Em um canto escuro do pátio da Universidade Orion, vários alunos da Turma B cercavam um aluno da Turma E caído no chão. Os rostos deles estavam distorcidos pelo desprezo e pela violência iminente. Um dos agressores, um rapaz alto e musculoso, desferiu o primeiro chute, acertando o estômago do aluno caído com força brutal.
— Lixo! — gritou ele, o rosto contorcido em um sorriso cruel.
Outro aluno, uma garota com cabelo curto e expressão fria, juntou-se ao ataque, chutando as costelas do jovem caído.
— Escória! — ela cuspiu as palavras com desdém, seus olhos brilhando com malícia.
Cada golpe era acompanhado por insultos mordazes.
— Bosta! — gritou um terceiro aluno, chutando a cabeça do garoto no chão, que tentou proteger-se com os braços.
— Fracote! — zombou outro, sua bota descendo com força nas costas do aluno.
O grupo continuou a atacar sem piedade, cada chute e soco afundando mais o aluno caído na sujeira do pátio. O som dos golpes ecoava, misturado com os gritos de dor e os xingamentos dos agressores. O aluno da Turma E tentou levantar-se, mas cada tentativa era esmagada por um novo ataque, deixando-o sem forças, enquanto as palavras cruéis ecoavam em sua mente, reforçando o sentimento de desamparo e humilhação.
Após o que pareceu uma eternidade, os agressores finalmente pararam. Eles se afastaram, rindo e trocando insultos finais enquanto deixavam o pátio. No chão, sozinho e ferido, jazia Kota Shimura, um aluno da Turma E. Seu corpo magro e pequeno, de no máximo 1,70 de altura, estava coberto de hematomas e sujeira. Os cabelos pretos, despenteados e sujos, contrastavam com a palidez de seu rosto, onde lágrimas e sangue se misturavam.
Kota tentou mover-se, cada movimento trazendo uma nova onda de dor. Seus olhos castanhos, cheios de lágrimas, piscavam rapidamente enquanto ele tentava focar sua visão turva. Ele lutou para se levantar, seus braços tremendo sob o peso de seu corpo e a dor latejante em suas costelas.
— Fracote... — murmurou para si mesmo, ecoando os insultos que acabara de ouvir.
Com um esforço enorme, Kota conseguiu ficar de joelhos, a respiração ofegante e entrecortada. Ele olhou em volta, certificando-se de que estava realmente sozinho, e permitiu-se um momento para chorar livremente. A vergonha e a dor misturavam-se, criando um nó na garganta que parecia impossível de desfazer.
— Por que... — sussurrou, a voz embargada pelo choro. — Por que isso tem que acontecer comigo?
Kota sabia que tinha que sair dali antes que alguém mais o encontrasse naquele estado. Com um esforço titânico, ele conseguiu se levantar, usando a parede próxima como apoio. Cada passo era uma tortura, mas ele continuou, determinado a sair daquele lugar.
O caminho de volta para o dormitório parecia interminável. Cada passo ecoava com a dor e a humilhação, enquanto Kota tentava reunir os fragmentos de sua dignidade. Ele precisava encontrar uma maneira de ser mais forte, de não ser mais uma vítima. Mas por agora, tudo o que ele podia fazer era sobreviver ao dia.
Kota finalmente chegou ao seu apartamento, um pequeno espaço modesto e mal iluminado do lado da Universidade Orion. Era tudo o que ele conseguia pagar com seu orçamento apertado. O lugar era um reflexo de sua vida: vazio, solitário e sem esperança.
Tremendo de dor e exaustão, ele entrou no banheiro e encarou o espelho. O reflexo que o observava era de um jovem magro, com cabelos pretos despenteados e olhos castanhos que agora estavam inchados e vermelhos de tanto chorar. Seu rosto estava marcado por hematomas e cortes, lembranças visíveis da surra que havia levado.
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Mugen no Ito: Nights
ActionNo cenário intrigante e sombrio da cidade fictícia de Orion, na Inglaterra, desenrola-se uma trama complexa e repleta de mistérios, onde os destinos de diversos personagens se entrelaçam em uma teia de segredos e intriga. No centro dessa narrativa e...