Um raio de luz atravessa a minha fronte
Contemplo os céus enquanto voo sobre o abismo vertiginoso da minha própria sombraUma serpente circunda meu braço
E ao redor do interior mais profundo
Da escuridão caótica da minha alma
Sobrevoa um corvo
A águia alça voos através das forças mais ocultas
Que tocam o solo ainda escuro e esfumaçadoEu sou o Ser que salta e dança em meio ao fogo que te consome
Sou o retrato da sua incredulidade culpada
Os restos esquecidos do que você não quer ver
Meu coração ruge
Minha alma pulsa, grita, geme
De prazer e de dor
Afirma a existência e a destróiQuero aquilo que você quer
Mesmo que você não queira aquilo que quer
Sou o fogo da paixão e a dor da queimadura
Guio você pela senda escura do caminho que você não quer percorrer
E levo você para o silêncio ensurdecedor de seus abismosSou o seu sonho mais lúcido,
Mais lúdico,
E mais tenebroso
Sou as asas que te fazem deslizar por uma música
E sou o cão fedegoso que você ignora na ruaSou o demônio que você vê no espelho
Enquanto maqueia um "santo" na sua fac
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Fragmentos de uma existência: As sombras do subjetivo
PoesiaNão há um jeito certo de observar a própria sombra (ou sombras). Há quem nunca se dê conta delas a vida toda. Mas sua realidade é inegável, e como diria Jung, quanto mais a negamos mais elas nos dominam. A magia curativa que elas possuem é proporcio...