Renato Castello cresceu com um sentimento de vingança, pois seu pai, Renan Castello, foi completamente injustiçado e posto na rua da amargura por quem achava ser o seu melhor amigo. O tempo passou e tudo foi completamente esquecido, menos pela famíl...
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O dia estava lindo e ensolarado, mas eu continuava com os mesmos hábitos. Além de estar atrasada, teria que assumir urgentemente o lugar da secretaria da minha irmã. A menina havia faltado por ter contraído uma gripe forte e estava de atestado médico. Eu literalmente não servia para isso, as vezes pensava que nada me encaixava. Elisa tentou me convencer a assumir a diretoria da empresa, mas aquilo me pareceu algo inalcançável. Papai nunca me deu essa oportunidade, mas eu entendia o motivo, meus estudos não eram capazes de suprir as necessidades do seu precioso império, sempre achou que não eramos capazes, mas Elisa o mostrou o contrário. Era uma das melhores CEO do país.
Papai estava doente, mamãe continuava em seu mundo particular, vivendo como ainda fossemos crianças. Nunca se conformou por ter sido abandonada pelo homem que sempre amou na vida. E o seu sacrifício só a fez piorar a cada dia, a enfermeira avisa sempre do seu estado, mas nada pode ser feito. Papai achava tudo aquilo maravilhoso porque quando mas precisou foi para ele que correu, nos fazendo passar por tantas humilhações.
Eu nunca guardei rancor por ter sido criada dessa forma, mas Elisa nunca os perdoo por nada. Tento conversar, faze-la entender, mas é inútil. Talvez o filho a amoleça, e a faça cair em si um dia. Eu continuo morando na mansão de papai, Elsa também estava, mas por enquanto está estudando fora do estado. Seu sonho de se tornar uma arquiteta renomada quase se concretizando graças a Elisa, pois se dependesse de papai, jamais ela estaria esbanjando do seu talento.
Olhei a hora no relógio de pulso e peguei um café, queria enfrentar o dia sem o sono excessivo, pois ficava até mais tarde organizando tudo para enfim começarmos o trabalho tranquilamente no dia seguinte. Estava prestes a ir até o elevador quando lembrei dos documentos que Elisa me pediu, voltei e peguei-os. Continuei meu caminho, cumprimentando quem passava, e assim que apertei o botão as portas se abriram, esbarrei em uma parede de músculos e meu café voou em sua direção, papeis também voaram e foi uma confusão só.
Me desculpei diversas vezes, pois além de sujar seu precioso terno, os papeis urgentes tinham se estragado. O estranho homem havia me ajudado a recolhe-los assim que percebeu meu desespero. Estava nervosa quando sua mão tocou as minhas e nossos olhares se cruzaram, meu coração palpitou e tive receio, isso nunca havia acontecido.
A vontade que eu tinha era de sair correndo, me sentia envergonhada e quando ofereci ajudar, o mesmo entrou novamente no elevador e me deu espaço, aceitei porque precisava refazer a impressão dos documentos ou Elisa me mataria. Ficamos em silencio enquanto o elevador descia, mas logo depois o mesmo começou a puxar assunto, parecia ter a necessidade de falar.
— Você trabalha aqui a muito tempo? — Perguntou, despretensioso.
— Sim, sou estagiaria desde a época do meu... Elvis. — Nunca dizia que era filha de Elvis Antonelli, tinha medo que me olhassem de outra forma.
— Entendi, eu estava indo falar com a CEO, tenho uma pequena empresa que está precisando de certos recursos. — Disse, mencionando minha irmã. Elisa era contra, mas eu também nunca dizia que era seu parentesco, apesar de que o pessoal que trabalhava em cargos mais altos sabia a verdade.
Não me estendi no assunto ou acabaria revelando a minha verdadeira identidade, pois Elsa adorava dizer que eu ficaria encalhada por muito tempo, se por um acaso não revelasse a todos que eu na verdade, era filha do poderoso Elvis Antonelli.
Os segundos passaram, o elevador chegou a primeiro andar e corri na recepção, precisava encontrar os arquivos e imprimi-los novamente, pois o meu celular estava tocando e com certeza era a minha irmã cobrando documentos que eu havia perdido por descuido.
— Você não ia falar com a CEO? — Perguntei, observando o estranho ir embora.
— Acho que ela está ocupada, talvez amanhã! — Disse, sorrindo, todo galante.
— É, eu acho que não daria mesmo, ela está sem secretaria.
Ele apenas balançou a cabeça e saiu pela porta giratória. Era impressionante como eu nunca tinha visto esse homem aqui, mas como eu ficava sempre nos bastidores, não via quem entrava e saia da sala da minha irmã, talvez se eu aceitasse o cargo que ela está me oferecendo, eu ficasse mais perto dos grã-finos.
Sorri, imaginando as diversas roupas chiques que iria vestir, com certeza nenhuma iria combinar comigo, que ainda usava óculos e quando me olhavam me confundiam com uma nerd. Eu não tinha problema de visão, mas preferia me disfarçar para que não notassem minha semelhança com a CEO, ou todos me olhariam de forma questionadora.
— Quem era o cara? — Thales perguntou, assim que me entregou os papeis prontos.
— Não sei, estava indo falar com a CEO.
— Sua irmã, você quis dizer. Quando vai parar de fingir que não tem nada a ver com essa empresa? — Thales era um colega da faculdade, conseguimos o estágio juntos, mas infelizmente era um bom observador, virá a CEO atrás de mim diversas vezes e por um triste acaso descobriu que eu era uma das irmãs Antonelli's. Sentia uma paixonite por mim, mas eu nunca lhe dei esperanças.
— Não quero falar sobre isso, aqui sou apenas uma simples funcionária.
Dito isso, peguei os papéis e finalmente entreguei-os a minha irmã um tempo depois, a mesma estava estressada, pois o TPM havia chegado e a deixava nervosa. Era quase fim de expediente quando Otávio chegou trazendo Diego consigo. O peguei um pouquinho nos braços e passeamos um pouco pela empresa, o menino já tinha quase 2 anos e Elisa se recusava a apresenta-lo a nossos pais, a mesma adorava fingir que era órfã. Eu não concordava com certas atitudes dela, mas a respeitava, afinal, foi ela quem nos criou e devemos muitas coisas a ela.
Quando finalmente o expediente se encerrou, esperamos todos irem embora para fecharmos a empresa. Quando tudo estava em ordem entreguei o pequeno a seus pais e preferi ir andando até o lugar onde eu deixava meu carro. Tudo parecia tranquilo, mas eu tinha a sensação de estar sendo seguida.
❤️❤️❤️
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