Flora me olha com surpresa.
— Você fez o quê?
— Vendi a empresa. Todas essas reuniões intermináveis foram sobre isso. Assinamos tudo ontem a noite, provavelmente, amanhã ou depois isso já será público.
— Eu não acredito nisso. Erik, você vai acabar se ressentido de mim depois e...
Eu a interrompo gentilmente.
— Eu não vou. - Digo categórico. - Eu sei que disse que foi por você, mas não porque você pediria ou algo assim. É pela vida que quero com você e isso é aqui, em Serra Dourada, sem ter a preocupação de gerir um império. Todos vocês estão certos quando dizem que sou um viciado em trabalho, eu não conseguiria dar a vida que você merece. A vida que nós merecemos, como eu te disse, perdemos tempo demais.
— Deve ter sido difícil para você.
— Foi, não vou mentir, mas estou me convencendo que nossos pais iriam preferir que a gente estivesse feliz. Você e eu. A loja foi o sonho deles, Flor e eu tive conversas com você o suficiente ao longo de nossa vida para admitir que eles não nos deram muita chance de ter o nosso próprio sonho. Nunca serei ingrato à loja e aos dois, eu sempre digo que não sou um hipócrita. Eu sei como a nossa vida é bizarramente muito melhor. Mas agora meu sonho mudou.
— E qual é seu sonho? - Ela me pergunta com a voz embargada, eu faço questão de não desviar meus olhos do dela. Eu quero que ela veja a sinceridade que está em mim e nos meus sentimentos.
— Você. Serra Dourada. A Lago Encantado. Espero que você tenha um emprego para mim aqui porque não sei se consigo ficar sem fazer nada. Aliás... Eu gostaria mesmo de...
Ela me interrompe.
— Investir nos chalés.
Eu me calo sem graça.
— Como você sabe disso?
Ela sorri e me dá um selinho.
— Eu conheço você e eu não vou me fazer de rogada. Mas não quero falar de negócios hoje.
— E sobre o que você quer falar?
Seus braços circulam meu pescoço.
— Sobre como o meu namorado é lindo.
Então, ela me beija e sei que sou o filho da puta mais feliz desse mundo.
— Eu não quero esse título, Flor.
Ela estranha e vejo que fica sem graça, quase rio. Como é possível que ela pense que eu não a quero?
— Não?
Eu me levanto e pego a grande caixa de papelão que veio comigo.
— Isso é pra você.
— O que é isso?
— Abra...
Ela abre e arregala os olhos... Eu vejo a surpresa passar por seu olhar, mas há algo ali que eu não consigo bem decifrar.
— Isso é o que estou pensando?
— São 1000 tsurus. Sei que são muitos, sei lá, podemos usar para decorar, deixa o estoque para colocar no quarto dos hóspedes como você sempre faz ou até jogar fora se você quiser, mas eu sabia que você entenderia o que significa. Desde o seu aniversário que eu tenho feito, você se lembra da lenda, certo? Quando fazemos mil, temos um pedido realizado e aqui está o meu pedido. - Então, retiro a caixinha de veludo do meu bolso, eu me ajoelho - Você quer se casar comigo?
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O Lago Encantado
DragosteATENÇÃO: ESSA OBRA É +18 🔞 E CONTÉM TEMAS SENSÍVEIS (VIOLÊNCIA E SEQUESTRO) QUE PODEM DESPERTAR GATILHOS. OS CAPÍTULOS SERÃO SINALIZADOS. CUIDE SEMPRE DE SUA SAÚDE MENTAL Ana Flora Albuquerque, agora apenas Ana, deixou sua vida para trás e chegou n...