⛧ 𝗗𝗔𝗥𝗞 𝗜 cαριтυℓσ ¹⁶ を ♱

37 19 10
                                    

Com as palavras de Celestia, Kaleb se afastou no sonho, se arrastando na grama, enquanto ela olhava para ele com ainda mais desejo e dizia:

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Com as palavras de Celestia, Kaleb se afastou no sonho, se arrastando na grama, enquanto ela olhava para ele com ainda mais desejo e dizia:

— Oh, que gracinha. Você está com medo de que eu devore você?

Kaleb, assustado, continuou a se afastar, saindo da grama e correndo para a escuridão de seu próprio sonho. Ele foi parar em um lugar cheio de neblina branca, onde não conseguia enxergar nada além de si mesmo. Nem Celestia estava visível. No entanto, enquanto Kaleb estava distraído e de costas, Celestia, escondida na neblina branca que ela mesma tinha criado, se aproximou dele. Ela passou suas garras pretas e afiadas pelo rosto do garoto, dizendo com sedução e leves gargalhadas:

— Você tem medo de eu arranhar você? Ou tem medo de outra coisa? Querido, eu preciso me alimentar para ficar forte. Senão, perderei meus poderes, tornando-me fraca como um mero humano, como você.

Celestia jogou Kaleb perto de uma árvore, e ele caiu ao chão, com os cabelos loiros cobrindo sua expressão desconcertada. Mesmo confuso, Kaleb dizia para si mesmo que sabia exatamente o que aquele ser demoníaco estaria disposto a fazer consigo. Kaleb, no entanto, não estava confuso em seu sonho. Ele sabia que estava sonhando, mas as sensações que ele experimentava eram incríveis, desconhecidas. Tudo que a demônia tocava nele e o corpo dela passando ao lado dele lhe deixava um sentimento inédito. Um simples virgem, Kaleb nunca tinha experienciado nada parecido, nenhuma interação tão obscena e provocadora com uma mulher. Assim, seus sentidos estavam em alta viga, acentuados por contato com essa faz-de-conta. Por um segundo, Kaleb acreditou que essa experiência era uma provação, um teste de sua fé.

Não obstante, Kaleb não estava restando. Com medo, ele observava Celestia se aproximando lentamente, agachando-se na grama. Se sua inquietação era palpável, seus olhos fugazmente dissecavam a figura de Celestia, enquanto seu coração batia fora dos baus. A demônia notou isso, desamparou-o de um jeito provocador e começou a se afastar, de costas para Kaleb, como se esperasse que ele sequer lhe seguisse.

Com um tom de voz que sugeria que a fome havia se apagado, ela murmurou sotilmente, de costas a Kaleb.

— Querer virgens inexperientes dá nisso. Não estou mais com fome, perdi o apetite.

Ela se afastou, esperando que Kaleb se aproximasse dela e implorasse pelo seu toque, mas ele simplesmente se sentou ao pé de uma árvore, orando em seu sonho:

— Meu Deus, me ajude. Eu nunca senti essa tentação pulsar em minhas calças. Por favor, Deus, me faça acordar desse pesadelo.

Celestia sorriu, insatisfeita, mas estalou os dedos, fazendo Kaleb acordar. Ele despertou suado, com a pele pálida, o coração disparado e seu membro duro como pedra, que alguns minutos estava amolecido.

Kaleb considerou aquela noite uma das mais estranhas que já tinha vivido. No dia seguinte, ele acordou cedo para se arrumar e estar na igreja católica às seis horas, onde passou um tempo orando para os santos e para Deus. Durante a manhã, ele contou todos os detalhes de seu sonho para seu amigo de infância, Benjamin, que tinha a mesma idade que ele. Benjamin apenas sorriu e disse entre gargalhadas:

— Kaleb, não faça tanto escândalo. Sebastian pode vir aqui e brigar com você. E, aliás, chega um momento na vida de todo homem em que ele... Bem, em que ele tem desejos assim como você sonhou. Mas sonhar com uma mulher demoníaca não parece muito normal, não.

Kaleb ficou surpreso e assustado ao ouvir de Benjamin que sonhar com uma mulher demoníaca não era muito normal. Depois, ele suspirou e disse:

— Talvez tenha sido apenas minha imaginação, nada mais...

Benjamin sorriu e deu leves batidinhas no ombro de seu amigo:

— Isso mesmo, são tentações do inimigo. E você não deve se cobrar tanto. Parece exausto, como se nem tivesse dormido. Por que não tira um dia para relaxar em casa?

Kaleb respondeu olhando nos olhos de Benjamin com um olhar sério enquanto caminhavam em direção à imagem de Santa Joana d'Arc. Ao passar os dedos pela imagem, percebeu que ela estava empoeirada e, pegando um pano junto com Benjamin, foi até a santa para limpá-la. Enquanto limpava, ele disse:

— Benjamin, você sabe que é meu dever estar aqui. Eu não sou mais apenas um coroinha, eu sou um padre. Você nunca pensou em se tornar padre em vez de apenas servir à igreja?

Benjamin ficou em silêncio por alguns minutos, encarando Kaleb. Ele servia à igreja desde criança e, naquela época, amava tudo aquilo. No entanto, com o tempo, sua fé foi enfraquecendo. Benjamin tentava seguir o exemplo de Kaleb e focar em se tornar padre, mas não queria cometer pecados que o tornassem impuro aos olhos de Deus. Ele disse calmamente:

— Às vezes, penso sobre isso, mas... não sei se realmente quero.

Kaleb o encarou com um olhar um pouco chateado, sussurrando:

— Você tem medo de ser padre por causa do que aconteceu, por seus desejos por outros...

Benjamin rapidamente colocou a mão na boca de Kaleb, impedindo-o de continuar. Mesmo em sussurros, Benjamin tinha medo de falar sobre isso. Ele sabia que sentir atração por outros homens, especialmente dentro da igreja católica, era considerado errado ou até nojento por muitas pessoas. Benjamin temia ser julgado, assim como foi durante o ensino médio, quando ele e Kaleb eram constantemente alvos de apelidos homofóbicos. Os garotos da sala os chamavam de "gay" e faziam comentários cruéis, especialmente sobre Benjamin. Naquela época, ele não entendia sua própria atração e sexualidade, e os apelidos o deixavam confuso e triste, já que ele nunca havia revelado a ninguém que era homossexual.

Benjamin passou sua vida inteira tentando gostar das garotas de sua classe, mas ele não conseguia. Ele só conseguia pensar em um dos garotos de sua sala que sempre sentava atrás dele, não fazia muitas coisas na aula e de vez em quando pedia ajuda para resolver questões. Esse garoto sabia sobre os rumores de que Benjamin era gay e usava isso a seu favor, flertando com ele por interesse.

— Gracinha, eu sei que você é religioso e tudo mais, mas eu queria só uma cola sua da terceira questão. Você não vai negar isso para seu amigo, vai?

O garoto sorria para Benjamin, com charme em seus olhos.

⛧ ∂¡ν¡иα тєитα¢ασ ♰Onde histórias criam vida. Descubra agora