Family is everything

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Vera segurou o rosto de Patrick, forçando-o a olhar nos seus olhos. Havia algo naqueles olhos azuis esverdeados que a tranquilizava, mesmo nas piores tempestades emocionais.

– Eu quero que você fique, Wilson. Faço questão. – disse ela com uma firmeza inesperada. Patrick, inicialmente surpreso, relaxou os ombros e sorriu levemente. Ele levou uma mão até a de Vera, entrelaçando seus dedos nos dela.

– Tudo bem, eu fico, então. – respondeu suavemente, a voz cheia de uma ternura que ele reservava apenas para ela. De repente o momento foi interrompido por um clarão no céu, seguido de um estrondo: um trovão. – Vou buscar minhas coisas no carro. – Referiu-se ao celular e a alguns scripts que o homem estava trabalhando recentemente.

Enquanto Patrick se dirigia ao carro para pegar suas coisas, Vera sentiu um misto de alívio e nervosismo. Ela pegou sua taça de vinho e foi para a sala, tentando acalmar seus pensamentos. Sentou-se no sofá e ligou a TV novamente, mais para ter um ruído de fundo do que por interesse no programa.

Quando Patrick voltou, ele fechou a porta atrás de si e foi se juntar a Vera na sala. Sentou-se ao lado dela, mantendo uma distância respeitosa, mas próxima o suficiente para que ela sentisse seu calor.

– Então, como você tem passado, Vera? – perguntou ele, quebrando o silêncio. – Não quero pressionar, mas sei que as coisas têm sido difíceis.

Vera suspirou, olhando para sua taça antes de virar o rosto para encarar Patrick. – Tem sido complicado. Sinto que estou vivendo em uma montanha-russa emocional. – Pausou, pensativa. – Mas, hoje... Hoje quando te vi com as meninas, eu... senti um pouco de paz, tranquilidade, segurança. Senti falta disso. Senti sua falta.

Patrick assentiu lentamente, absorvendo suas palavras. – Eu também senti sua falta. Senti falta de tudo - das meninas, de você, da nossa casa. Eu sei que errei, fui um estúpido com você no momento em que tudo parecia finalmente voltar aos trilhos, e quero que saiba que eu estou disposto a fazer o que for preciso para consertar as coisas.

– Eu sei, Wilson. – Vera respondeu, suavizando seu tom. – E eu preciso de tempo, preciso entender que rumo eu preciso tomar na minha vida. Não posso simplesmente esquecer tudo o que aconteceu. Mas também não posso ignorar o que sinto por você. É complicado.

Patrick sorriu tristemente. – Eu entendo. E não vou pressionar. Vou estar aqui, do jeito que você precisar, pelo tempo que precisar.

Eles ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus próprios pensamentos. O barulho da TV preenchia a sala, proporcionando um fundo reconfortante àquela conversa difícil.

– Sabe, essa semana me fez pensar muito sobre nós. – Vera continuou, virando-se um pouco mais para Patrick, apoiando a taça de vinho em seu colo. – E uma das coisas que mais senti falta foi das nossas conversas. De como costumávamos rir juntos, de como você sempre sabia o que dizer para me animar.

Patrick sorriu. – Eu também. Senti falta de poder te contar como foi meu dia, de ouvir sobre o seu. E, claro, de fazer você rir o tempo todo das minhas piadas ruins.

Vera riu, um som leve que parecia aliviar a tensão na sala. – Suas piadas sempre foram ruins, mas de um jeito bom. E acho que é isso que mais sinto falta. Da nossa conexão, da nossa cumplicidade.

Patrick olhou nos olhos de Vera, sua expressão cheia de esperança. – Talvez possamos começar por aí. Sem pressa, sem pressão. Apenas... redescobrir nossa velha amizade. O que acha?

Vera sorriu, um sorriso genuíno que iluminou seu rosto. – Eu acho uma ótima ideia. Vamos dar um passo de cada vez.

Patrick segurou a mão de Vera e apertou suavemente.

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⏰ Última atualização: May 21 ⏰

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