Doze

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Como infelizmente prometido, Bruce realmente se deparou com Vance em frente ao seu armário na saída das aulas do dia seguinte.

Ela procurou Finney e Robin com o olhar, esperando receber algum suporte e, ao mesmo tempo, rastreá-los para que não os perdesse de vista nos próximos minutos, mas nada encontrou.

Com um suspiro frustrado, Bruce percebeu que não tinha opção senão falar com Vance, porque a outra garota provavelmente sabia onde Finney e Robin estavam.

Ao se aproximar, Vance, que antes encarava o chão com tédio, levantou o rosto e abriu seu sorriso provocativo.

Bruce sentiu um arrepio profundo e invasivo enquanto seu coração acelerado lhe alertava que aquele plano de ir com Vance não daria certo.

Mas, então, por que essa mesma sensação lhe dizia para continuar naquele caminho?

— E aí, princesa. - Vance desencostou de seu armário e liberou espaço para Bruce mexer nele.

Bruce revirou os olhos e a ignorou até que terminasse de colocar seus materiais e bolsa no compartimento - ela não iria carregá-los para todos os lados.

— Por que está me ignorando, hum? - Vance riu quando Bruce fechou o armário e encostou o braço ali, apoiando-se nele. — Você é tão má, princesa.

— Cale a boca, Vance. - Bruce bufou e cruzou os braços. — Cadê a Fionna e o Robin?

— Não era para eu calar a boca?

— Céus, como você é irritante!

Vance desencostou do armário novamente e colocou a mão na cintura, sem desmanchar seu risinho persistente, irritante e tão...

Tão atraente... Bruce corou fortemente e se repreendeu por tal pensamento.

— Eles já foram, a sessão deles é daqui a pouco. - Vance apontou para a entrada com o polegar. — Então é melhor nos apressarmos, não é, princesa?

Bruce não entendia por que Vance havia lhe implantado um apelido - que inclusive roubara de Dylan -, muito menos por que gostava dele. No dia anterior, havia ficado incomodada porque havia sido chamada de Bruce, e aquilo era um absurdo!

Por que gostava tanto de Vance lhe chamando de princesa, mas odiava quando era Dylan?

Talvez fosse por Vance não queria nada a mais consigo como Dylan... Não, não era isso. Era algo diferente.

Com seu silêncio, Vance presumiu sua concordância e pegou sua mão sem hesitar. Antes mesmo que Bruce reagisse, a encrenqueira, delinquente e mal falada Vance Hopper estava de mãos dadas consigo enquanto saíam da escola.

De repente, mão de Bruce estava quente e não era de suor. Aquele ritmo acelerado que havia assumido seu peito apenas duplicou e ela pensou que iria cair no chão, pois era realmente forte.

As pessoas não lhe olhavam, muito menos comentavam, talvez porque Bruce era popularmente gentil e era de senso comum que ela andava com qualquer tipo de pessoa, qualquer mesmo.

O que não era de conhecimento comum era que Bruce odiava Vance.

Mas, se a odiava tanto assim, por que Bruce não soltava a mão alheia? Por que não sentia que aquele contato ultrapassava seus limites como os que tinha com os garotos?

Por que, na verdade, Bruce tinha medo de deixar aquele toque se esvair?

Vance assobiava uma música, deslocada sobre os sentimentos da garota que segurava sua mão. O biquinho que seus lábios formavam era tão precioso que Bruce se questionou, por um instante, como era ter sua pele em contato com ele.

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