Eterno Temporário

Capítulo 10

Faziam cerca de um mês e meio desde que Shiro começou a morar com a família Kirishima e pouco mais de uma semana desde a súbita declaração de Eijiro. O esbranquiçado pensou que a amizade entre eles mudaria, mas o maior continuou o tratando como antes com algumas pequenas mudanças, que estavam longe de serem desagradáveis. O avermelhado estava mais carinhoso, abraçava-o mais, contudo, respeitando seu espaço sempre, carícias em seu cabelo eram frequentes, especialmente na hora de irem dormir, parecia um vício para ambos os garotos.

Ririko e Aimy notaram a mudança de comportamento do filho perante o menor, mas resolveram não interferir, até mesmo a morena prometeu não os provocar até que tivessem certeza de que estariam confortáveis, principalmente Hyosora por saberem de sua confusão com pequenas coisas. As mulheres já consideravam o adolescente da família, era como um segundo filho. Por ora, Shiro e Eijiro estavam na sala recebendo algumas informações das mais velhas, que iriam sair em uma "noite de garotas".

-Tem certeza que vão ficar bem sozinhos?

-Mãe, não é a primeira vez que fazem isso, eu sei me cuidar.

-Agora não é só você para cuidar, Hyo está aqui também.

-Aimy, minha rosa, é mais provável o Hyo proteger Eiji do que o contrário, conhece nosso menino.

-Mãe!

-Mesmo assim, não seria melhor ficarmos?

-Aimy-san, não precisa se preocupar, eu vivi anos sozinho na rua, garanto que aqui é muito mais seguro. Além disso, é como Ririko-san falou, eu posso proteger Eijiro caso algo aconteça. - O menor disse num tom inocente e ingênuo, não percebendo o olhar quase incrédulo do maior e os olhares divertidos das mulheres.

-Tudo bem, eu fico mais tranquila sabendo que pode defender Eiji, Hyo.

-Mães, eu sou um herói.

-Continua imprudente e impulsivo, precisa de alguém como Hyo para te impedir de fazer besteira.

-Enfim, já sabem, não? Nada de ficarem acordados até tarde, não comam besteiras na janta, não saiam de casa...

-E não façam nada que não faríamos.

-Não somos mais crianças.

-É disso que tenho medo.

-Não se preocupem, vamos ficar bem.

-Se precisarem de algo, não hesitem em ligar.

-Só não façam isso depois das dez ou onze, estaremos cansadas demais.

Ririko comenta sorrindo, recebendo um tapa de sua esposa e uma expressão constrangida de Eijiro, compreendendo o sentido da fala ao contrário de Hyosora, que tentava entender o que havia sido dito de errado. Logo as mais velhas saíram de casa e um silêncio momentâneo se instaurou.

-Então, está com fome? Posso preparar algo.

-Deixa que eu faço isso.

-Não gosta da minha comida?

-Nada contra, mas não quero nada queimado. - Kirishima adquire uma expressão ligeiramente ofendida enquanto o outro segue até a cozinha.

-O que pretende fazer?

-Ainda estou pensando, vou ver no livro de receitas de Aimy-san.

-Não, bom, isso também, mas eu queria dizer sobre o que quer fazer depois?

-Não sei, alguma ideia? - Questiona enquanto procurava no livro citado anteriormente.

-Podemos continuar as aulas, ler algum livro... - Como se uma lâmpada acendesse sobre sua cabeça, o avermelhado sorri ao ter ume ideia. - Ou podemos ver um filme.