Yuhan e Yuná estavam em uma ilha ao norte que é anexa ao Reino dos Mortos. Para chegar lá, eles cruzaram o oceano por um trem com trilhos que passam por cima da água. Não há outro jeito de chegar naquele lugar se não for por meio marítimo.
Para entrar na ilha eles foram ser revistados e depois ganharam autorização para permanecer ali apenas por algumas horas. Yuná percebeu que o entorno da ilha era todo protegido por altos muros com guardiões que vestiam roupas brancas que cobriam dos pés a cabeça. Eles estavam por todos os lados.
Segundo Yuhan, aquela região era a única que não refletia a infraestrutura do século que se passava no mundo mortal. Ao norte dela, era possível ver uma grande montanha a qual de seu topo saía uma fumaça escura.
A cidade daquele lugar tinha um aspecto futurístico. Quase não se via árvores, apenas arbustos secos espalhados por todo local. Era um lugar que emanava uma energia oprimida.
À medida que foram entrando naquela estranha cidade redonda de muros altos, com varias áreas em aspecto de destruição ou abandono, Yuná se sentiu mal e se lembrou que teve a mesma sensação quando estava perto do devorador de almas.
Ela reparou que as construções estavam quase todas arruinadas e mesmo tendo aparatos tecnológicos o lugar parecia viver em constante caos e destruição.
Inicialmente, ela não viu almas em nenhum lugar, diferente da cidade central em que elas ficavam livremente perambulando pelas ruas. Algo ali estava muito errado.
— Yuhan... Que lugar é esse? – Ela tremia de medo.
— Aqui habitam as almas dos assassinos, estupradores, perversos, filhos que mataram seus pais e vice versa, criadores de guerras e todos aqueles que causaram ou se beneficiaram das grandes turbulências que ocorreram no mundo mortal. Principalmente por que morreram sem se arrepender das atrocidades que cometeram quando eram vivos.
— OH! – Yuná se espantou. Ela não havia pensado sobre essas almas que se corrompiam gravemente. — Porque eles ficam aqui?
— Por que eles continuam sedentos de sangue e de violência. São almas que ficam em estado permanente de ódio e agressividade. Elas não se acalmam e não buscam consolo.
— Então isso aqui é uma prisão. – Ela concluiu.
— Quase isso. É mais uma quarentena. Não é uma prisão de fato por que eles vivem aqui livremente. Fazem o que bem entendem e ninguém os impede, porém permanecem isolados do restante das almas no nosso reino. Também não são punidos, pois ainda não foram julgados. Nada acontece com eles. As vezes interagem entre si, mas acabam agredindo uns aos outros e isso resulta em todas essas destruições na cidade. Nossos robôs reconstroem tudo, mas eles destroem de novo em um ciclo interminável.
— Que horrível! — Ela exclamou olhando para uma isolada alma com aspecto dilacerado que parecia mendigar à margem da rua.
— Sim. Você está vendo aquela montanha lá? – Ele disse apontando para cima bem longe dali. – Aquilo é um vulcão que existe de verdade no mundo mortal. Só que lá ele está adormecido, por enquanto. É um dos lugares que conectam nossos mundos. Existem vários pontos assim espalhados pelo mundo espiritual. Aqui, Firaza, como o chamamos, serve como fonte de energia para alimentar o campo de força que existe sobre essa ilha para impedir que as almas daqui fujam para outros os outros reinos e criem confusão.
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Além das Flores - CONCLUÍDO ( 44 de 46)
خيال (فانتازيا)ATENÇÃO: Esta obra é uma ficção baseada em VOZES DA MINHA CABEÇA, inspiradas por mitologias e crenças sem vínculo verídico religioso. Entretanto, contudo, porém, todavia(rsrs), é uma história com forte apego aos princípios cristãos. Não possui hot...