Capítulo 33: Ana Flora

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— Zoé, você viu meu celular? - Eu pergunto.

— Não, Flora. Quer que ligue pra ele?

— Por favor, eu liguei mais cedo para o Erik, depois eu falei com o Gael, mas não lembro se usei depois disso.

Ela pega seu aparelho e liga, nós não ouvimos tocar. Peço para Charles ficar um pouco na recepção, enquanto nós procuramos pelo aparelho. Fazemos isso em vários lugares da pousada e nada.

O último lugar que tentamos é o salão de jogos, embora eu tenha certeza que não estive aqui hoje.

— Que droga! Onde será que enfiei?

— Será que você não deixou cair quando foi andar de cavalo?

— Não, eu falei com o Gael depois disso. Que horas são?

— Cinco e meia.

Eu suspiro.

— Está tudo bem? - Ela pergunta preocupada.

— Não sei. Erik e eu tivemos uma briga, foi hoje de manhã, um pouco antes do almoço. Ele disse que viria para a gente conversar, mas não sei se já deu tempo dele chegar ou se ele está demorando. E agora, não acho meu celular.

— Você sabe o telefone dele de cabeça?

Eu balanço a cabeça em negativa. Quem nesse mundo informatizado guarda números de alguém? Eu não sei nem o início da combinação.

— Nós podemos olhar na ficha dele e você liga de outro aparelho.

Eu suspiro e dou um sorriso triste.

— Jesus, estou tão nervosa que não pensei no óbvio.

Nós duas voltamos para a recepção. Estou com uma sensação estranha, não consigo explicar, apenas preciso falar com ele, mesmo que ele esteja com raiva ou coisa do tipo. Quando estou prestes a pegar a ficha, uma Violeta esbaforida entra.

— Desculpa, Flora !

— O que aconteceu?

Ela começa a mexer na bolsa.

— Juro que foi sem querer, peguei o seu celular por engano, só percebi porque ele começou a tocar na minha bolsa. Desculpa mesmo, as capinhas são parecidas e eu saí meio atrasada.

Eu fico aliviada, pelo menos não perdi.

—Tudo bem. Você disse que ele tocou?

Eu me aproximo para pegar.

— Sim, era a Charlene, mas fiquei sem jeito de atender. Então só vim o mais rápido que pude.

Eu acendo o celular e vejo que há muitas ligações.

— Jesus, o que será que houve? Tem quase dez ligações.

Eu imediatamente retorno a ligação, Charlene atende rápido.

— Flora, que bom que você ligou de volta.

Eu vejo que sua voz está nervosa, meu coração acelera de preocupação.

— O que houve? Meu celular estava com a Vi. Só agora ela conseguiu me entregar.

Ela funga e não me responde.

— Char?

— Estou no hospital com o Bernardo e a Dona Ágatha.

Meu coração acelera porque ela não falou sobre o Erik.

— E o Erik? Ele já veio para cá? Você não está conseguindo falar com ele? É isso? O que aconteceu?

Eu pergunto desesperada. Desejando que ela me diga que Erik está vindo para conversarmos.

O Lago EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora