Capítulo 13: Sete dias da semana

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Imperial, Rio de janeiro
24 de junho

Quatro dias se passaram, quatro longos dias que eu não sabia de nada sobre o Yago e nem o paradeiro dele

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Quatro dias se passaram, quatro longos dias que eu não sabia de nada sobre o Yago e nem o paradeiro dele. Hoje era quinta, praticamente uma semana inteira já tinha se passado.

A polícia estava por todos os lados de imperial, a cada cinco minutos os noticiários paravam a programação normal para mostrar ao vivo às buscas por ele, era surreal o tanto que esse caso ficou grande, eles estavam realmente dispostos a encontrar Yago. Sabemos que se fosse uma pessoa branca não teriam visto isso como algo extremamente grave, mas ele era um homem negro e pobre, "altamente perigoso" como eles vivem falando em entrevistas, pelo andar da carruagem sim, ele era um homem perigoso e até para ele mesmo.

O pecado mais violento e mais descontrolado tinha se apossado da pessoa mais doce que eu já conheci, e isso é muito injusto. Eu já tinha enviado inúmeras mensagens e ligações para ele na tentativa de receber uma mensagem de volta, mas não tinha nada, nem ao menos sabia se ainda estava vivo.

Eu tento ir à faculdade ainda, fingir que nada está acontecendo e que na verdade a minha vida estava um caos completo, mas eu não conseguia focar na maior parte do tempo, as pessoas me olhavam como se eu fizesse parte do crime de Yago, polícias me paravam frequentemente na rua me perguntando se eu sabia de algo, não estava sendo fácil. Agora já devia ser meio-dia ou um pouco mais, estava caminhando até a casa do pai e da mãe de Yago, queria pelo menos alguma coisa que me garanta que ele não fugiu para se salvar das garras dele ou algo assim.

Bato no portão de aço que estava enferrujado e quente pelo sol que batia nesse horário, uma mulher de estatura baixa e negra com os olhos cansados e cabelos pretos e ralos desgrenhado abriu o portão para mim, eu reconheci imediatamente a mãe dele. Ela tinha uma expressão de tristeza quando me olhou, estava sofrendo tanto quanto eu.

—Oi Sofia, deseja algo?— Eu afirmo com a cabeça levemente um pouco constrangida.

—Eu... Só queria saber se o Yago voltou ou deu algum sinal de que estava bem, esses dias eu não consigo parar de pensar nele.— Engulo em seco para conter as lágrimas que estava querendo brotar dos meus olhos sem a minha permissão, eu não queria chorar na frente dela para não piorar a situação.

Sei que Yago amava a mãe dele tanto quanto eu amo a minha mãe e meu pai, ele só se lamentava porque ela não criava uma atitude para ir embora de vez e esquecer seu pai. Agora com ele tão longe e sumido, sua mãe com certeza sofreria mais ainda nas mãos deste homem desonesto e violento.

—Venha querida, entre um pouco por favor, está muito sol aí fora.— Ela me dá espaço para passar e eu fico ainda receosa por pensar que o pai dele estivesse, mas pelo silêncio eu creio que não. Acabei aceitando e entrando. —Yago ainda não deu sinal de vida, eu também estou muito preocupada com ele, mal consigo dormir a noite na esperança dele aparecer a qualquer momento, era só isso que eu queria agora.— Sua voz carregava muita dor, era uma mãe que havia perdido seu filho e não sabe o paradeiro dele por quatro dias.

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