É demasiada loucura.
Fantasia utópica e nada mais.
Desejo e voraz anseio pela qual errantes nômades caminham incessantemente pelos vastos desertos de sua erudição superficial.
Em busca da resposta definitiva para os devaneios de sua existencialidade não compreendida.
E acaso haveria maior perfeição do que o alvorecer único do presente momento. Que se vai tão rápido quanto nossa percepção dele?
Um dia único de uma vida única de uma existência única.
Haveria maior loucura?
E não se trata apenas dos que vagueiam, com tenaz obstinação, em meio a cavernas, montanhas e vales.
Buscando incansavelmente aquilo que não pode ser achado.
Em demasia se afigura em suas almas
O ardente desejo angustiante pela esperança inalcançável.
Não é isto apenas.
É sobremaneira apavorante!
Nada! Absolutamente nada viria a ser mais aterrador do que a concepção que em propaga-se em lábios indoutos.
Aquilo pela qual se aflige a alma e o espírito
Se negligencia a vida e sua virtude
Nega a sabedoria e a coloca para longe de sua mesa. Que por sua vez está farta com os mais ricos e saborosos deleites, os quais apodrecem sem ao menos serem tocados.
A busca ineficaz por "algo mais"
Sempre mais..., sempre mais..., sempre mais...
Como fim último de toda existência humana.
O lado subjetivamente maléfico da esperança é sempre esperar, enquanto se ignora que o que há de mais belo e perfeito é aquilo já o rodeia...
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Fragmentos de uma existência: As sombras do subjetivo
PoesíaNão há um jeito certo de observar a própria sombra (ou sombras). Há quem nunca se dê conta delas a vida toda. Mas sua realidade é inegável, e como diria Jung, quanto mais a negamos mais elas nos dominam. A magia curativa que elas possuem é proporcio...