~ Melissa.
Sexta-feira.
— Ei Mel? -eu estava passando pela porta de saida do estágio quando escutei aquela voz rouca, familiar, me chamar. Escutei seus passos apressados para me acompanhar e me virei.
— Oi. -sorri fraco, esperando ele dizer algo.
— Você tem algum plano pra hoje? -ele colocou ás mãos no bolso da frente da calça, tentando não ser invasivo.
— Tenho. -vi seus ombros cairem e sua boca contorcer como desaprovação.- Eu vou para Porto Nacional, é onde passo meus fins de semana, na casa dos meus pais. -ele me observava atento, parecia que queria algo, mas apenas suspirou profundamente.
— Ah, tudo bem. -disse coçando a nuca com uma de suas mãos.- Ia te chamar para sair, mas deixa para a proxima. -ele deu um sorriso sem graça e então tomei uma decisão inesperada.
— Quer ir comigo? -ele piscou diversas vezes, parecendo não entender o que eu disse ou pensou que eu estava brincando. Realmente fui precipitada, tentei recuar.- Os meninos moram perto, iremos fazer um churrasco por lá, pescar, andar a cavalo. -senti sua postura relaxar, parecendo entender de fato.
— A fazenda do Henrique e Juliano? -ele parecia surpreso.- Caralho! A terra prometida? -ele questionou mais uma vez, incrédulo, com a mão na boca.
— Sim. -dei de ombros, franzindo a testa.
— Mas Henrique vai surtar. -sua postura voltou a cair, demonstrando desapontamento. Revirei os olhos.
— Esquece isso! -dei uma olhada em meu relogio, marcavam 5:30pm da tarde.- Bom, caso queira ir, prepare as malas que vamos sair ás 7:00pm.
— Vamos? Quem mais vai? -ele espremeu os olhos.
— A Gi, minha amiga e colega de apartamento. -seu semblante mudou, se lembrando.
— Ah, claro. Tudo bem. -ele sorriu.- Te mando mensagem. -assenti. Gabriel me puxou para um breve abraço antes de ir.[...]
— Caralho, Melissa! -Giovana gritava em meus ouvidos enquanto eu tentava fechar minha mala.- Não acredito que chamou o Gabriel. -escutei meu celular vibrando e o peguei.- E ele já está la embaixo. -disse ao receber sua mensagem avisando estar estacionado bem em frente ao meu prédio.- Vamos? -me virei pera Giovana, jogando a mala no chão e puxando-a em seguida.
— Você surtou mesmo. -escutei ela falando nas minhas costas enquanto eu apagava as luzes e me direcionava a porta.- Você já havia dito que Henrique pirou, agora você leva o cara pra casa dele? -me virei brevemente.
— Caso você não se lembre, meus pais moram lá tanbém. Qualquer coisa Gabriel fica por lá.
— Agora eu vi que ela surtou mesmo. -ela bufou, tomando a frente e passando por mim.- O final desta história você me conta depois. -revirei os olhos, que assunto cansativo.Não sei qual o medo que Giovana tanto tem das reações de Henrique. Eu certamenre saberia que ele diria algo, mas não a ponto de surtar, brigar, seria apenas por ciumes. Mas sempre no final a gente se resolve e ele acaba cedendo. Se Henrique estiver com alguem, então facilmente fica melhor de lidar, pois ele esquece das outras coisas quando se tem algum mulher gostosa, 'meia boca', ao seu lado.
Desci as escadas e Giovana caminhou até seu carro, acenei para a mesma e fui em direção ao carro do Gabriel, iria com ele. Ao me ver, ele sorriu e desceu do carro, dando a volta para abrir o porta-malas.
— Boa noite, gatinha. -ele sorriu, me puxando para um abraço.- Cheirosa. -comentou, fungando em meu pescoço, me causando arrepios.
— Ei! -o adverti, me afastando.- Vamos que eu to doida pra ver meu povo. -comentei enquanto ele pegava a mala de minhas mãos e colocava no porta-malas.
— Achei que você tinha me dito que seus pais moravam lá. -comentou assim que entramos no carro. O olhei intrigada, sem entender.- Pelo tamanho da mala para um fim de semana. -disse se justificando, apontando para trás. Dei uma risada.
— Ah -dei de ombros, afivelando o cinto e atraindo minha atenção para o trânsito a frente.- Sempre costumo esquecer de algo. E sempre no final das contas uso blusa do Ricelly. -me peguei pensando.
— Ricelly? -ele me questionou, sem entender. O encarei e ele estava com a testa franzida.
— Fala sério! Não sabe que o nome de Henrique é este? -o questionei, incrédula.
— Jura? -ele me olhou brevemente, ainda a expressão confusa. Depois seu olhar voltou a estrada a sua frente.
— Csralho, Gabriel! -disse em um tom um pouco alto.- Criado em Palmas e não sabia disso?
— Ah, é que eu não sou muito ligado nessas coisas. -ele deu de ombros.
— Vai falar que nunca viu os meninos cantando por barzinhos?
— Sim, isso sim. Mas sempre se apresentaram como Henrique e Juliano. -dei uma risada.
— Tudo bem, vou dar um desconto.
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Melhores amigos
FanficNascida e criada no interior de Palmas -TO, Melissa com seus 20 anos está entrando em um estágio pela faculdade, onde cursa o sexto período em Medicina veterinária. Atualmente divide um pequeno apartamento com sua amiga, Giovana. Aos finais de seman...