CAPÍTULO 3

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KAYLA MILLER 

Ao chegar no apartamento, tomei um banho e peguei no sono. O cansaço me consumiu e dormi muito essa manhã. Quando acordei, depois da minha higiene matinal, sai do quarto e percebi que Giana estava preparando a refeição. 

— Nossa, já está acordada? 

— Sim, cheguei às 4 da manhã e acordei às 10. Estou habituada a dormir pouco. Me fala, como foi o primeiro dia de trabalho. 

— Ah, existem coisas estranhas, mas não posso falar, pois a multa é uma fortuna. 

— Eu sei do que se trata.

Arregalei os olhos e puxei uma cadeira da mesa de refeições. Giana, como uma boa fofoqueira, também se senta e eu fico ansiosa para saber mais. 

— Como você sabe? Me conta.— fico ainda mais curiosa.

— Antes de trabalhar nos jogos, eu passei pelo clube e fiquei seis meses trabalhando lá. Sei do contrato e do que se trata.

— Como assim, do que se trata além de sexo?

— Você é tão inocente, amiga!

Começo a ficar mais atiçada em saber mais. Não sei por que me interessei tanto no assunto, justamente eu, que nem ao menos transei na vida. 

— Aquilo é um clube de BDSM!

As siglas me fazem lembrar algo que li, mesmo assim, não sei como funciona, nem a relação com aquelas portas. 

— Tipo, Christian Grey da vida real? — tento entender melhor ao exemplificar, fazendo Giana gargalhar muito. 

— Isso, exatamente. Isso existe e é mais comum do que imaginamos. Aquilo é um clube onde se encontram, bebem, conversam e conhecem novos praticantes convidados. 

Fico ainda mais confusa. Isso é como se fosse o submundo. Aquelas luzes vermelhas e o entre sai daquelas malditas portas que me fazem ter vontade de entrar e descobrir. Como uma seita organizada, é isso que estou entendendo. 

— São para sócios?— continuei os questionamentos. 

— Sim, isso mesmo. Não é simplesmente entrar e participar. Caso o integrante quiser levar algum praticante novo, precisa fazer uma inscrição e ser aceito. É muito sigiloso. 

Encostei na cadeira e cruzei os braços. Começo a recordar dos momentos que analisei na noite passada, vindo na minha memória é o homem. Ele é tão charmoso e o olhar pareceu me paralisar. Os cabelos escuros bem penteados, o terno alinhado e sem dúvidas, deve ter um corpo impecável. Os olhos são claros, a mandíbula bem desenhada e um rosto bem cuidado. 

— Mas… e as portas?— olho para a minha amiga novamente. 

— São alas de práticas BDSM, tudo muito organizado. Em uma, existem suítes para práticas individuais. Mas como são, não faço ideia. É muito restrito. 

— Imagina só entrar e ver um grupo inteiro trepando freneticamente.— pensei em voz alta.

Giana arregalou os olhos e quando olhei para ela, não conseguia conter o riso, caímos na gargalhada. 

De uma coisa tenho certeza, esse clube é muito interessante. Não sei o motivo, mas me senti muito interessada em saber mais, achei um ambiente envolvente e as pessoas se tratam com tanta cordialidade. Não é para menos, se depois, estarão sendo açoitadas. 

— Melhor nos alimentar, pois a hora passa rápido e no fim da tarde, devemos estar no trabalho. 

— Tem razão. 

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