentários grotescos que via nas redes sociais, os quais insinuavam que a minha paixão pelo esporte provinha de uma "paixão por caras gostosos".

Uma garota viciada em esportes é naturalmente bombardeada por olhares julgadores e desmerecimento puro. Afinal, que garota assim nunca ouviu perguntinhas idiotas do tipo "Ah, o que é impedimento?", ou "Quem ganhou o Grand Prix de Singapura no ano que Rubinho debutou na Fórmula 1?". Falando sério, são tantos cenários que parecem até cômicos demais para serem verdadeiros.

O meme sobre nossa realidade ser um episódio de The Office me parece tão sensato em momentos como esse. Quer dizer, é sério que você acredita que eu, uma acadêmica em tempo integral, acordo às sete horas da manhã de um sábado apenas porque quero agradar algum homem?

Mas, quem liga para o que esses putos pensam? Tudo isso faz parte de minha rotina desde que me entendo por gente, apesar de odiar virar noites com a bunda colada no sofá, ou ter que acordar tão cedo para acompanhar os treinos, o classificatório e os domingos de corrida.

Além do que, não tem nada melhor do que sentir a emoção de vibrar por algo que é importante para você. Por algo que te faz sentir viva.

Nada melhor do que torcer por alguém que você tenha afeição.

𝐈𝐏𝐀𝐍𝐄𝐌𝐀 𝐆𝐈𝐑𝐋, Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora