⛧ 𝗗𝗔𝗥𝗞 𝗜 cαριтυℓσ ¹¹ を ♱

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Celestia estava em seu quarto, abraçada a um travesseiro com uma manta peluda e confortável que a aquecia

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Celestia estava em seu quarto, abraçada a um travesseiro com uma manta peluda e confortável que a aquecia. Tentava dormir, mas já era tarde e a noite em Nova York estava escura e silenciosa. Sem conseguir descansar, saiu do quarto em silêncio, com um rosto exausto. Foi até a cozinha para beber água e refletir sobre a vida.

Ao olhar para o sofá, viu que Nicholas havia bebido alguns copos de vinho e caído em um sono profundo, roncando com as pernas sobre a poltrona. Celestia sorriu e cobriu-o com um cobertor, tirando os copos sujos e as garrafas de vinho e colocando-os na pia. Anthony estava em seu quarto com a porta trancada, provavelmente dormindo também, pois ela podia ouvir seus suspiros baixos.

Ela voltou ao seu quarto, abriu a janela e deixou o vento frio e aconchegante bater em seu cabelo e rosto.

Quando Celestia estava distraída, olhando pela janela, viu um homem com uma roupa roxa e azul colada ao corpo, que exalava elegância e alegria. Ele usava uma máscara que realçava seu rosto atraente, e seus lindos olhos castanhos e cabelos castanhos arrumados para o lado, com pequenas mechas caindo sobre a testa, chamaram sua atenção.

O homem subiu ao teto de uma casa com a agilidade de um gato, movendo-se entre pequenas caixas de madeira enquanto sorria para os policiais que o perseguiam. Ofegantes, os policiais tentaram subir no mesmo teto, mas o homem de traje roxo e azul simplesmente se jogou para o outro lado da casa. Em vez de se machucar, ele caiu na posição de um gato e continuou correndo. Tanto Celestia quanto os policiais ficaram surpresos.

Quando os policiais finalmente conseguiram chegar ao outro lado da casa, tudo o que encontraram foi uma parede pintada com tinta azul, onde estava escrito em inglês: "Stupid cop," que significa "Policial estúpido" em português. O inglês era a língua nativa de Nova York, assim como de Las Vegas, onde Celestia, Nicholas e Anthony estavam. No inferno, a língua nativa também era o inglês. Aquele homem de traje roxo e azul era conhecido por ser brasileiro.

Celestia correu rapidamente até Nicholas, que estava bocejando, meio acordado. Ela perguntou a ele enquanto ele tentava entender o que ela dizia:

— Nicholas, acorde! Quem é aquele bandido com máscara e traje roxo e azul?

Nicholas bocejou, ainda sem entender nada, e tentou voltar a dormir, mas Celestia o puxou pelas mãos até a janela. Nicholas prestou atenção nos policiais, mas logo olhou para um beco escuro. Ali estava o homem que Celestia tinha visto antes, saindo correndo. Antes de desaparecer na escuridão, ele olhou para a janela onde Celestia e Nicholas estavam e sorriu, mandando beijos para os dois antes de desaparecer na escuridão, com um cordão de pérolas nas mãos, que ele enfiou no bolso. Nicholas sorriu e disse:

— Ah, esse homem é só um bandido qualquer de Nova York. Chamam ele de "Crazy Trickster". Mas quem eu quero enganar? Esse cara é maluco, mas também um gatinho. Ele é jovem e tem um corpo tão másculo...

Celestia ficou olhando para o nada novamente, curiosa para saber mais sobre aquele homem, pois ele havia chamado sua atenção. Parecia que Nicholas também estava bastante interessado nele, já que sabia muitas coisas sobre o criminoso chamado Crazy Trickster. Nicholas cruzou as mãos enquanto bocejava e disse:

— Dizem por aí que ele trabalha para "As Três Fúrias". Mas esse lado forte e fodão que ele exala quando está com essa roupa de crime é só uma farsa. Comentam que ele é bastante sensível, mas também muito louco na visão dos outros. Mas, para mim, ele só quer curtir a vida.

Tudo o que Nicholas estava falando sobre Crazy Trickster era verdade. Por trás de toda aquela coragem, havia apenas um garoto chorando pela mãe e pelo pai. Crazy Trickster corria pelas ruas de Nova York até entrar em uma rua deserta, de onde saía rapidamente disfarçado como um policial, segurando uma lanterna como se estivesse em patrulha. Ele levava uma vida dupla: para se misturar, disfarçava-se de policial, um policial doce e gentil. Ele era jovem e bonito, e sua lábia fácil de acreditar o tornava um manipulador habilidoso, embora também fosse facilmente manipulado. O verdadeiro nome de Crazy Trickster era Lucas Jardim, um brasileiro que morou no Rio de Janeiro sua vida inteira.

Desde criança, Lucas tinha o vício de roubar coisas pequenas e grandes para ajudar em casa, pois sua família era muito pobre e enfrentava dificuldades extremas. Quando Lucas tinha 10 anos, após a morte de seu pai, ele, sua mãe e seus irmãos enfrentaram uma pobreza ainda mais severa. Seus três irmãos passavam fome enquanto sua mãe estava doente na cama. Desesperado, Lucas começou a roubar comida ou pedir ajuda às pessoas, mas ninguém lhe dava nada. Um dia, ele roubou um anel bonito de prata, que certamente valeria muito dinheiro se sua mãe o vendesse. No entanto, sua mãe recusou, dizendo que aquilo não era o certo a se fazer. Indignado, Lucas não entendia por que sua mãe preferia morrer de fome junto com os filhos pequenos.

Alguns anos depois, quando a crise econômica da família estava um pouco melhor e seus irmãos já eram capazes de cuidar de si mesmos, a mãe de Lucas estava à beira da morte. Ela olhou nos olhos de Lucas, segurando sua mão e deixando algumas lágrimas caírem, e disse:

— Meu pequeno, você já tem 13 anos. É incrível o quanto você cresceu e se tornou um lindo garoto. Prometa para mim que nunca mais vai roubar de novo. Você tem um bom emprego como jovem aprendiz, não tem? Naquela lanchonete, fique lá. Espero que ela cuide de você assim como eu cuidei de você e de seus irmãos.

Poucos minutos depois, a mãe de Lucas fechou os olhos lentamente, enquanto suas últimas lágrimas caíam, molhando seu rosto marcado pela idade, com manchas e feridas. Lucas se apoiou na cama e começou a chorar. Ele havia prometido que nunca mais roubaria, mas algo o fez voltar ao mundo do crime, dessa vez pior do que antes. Ele se tornou o "Crazy Trickster" em Nova York e, no Brasil, era conhecido como "Malandro Maluco."

⛧ ∂¡ν¡иα тєитα¢ασ ♰Onde histórias criam vida. Descubra agora