cristal escreveu algo - crisnata

capítulo 5

— POV: Renata

Eu acordo depois de Cristal, como de costume. Ela está sentada na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, mexendo no celular.

- Bom dia, "xerosa" — Falo enquanto tento me manter acordada.

- Boa tarde, né? — Ela fala — Se levanta logo pra gente ir na Braba.

     Resmungo e me sento ao seu lado.

- Tá olhando o que? — Pergunto e ela fecha o celular.
- O AnjosHot, por que? — Ela pergunta com aquele tom provocador.

- É mesmo? — Pergunto — Dei match com uma gatinha lá esses dias.

- Ah é, Renata? Entendi — Ela fala fingindo ciúmes, apesar de eu saber que ela se incomoda um pouco com essas coisas. Cristal não sabe brincar.

     Me aproximo dela e viro seu rosto em direção ao meu. Ela revira os olhos e depois aceita o beijo. Em todo esse tempo em que eu conheço a Cristal, nunca imaginei que estaríamos assim, nem mesmo quando eu já estava apaixonada por ela. Estar aqui na cama com ela, podendo beija-la sem fazer showzinho e mostrar o que eu realmente eu realmente sinto... parece um sonho. Um sonho bom pra caralho.

- Vamos, Renata — Ela se afasta — Se arruma.

     Troco de roupa - Cristal obviamente critica quase todas as peças - e saio com Cristal e Margot, que estava no hotel e aproveitou a carona.

     Depois de resolver umas questões com as recrutas, Cristal, Selena e eu decidimos fazer uma lojinha. Selena ficou do lado de fora e Cristal ficou encarregada de pegar o dinheiro, me tendo como cobertura.

- Quando que você vai conseguir uma parafal pra mim hein, Renata? — Ela pergunta ao abrir o cofre.

- A gente mal voltou pro crime, princesa. Que pressa é essa? — Pergunto.

- To precisando de uma parafal nas minhas mãos, totalmente carregada e pronta pra matar uns — Ela fala sorrindo enquanto começa a pegar os maços de dinheiro.

- Relaxa, Cri. Vou conseguir uma. Sabe que por você eu faço tudo — Eu falo e pisco quando vejo que ela se virou para mim.

- Que meloso, Renata — Ela volta a pegar as notas.
- Você gosta.

     Ela apenas ri e continua o serviço. Me concentro na minha própria tarefa, apontando a arma para a porta. A essa altura, os pms já devem estar a caminho.

     Quando Cristal já pegou mais da metade do dinheiro, Selena chama nossa atenção no rádio. O som de sua voz vem acompanhado de uma sirene cada vez mais próxima. Tem uma viatura por perto.

     Cristal acelera, guardando as notas sem ligar para o espaço que estão ocupando. A sorte é que a mochila é grande o suficiente para caber tudo. Escuto alguns tiros vindo de fora e Selena avisa que já viu dois pms na lateral da loja e que deve ter pelo menos mais dois vigiando a entrada.

     Logo que Cristal acaba, corro para trás do caixa, deixando ela tomar o meu lugar. Algum pm atira na entrada no processo, fazendo uma das portas abrir.

     Aponto para a direção de onde vieram os tiros e arrisco a sorte. É claro que eu acertei. O pm troca tiro comigo mas não consegue fazer nada além de me dar um raspão no braço. Ele cai em poucos segundos.

- Levei um — Falo no rádio.

- To quase levando esses aqui, os dois já tomaram muito — Selena fala e, quando ela termina, escuto mais uma rajada de tiros.

     Vejo Cristal correr para uma das prateleiras, mirando no outro lado da rua. Vou para perto dela para ter visão e, depois de alguns minutos, o pm começa a tentar nos acertar. O problema é que duas boas atiradoras conta um atirador ruim não dá muito certo para o atirador ruim.