Epílogo: Longe de imperial

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Em frente às lápides dos meus irmãos juntos, meus olhos enchem de lágrimas, meus pais resolveram colocar na capela da família Duarte, era triste mas o lugar causada paz, talvez eles estejam em paz agora que tudo acabou oficialmente.

—Oi irmãos, espero que estejam bem onde quer que estejam, conseguimos acabar com aquela maldição e são quase três semanas que tudo acabou. A Fernanda nem ao menos teve a oportunidade de descobrir de fato o que tinha de errado com ela, mas eu posso dizer agora que não tinha absolutamente nada de errado em você nanda, e nem em você heitorzinho, muito menos em você Bernardo, meu salvador.— Seco uma lágrima solitária. —Nossos pais não sabem até hoje sobre isso, e nem vão saber, eles jamais vão superar que perdeu os três filhos que criaram com tanto amor em menos de uma semana de uma vez só, está sendo horrível ser filha única agora, mas eu vou suportar por vocês.— Coloco uma flor em cada túmulo. —Amo vocês.

Deixo uma flor no túmulo de Gustavo também, que ele esteja descansando em paz agora, se ele estivesse aqui, ele com certeza estaria feliz pelo nosso sucesso.

Meus pais estavam me esperando do lado de fora do cemitério, de cabeça baixa, eles odiavam cemitério desde que tiveram que enterrar os três em pouco período de tempo.

—Conseguiu se despedir deles?— Minha mãe pergunta quando entro na Brasília e eu concordo com a cabeça.

—Sim, podemos ir agora. E eu prometo que a gente vai ser feliz de novo, sei que eu não sei suprir nem cinco por cento da falta dos meus irmãos, mas prometo tentar.— Dou um beijo na bochecha de cada um, meu pai sorri sem emoção.

Estávamos muito abalados ainda, mas a ferida vai se fechar aos poucos, eu acredito nisso. Checo meu celular e sorrio satisfeita quando vejo a mensagem de Yago dizendo que já estava de viagem com a sua mãe.

Estávamos saindo de imperial, eu estava destruída psicologicamente e fisicamente, meus pais não estavam se sentindo bem naquele lugar e naquela casa que causava tantas lembranças para nós, decidimos todos se mudar para São Paulo. Imperial foi o lugar que eu nasci e construí uma vida, mas não pretendo voltar para cá nunca mais.

Yago resolveu seguir meu conselho e também saiu de casa com a sua mãe, deixando todo o mal aqui, que era o pai dele, ele conseguiu responder nas autoridades e tudo foi dado como legítima defesa com câmeras de segurança e testemunhas da rua, estava oficialmente livre de qualquer denúncia, e agora vai viver uma vida mais tranquila com a sua mãe em outro estado, e na mesma rua que eu para não precisarmos namorar a distância.

Rebecca voltou para o Japão com os seus pais, está em terapia depois de tudo isso e para evitar o impulso de se importar com coisas fúteis, ela acabou levando cinco pontos pelo corte no pescoço mas agora estava bem, nos falávamos todos os dias pelo telefone.

E Zana? Bem, ela também saiu de imperial, diz que conseguiu uma bolsa de estudo para Nova York, eu obviamente apoiei e desejei que ela seja muito feliz lá. Eu sei que não era apenas uma bolsa de estudo, depois daquele dia da luta, sei que Zana escondia muita coisa.

O sonho de ser atriz ainda estava no meu coração, mas precisaria de um tempo para voltar a ver uma faculdade de novo, virou um motivo de crise de ansiedade toda vez que eu vejo uma na minha frente, um dia eu terei que enfrentar esse pavor, mas não precisa ser agora.

Enquanto estava distraída pensando e olhando para fora, meu pai parou no engarrafamento da pista, e algo me chamou a atenção. Era um grupo parado em alguma espécie de loja, estava com capuz vermelho assim como Pâmela, eu não consegui ver o que estavam fazendo pois estavam longe, mas era bizarro mesmo assim.

Olho para a fachada da loja e tomo um susto com o letreiro escrito "Os Sanguinarius estão em todos os lados" com sangue escorrendo. Esfrego meus olhos, estou delirando?

—Mãe? Você está vendo aquilo ali?

—Aquilo o que menina?

—Ali, as pessoas de capuz vermelho.— Tento apontar e ela estreita os olhos para poder ver.

—Não vejo nada.

Então, só eu estava vendo? Decido deixar para lá, já passei por coisas assustadoras demais.

Sorte minha que irei embora desse lugar, e nunca mais verei isto novamente.

Sorte minha que irei embora desse lugar, e nunca mais verei isto novamente

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Obrigada por ter lido até aqui, espero que tenham gostado.

Até a próxima! <3

Os Sete Pecados Capitais [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora