Capítulo 23: Ana Flora

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🔞⚠️Alerta de Hot: Esse capítulo contém uma cena +🔞⚠️

Eu abraço Charlene mais uma vez e somos uma confusão de lágrimas e sorrisos. Ela promete que vai voltar. Eu tento dizer que posso ir visitar, mas não consigo. Ela entende. Eu também abraço Elaíse, ela ainda não entende porque sua mãe e eu estamos assim, mas Charlene faz questão de dizer a ela que não é um choro ruim. 

Charlene, Elaíse, Erik e eu vamos até o estacionamento. Ela coloca Elaíse na cadeirinha e se vira para mim, me abraça novamente. Também abraça Erik.

— Nos vemos em breve, Char.

Ele diz e eu antecipo sua partida. Nós dois estamos bem aqui, planejando viagens, fazendo sexo - desde ontem - e ignorando como será nosso futuro. Erik, porém, nunca escondeu que está de passagem, mesmo que não tenha uma data para voltar.

— Fique o tempo que for necessário, amigo.

Ela diz e eu desvio o olhar dos dois. Sei que Charlene e eu recuperamos um sentimento forte e bonito, mas eu não deixo de admitir que, pelo menos por agora, ela é mais amiga dele. Eu parti nesses oito anos, mas ela, Erik e Bernardo estiveram juntos e são uma rede de apoio forte e inabalável. 

Os dois se abraçam e antes de me abraçar novamente, ela olha para a pousada.

— Benício não está? - ela pergunta.

— Ele ficou na cidade ontem.

Quem responde é Erik e nós duas estranhamos ele saber disso. Ele dá de ombros.

—Eu esbarrei com ele quando fui comer alguma coisa.

Ela suspira, mexe em sua bolsa e tira um papel dobrado. Ela me entrega.

— Você pode entregar para ele? É da Elaíse. 

Eu sorrio. Se alguém duvidar que uma criança pode conquistar alguém, deve conhecer a relação de Elaíse e Benício. Coincidência ou não, ele mudou a partir do momento que essa garotinha veio aqui junto de Charlene.

— Eu entrego.

Ela suspira.

— Eu não sei quando vou voltar, então talvez eu tenha perdido o timing. Também não tenho coragem de mandar uma mensagem para ele, então… Você pode, mais uma vez, agradecer por ele ter tirado Elaíse do lago? Por favor, é importante! Ele não salvou só minha filha, ele me salvou porque eu morreria se algo acontecesse com ela.

— Claro, pode ficar tranquila, eu vou dizer novamente a ele.

— Certo, agora, vou te abraçar de novo. Eu te amo, Ana Flora, obrigada por nos querer de volta!

— Eu também amo vocês, Char! Obrigada por me deixar voltar.

Eu digo já chorando novamente e desejo ardentemente que Erik saiba que ele está incluído nesse plural. Eu nunca disse a ele. Nem mesmo como amiga. Sempre me perguntei o porquê, já que minha mãe sempre me ensinou a externar sentimentos. 

Charlene entra no carro e vai embora. Erik e eu ficamos até o carro sumir de vista, ele me abraça.

— Está tudo bem. Não foi um adeus.

— Eu sei. - digo baixinho.

— O que você está guardando aí?

—Eu não sei se sou digna de vocês. Vocês simplesmente me perdoaram e me deixaram voltar. Eu parti e nunca olhei para trás. No que isso me transforma?

— Você nunca olhou para trás? Você tem certeza disso?

— Eu nunca nem joguei vocês no Google.

— E você pode me afirmar com toda certeza que isso nunca te machucou? Que você nunca pensou em como a gente estava? Você nunca pensou em voltar, em entrar em contato? 

O Lago EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora