Belfegor desapareceu, deixando uma neblina negra enquanto a mulher observava, seus cabelos longos voando antes de retornarem ao lugar após o desaparecimento de Belfegor. Ele reapareceu no mesmo beco escuro, usando magia para localizar Celestia. Com um toque de poder, a imagem de Celestia surgiu na sacada de seu apartamento, aparentemente perdida em pensamentos profundos ou apaixonados. Belfegor sorriu, satisfeito. Sentindo o crescente sentimento dentro de Celestia por alguém desconhecido, ele aprofundou sua investigação, descobrindo o jovem Kaleb sentado à mesa na cozinha de sua casa, parecendo igualmente pensativo. Com uma voz sarcástica, Belfegor murmurou para si mesmo:
— Ah, parece que os dois pombinhos estão se apaixonando. Mas isso é quase impossível, uma impura e um padre. Que idiotice... Talvez não. Usar esses sentimentos a meu favor seria divertido. Vamos aproximá-los mais para que o amor deles cresça, e então farei o que quiser com eles. Que ridículo, tornar-me cupido de crianças.
Belfegor referia-se a Celestia e Kaleb como crianças por serem mais jovens do que ele.
Belfegor sorriu para frente, soltando algumas gargalhadas antes de retornar ao local onde estava sua nova serva. Celestia, realmente pensativa, não conseguia parar de pensar naquele garoto. Ela queria encontrá-lo naquele mesmo dia. Algo surgiu em sua mente e ela disse a si mesma, animada:
— A transformação!
Rapidamente, ela se dirigiu a Anthony, que estava sentado no sofá, enquanto Nicholas se entupia de bebidas, completamente alucinado, deitado de cabeça para baixo no outro lado do sofá. Anthony olhou para Celestia com preocupação enquanto a via magicamente mudar sua forma para um felino negro de olhos vermelhos e negros.
— Pra onde você vai assim?! Celestia! Lúcifer vai... ficar bravo.
Disse ele, aceitando a decisão dela e retornando ao seu lugar. Enquanto isso, Celestia escalava os telhados das casas da cidade, farejando o cheiro doce de Kaleb.
Celestia seguiu os telhados das casas da cidade, guiada pelo cheiro doce de Kaleb. Seu corpo felino se movia com agilidade, saltando de um telhado para outro, até chegar à casa de Kaleb. Lá dentro, ele estava jantando sozinho à mesa da cozinha, o olhar perdido na janela. Quando ele viu o gato negro miando manhosamente do lado de fora, seus olhos se iluminaram com surpresa e curiosidade. Ele se levantou, abriu a janela de vidro e estendeu a mão, acariciando o pelo macio do animal com delicadeza.
— Oi, gatinho — disse Kaleb, com um sorriso suave.
A gata, satisfeita com o carinho, começou a passar o corpo nas pernas de Kaleb, rosnando e miando de forma manhosa. Kaleb voltou a se sentar, observando o gato enquanto comia. A cada pedaço que levava à boca, a gata se esfregava nele, fazendo com que Kaleb se distraísse com suas atenções afetuosas.
No meio dessa interação, a mãe de Kaleb, Betty, ouviu o barulho do outro cômodo e gritou da cozinha:
— Kaleb! Dá um fora nesse gato que está miando na nossa porta!
Kaleb, ainda acariciando a gata, respondeu rapidamente:
— Está bem, mãe.
Ele então olhou para a gata com inocência e delicadeza, dizendo:
— Fique quieto, gatinho, shii.
Fez o sinal de silêncio com os lábios, tentando acalmar o animal. A gata, que a entendia, diminuiu os miados, mas continuou se enroscando nas pernas dele. Kaleb sorriu para ela, um pouco intrigado com a afeição repentina do animal, mas também se sentindo estranhamente confortável com a companhia.
Enquanto Kaleb terminava de comer, a gata permaneceu ao seu lado, olhando-o com olhos brilhantes e atentos. Ela rosnava baixinho, seus olhos vermelhos fixos nele, como se estivesse estudando cada movimento seu. Kaleb, sem perceber a verdadeira natureza da criatura ao seu lado, acariciava-a com ternura, apreciando a companhia inesperada.
A noite avançava e, apesar das insistências de Betty, Kaleb não conseguia se afastar da presença do gato. Algo nele o atraía de uma forma inexplicável, e ele sentia uma conexão estranha e profunda com aquele animal misterioso.
Depois de terminar sua janta, Kaleb se levantou da mesa, pegou seu prato e foi até a pia. A gata, curiosa, seguiu cada passo seu, se enroscando em suas pernas e observando seus movimentos com olhos atentos. Ele sorriu para ela enquanto lavava os pratos, admirando a maneira como o animal parecia confortável em sua presença.
Kaleb terminou de limpar a cozinha e começou a se dirigir ao seu quarto. A gata, que era na verdade Celestia transformada, seguiu-o silenciosamente, suas patas macias não fazendo nenhum som enquanto ela o acompanhava pelo corredor. Ao entrar no quarto, Kaleb se jogou na cama, exausto, mas satisfeito. Ele olhou para a gata que havia pulado na cama ao lado dele, se acomodando no cobertor.
Celestia, em sua forma felina, se sentia estranhamente confortável ao lado de Kaleb. A escolha de se transformar em um gato e entrar na casa dele havia sido uma excelente ideia. A presença calma e carinhosa de Kaleb a fazia sentir-se segura e conectada de uma forma que ela não havia experimentado antes.
Kaleb se virou para a gata, seus olhos azuis cheios de curiosidade e uma pontada de tristeza. Ele começou a falar, sua voz suave preenchendo o quarto:
— Sabe, às vezes eu me sinto um pouco solitário aqui. Você já se sentiu assim?
A gata, Celestia, inclinou a cabeça de lado, observando-o atentamente. Seus olhos vermelhos brilhavam com uma inteligência que Kaleb não podia compreender totalmente. Ele riu, percebendo que estava falando com um animal que, na cabeça dele, não poderia entendê-lo.
— Haha, que tolice a minha, né? Perguntar isso a um gato. Mas você é um bom ouvinte, sabia?
Kaleb estendeu a mão e acariciou a cabeça da gata, que fechou os olhos e começou a ronronar suavemente. Ele sentiu uma onda de conforto ao ouvir aquele som e continuou a falar, como se desabafar com a gata fosse a coisa mais natural do mundo.
— Às vezes, parece que ninguém entende o que eu sinto. Mas com você aqui, acho que me sinto um pouco menos sozinho.
A gata ronronou mais alto, e Kaleb riu novamente, sentindo uma conexão especial com aquele animal. Ele não sabia que Celestia, em sua forma felina, entendia cada palavra. Sentia a dor e a solidão de Kaleb e, de alguma forma, sentia-se determinada a aliviar esse fardo, mesmo que ele nunca soubesse a verdade sobre ela.
Kaleb se deitou na cama, a gata se aconchegando ao lado dele, e juntos, adormeceram. A presença da gata trouxe uma paz que ele não sentia há muito tempo, e Celestia, em silêncio, prometeu a si mesma que faria tudo o que pudesse para proteger aquele jovem que a fazia sentir-se tão especial.
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⛧ ∂¡ν¡иα тєитα¢ασ ♰
Roman d'amour18+ ❝Abra a boca, menino. Senão eu te punirei por desobediência. Não quer isso, não é verdade?❞ Descubra como a inocência de Kaleb Monroe ameaçada por uma força desconhecida e como sua vida é completamente transformada. Kaleb, desde os 7 anos, sempr...