Capítulo 8

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Já era noite quando Ririko chegou em casa. A mulher conversou com Hyosora quando o adolescente desceu até a cozinha, mesmo com Eijiro insistindo para que ficasse em sua cama e que ele poderia levar o jantar até o esbranquiçado. A morena e o menor estranhamente tiveram uma conversa amigável, com Ririko fazendo poucas e leves provocações a pedido de sua esposa para que não constrangesse Shiro.

Por ora, os adolescentes estavam no quarto decidindo sobre quem iria dormir no colchão no chão.

-Eu vou dormir no colchão.

-Shiro, você está machucado, tem que dormir em algo confortável.

-Passo todas as noites desde que eu tinha uns sete anos dormindo praticamente no chão, estou acostumado.

-Se você dormir no colchão, então eu durmo para fora.

-Faça como quiser. - Desacreditado pela teimosia, o maior suspira e olha para o outro.

-Por favor, Shiro, é só isso que estou pedindo. - Era um desafio resistir a aquele olhar, o qual Hyosora perdeu ao suspirar.

-Tudo bem, eu durmo na cama.

Bom, valia a pena ter cedido ao ver o sorriso do avermelhado, que logo arruma as camas e separa uma muda de roupa para que o menor tomasse um banho. Constrangido e de maneira inocente, Kirishima questiona se queria ajuda por conta do ferimento e o esbranquiçado nega estando igual ao maior.

Durante o banho, Hyosora analisa seu machucado, era um mistério como havia sobrevivido aos tiros e a uma hipotermia. Minutos passaram e logo os dois jovens estavam em suas respectivas camas, mesmo que temporárias, e Shiro adormece rapidamente.

Eram por volta das quatro e meia da manhã quando Kirishima desperta ao ouvir sons da cama ao seu lado. Ainda perdido por conta do sono, o garoto levanta do colchão e observa Shiro, o menor se contorcia no móvel, soltando resmungos e com seu rosto vermelho, encolhendo-se nos cobertores mesmo que estivesse suando. O avermelhado senta na cama e toca na testa do outro, sentindo a quentura anormal. Assim que sente o toque, Shiro entreabre os olhos.

-Kirishima, estou com frio...

-Sua febre deve ter aumentado.

Eijiro franze as sobrancelhas e pensa no que poderia fazer para a abaixar. Não teria como pedir ajuda, visto que estavam sozinhos, já que Aimy retornava de manhã do plantão e Ririko saía pela madrugada para ir trabalhar. Poderia dar um remédio, mas demoraria a fazer efeito. Recordou das palavras de sua mãe, mais precisamente quando o alertou do que poderia fazer caso Shiro piorasse e não estivesse em casa e, dentre essas opções, estava um banho gelado.

Já sabendo o que fazer, Eijiro puxa as cobertas de cima do menor com gentileza, recebendo um protesto pelo gesto. Com cuidado, passou seus braços por baixo de Hyosora e o ergueu no colo, outra vez recebendo protestos. Seguiu até o banheiro e deixou o corpo do esbranquiçado apoiado na parede e colocou a banheira para encher.

Enquanto isso, o maior finalmente percebeu que teria de despir o outro para que entrasse na água. Respirando fundo e sentindo uma onda de vergonha subir por sua coluna, seguiu até o adoecido, não era momento para ter pensamentos constrangedores, Shiro precisava de si. Assim que retira a camiseta, nota as ataduras presas de forma errônea, o que poderia estar causando incômodo no menor. Haviam algumas poucas manchas vermelhas, indicando que o sangue ainda fluía para fora de seu corpo.

Sutilmente, retirou as ataduras e reprimiu os lábios ao ver o ferimento, era pior do imaginou, mas o que poderia esperar? Hyosora havia levado três tiros em sua barriga. Sem pensar muito, retirou a calça do menor e logo o levou até a banheira, colocando-o nela. Shiro soltou um resmungo num misto de reclamação e alívio ao contato com a água fria. Kirishima, por outro lado, suspira em preocupação, detestava ver o garoto vulnerável dessa forma, com a pele pálida e visivelmente cansado.

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