Capítulo 1

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Aos 18 anos

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Aos 18 anos...

O sol estava quente àquela hora da tarde, um brilho lindo nas ruas da Avenida Visconde, 204. Enquanto eu caminhava rumo a casa onde cresci e passei parte da minha adolescência. A fachada estava diferente, as janelas um pouco escurecidas e a porta ainda era a mesma que eu me lembrava. A saudade que eu estava daquele lugar era enorme, precisei sair daqui quando ainda era novo, morei um tempo com a minha tia e estudei. Só quando finalizei a formação voltei para casa, mamãe me aguardava na porta, sua expressão carregada como sempre foi desde quando papai se foi e só nos deixou o básico.

Até aquele momento eu não entendia o motivo de tantos aperreios, papai trabalha em um bom emprego e de repente tudo virou de cabeça para baixo.

Que bom que voltou filho, está na hora de termos uma conversa. — Disse ela, servindo-me um café forte.

A senhora está séria. Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, aflito, o medo se apoderou de mim quando notei suas mãos calejadas e expressões cansadas, parecia que andava fazendo muito esforço físico.

Aconteceu, há alguns anos atrás. — Iniciou, olhando pela janela.

Bebi mais um pouco do café e deixei a xícara de lado, estava mais interessado no que ela iria falar do que pensar em comer. Apesar de ter feito um lanche na estação, nunca negaria um banquete da dona Margarida.

O que aconteceu? — Perguntei, curioso.

Seu pai e eu nos conhecemos na praça do Eucalipto, aquela perto da empresa que o mesmo trabalhava. — Falou, e eu rir, pois conhecia muito bem aquela história.

Sim, vocês me contaram essa história quando eu tinha 15 anos, amava ouvir ele dizer que foi amor à primeira vista.

É, ele era esforçado, havia me dito que a empresa foi idealizada por ele e o melhor amigo, mas algo de ruim aconteceu. — Contou, observei lagrimas escorrendo pelos seus olhos e tentei tocar-lhe, mas a mesma disfarçou e voltou a contar. — Elvis era ambicioso, forjou provas de roubo contra seu pai, o fez assinar papeis abdicando dos 50% daquela empresa, que o mesmo ajudou a construir.

A revelação me chocou tanto que minha cabeça demorou para processar, nada daquilo fazia sentido para mim naquele momento. Eu era muito novo naquela época e meus pais preferiram esconder todas as dificuldades que estávamos passando. Se eu soubesse que o responsável era o melhor amigo do meu pai, eu jamais teria aceitado a oferta da minha tia, teria ficado e ajudado mamãe a reaver os nossos direitos. Papai se atolou em bebidas e morreu em uma briga de bar, nos deixando uma pensão e poucas economias. Mas tínhamos direito a uma parte daquela bendita empresa, nossa vida poderia ter sido diferente, não foi por canto dele. Elvis.

Mas como ele forjou essas provas? — Quis saber, levantando-me, irritado.

Quem sabe jamais falará, ele teve pessoas de sua confiança que testemunharam contra seu pai.

Isso não pode ser verdade, eles eram amigos de longa data.

A ambição cega meu filho, seu pai estava tão deslumbrado com a empresa que não percebeu as verdadeiras intenções do amigo.

Eu estava completamente irritado, a vontade que tinha era de ir naquela empresa e reaver nossos direitos, mas não adiantaria de nada, ninguém nos ouviria. A não ser que procurássemos advogados capazes que descobrir toda essa fraude. Dei a ideia a mamãe, mas a mesma se irritou.

Jamais acreditariam em nós, Elvis é poderoso, influente, deve conhecer todos e com certeza nos vencerá. Precisamos de um plano. — Contou, mostrando-me uma planta, olhando parece uma casa enorme, mas quando vi as escritas, notei o nome da empresa Antonelli's Empress. — Eu infiltrei uma amiga lá, e a mesma conseguiu me enviar a planta da empresa, cujo nome agora é esse, antes era Castello&Antonelli's Empress.

Mãe, isso é arriscado demais, vão nos descobrir. — Tentei dizer, estava me assustando com tudo o que ela estava planejando.

É a nossa única chance, ou iremos voltar a viver na sarjeta. Você era novo, não lembra toda a necessidade que passamos. Com a morte do seu pai, tudo ficou ainda mais difícil.

Temos que agir dentro da lei, ou nunca nos darão razão!

Você parece o seu pai, aceitou tudo e correu feito um bebe chorão.

Porque ele aceitou? Porque não correu atrás dos direitos? — Questionei, queria saber.

Elvis ameaçou o seu pai, se não abrisse mão dos diretos, ia preso! — Confessou, chorosa.

Aquele plano era completamente louco, mamãe planejava entrar na empresa sem ser vista e procurar pelos antigos registros que eram depositados numa sala esquecido que ficava no subsolo do prédio. O risco que a mesma corria de ser pega era enorme. Por isso que eu estava receoso com tudo, mas se tudo isso for realmente verdade, não posso simplesmente ignorar o sofrimento que nos causaram anos atrás. Isso seria compactuar com a mentira e desistir do que é nosso por direito.

A partir desse dia, nos dedicamos a passar o nosso preciso tempo observando a empresa e ver o melhor momento para entrar sem sermos vistos, por meu pai ter passado anos aqui, conheciam a minha mãe, pois a mesma já esteve em algumas festas beneficentes quando tínhamos uma vida confortável. Foram dias de observação e tentativas totalmente falhas, mas acreditávamos que um dia conseguiríamos tudo o que nos foi tirado injustamente.

❤❤❤

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

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