Juninho encarou os outros com um olhar eletrizante e empolgado, embora ele estivesse contido. Na verdade, estava fora de cogitação permitir que os outros soubessem o quão altos eram os níveis de serotonina correndo por seu corpo, mesmo que estivesse exausto após um dia inteiro de estudos.
Era manhã, combinaram de se encontrar no primeiro horário, já que comumente optavam pelo período da noite por causa de suas respectivas ocupações. Mas, por terem pouco tempo, Hongjoong requisitou a reunião e se posicionou na ponta da mesa, em pé, se comportando como um líder de expedição — como Dom Quixote.
— Como vocês sabem, estamos correndo contra o relógio para organizar o aniversário do Miguel que todo mundo deu uma vacilada e esqueceu — disse ele com o seu sotaque carioca tinindo, apoiando a palma das mãos na mesa do refeitório. — Alguém tem algum flash de ideia aí?
Samuel estapeou a testa.
— Caralho, eu esqueci real. Ele nem falou nada, mano — reclamou.
— Ah, parça, isso aí é fácil de resolver, é só arrasta pra revoada e poucas — Gabriel, por outro lado, sorriu inabalável, enquanto trocava mensagens com Gustavo que o questionava o porquê foi para a faculdade tão cedo naquele dia. — Nois liga o som, compra umas breja e assa uma carninha só pro chegados...
— Que porra de revoada, menó, vamos fazer algo na casa dele — Hongjoong vetou a ideia esperada, vista que era a mais fácil. — Seus rolés nunca são "só pros chegados". Eu... a gente devia tá pensando no que ele iria querer fazer.
— Miguel adora um pagode, samba e uma comidinha mineira, mas aqui não temos a mineiridade na culinária, e ninguém sabe tirar um som no pandeiro, só o Samuel. E pra piorar, nem temos um pandeiro à mão. Arretado! Por que tu não avisou antes, meu irmão? — Yunho cruzou os braços, levemente aborrecido. — Eu já sabia que tava faltando algum bicho no meu coração!
— Como assim no seu coração, porra? Você tá bem, viado? — Jongho exclamou e Yunho riu, assentindo. Seguiu em frente: — Mano, o cara tá certo. A gente não se ligou em se programar pra fazer isso. Cadê os outros, mano? Eles deviam tá aqui pra dar uma mão, já que tu avisou eles também.
Honestamente, San detestou a ideia daquele encontro. Primeiro, que se sentiu culpado porque não preparou nada especial para Mingi. Esqueceu completamente do aniversário dele, que não comenta com ninguém essa data festiva almejando não incomodar. Para Mingi, qualquer coisa estava de bom tamanho, porém San concordava com Hongjoong em armarem algo que marcasse a data dele.
Na noite anterior, Hongjoong criou um grupo no WhatsApp para discutir acerca do aniversário de Mingi. E estaria tudo bem se houvesse mantido o "rolê padrão", contudo, outros meliantes foram envolvidos e um deles era William Jung — ou Wooyoung, para quem preferisse.
Andava um clima estranho entre eles. San e ele estavam em uma linha tão tênue quanto a faixa de gaza. Dona Maria, sua avó, o perguntava todos os dias se Wooyoung estava bem e comentava que Glória tinha sorte de ter um filho tão bom. San ficava com ciúmes e pensava que sua querida avó que o xingava em coreano não tinha ideia do que estava falando, porque Wooyoung era tudo menos bom.
Evitar proximidade com ele era o recomendado. Ele o desestabilizava em um sentido onde os pensamentos de San se perdiam em caixas bagunçadas em seu cérebro. Definir o motivo pelo qual se sentia incomodado com ele era uma tarefa árdua que ele achou não merecer o seu tempo e demasiado esforço.
Mas, os seus caminhos insistiam em se encontrar. Jongho mal mencionou, e Wooyoung pareceu com os seus amigos para se juntar aos outros na reunião improvisada e de última hora. Ele era extremamente carismático e cumprimentou a todos com um sorriso, tratando os rapazes como parceiros de longa data.
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REVOADA | WOOSAN 💯🇧🇷
FanficMorando em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, o brasileiro e seu time são como feijão com arroz: inseparáveis desde o início. Samuel Choi nasceu vestido com seu uniforme raçudo alviverde imponente como se fosse sua segunda p...