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O apartamento de Mingi e Seonghwa estava caótico.

Honestamente, caos era a palavra mais próxima para representar a situação do ambiente de metros quadrados privilegiados comparados às demais residências da grande São Paulo, mas ainda não definia a verdadeira bagunça a qual se encontrava.

A JBL anteriormente desligada por Yeonjun que queria atenção para sugerir a brincadeira, foi ligada mais uma vez e tocava um Funk genérico que fazia o apartamento quase estremecer; ninguém sabia como as reclamações dos vizinhos não retornaram, mas ninguém de fato tinha consciência o suficiente para se importar com esse detalhe.

Quando San voltou para a sala, encontrou Gabriel em cima do sofá dançando de uma forma tão desajeitada que parecia estar sendo eletrocutado; Soobin tentava fazer ele descer do móvel, enquanto Hongjoong estava deitado no chão com a cabeça no colo de Mingi, que falava alguma coisa engraçada o suficiente para ele gargalhar. Yeosang e Seonghwa conversavam fervorosamente — e com a língua enrolada pelo álcool —, e Yunho fazia guerra de dedões com Jongho.

A visão de San ficou embaçada. Aquela cena era o puro suco da bebedeira, mas ele se encontrava tão embriagado quanto os garotos para se incomodar com aquilo. Encontrou Wooyoung sentado em seu lugar, quieto, com os olhos presos no fundo do copo que roubou de Hongjoong. Ele parecia em transe, como se reprisasse em sua mente algum acontecimento assombroso. Samuel não estava diferente.

Quando cruzaram os olhares, foi como se as mesmas faíscas acesas dentro do closet tivessem retornado. Parecia automático, como se bastasse um contato visual para que a tensão tomasse conta do ambiente entre os dois. Era algo novo que, definitivamente, nenhum deles sabia lidar com naturalidade.

Cambaleando, Samuel buscou se sentar e deu um longo gole na bebida que pegou na cozinha antes de chegar até ali.

— Vamo continua jogando, porra — precisando quase gritar para ser ouvido, o palmeirense manifestou seu descontentamento com aquele cenário caótico. — Não foi pra isso que esse carioca arrombado veio gritar na minha orelha?

Todos o encararam, inclusive William. San parecia realmente descontente por ter sido interrompido a seja lá o que fazia no armário com Wooyoung. O cheiro de álcool era tão forte que se alguém não estivesse bebendo, certamente ficaria bêbado de tabela, então apenas o corintiano conseguiu captar a verdadeira razão pela insatisfação escondida nas palavras de Samuel.

— Ih, viado, atrapalhei alguma coisa ali, por acaso? — Hongjoong se levantou do colo de Mingi, se ajeitando. — 'Tá putinho por quê, mermão? Tava curtindo fica preso com o William?

Se Hongjoong tivesse a mínima noção de que estava insinuando a coisa certa e que aquela provocação não seguia o simples rumo de tirá-lo do sério, certamente cairia na risada. Mas ele apenas arqueou uma das sobrancelhas como se estivesse desafiando o outro, que fechou a cara no mesmo instante.

Wooyoung, por outro lado, fingiu não escutar. Ele tomou o resto da cerveja que tinha no copo, desejando ficar ainda mais louco para não precisar processar nenhuma palavra que era dita sobre o que aconteceu há minutos atrás.

— Ia curtir fica preso com a tua mãe, seu vacilão do caralho — devolveu San, ameaçando jogar a garrafa que segurava em direção a Junior, que demonstrou não ter medo nenhum. — Alguém gira essa porra dessa garrafa logo.

— Eu giro! — Soobin se apressou em pegar a garrafa de vidro que até pouco tempo, estava esquecida no meio da sala. Àquela altura, já havia convencido Yeonjun a parar de dançar como uma salamandra e a voltar para o seu lugar na roda.

Os demais voltaram a prestar atenção no objeto rodando incessantemente até que parasse apontando para Miguel. Este, por sua vez, se mostrou surpreso e animado ao mesmo tempo. Achava que sua vez de brincar nunca chegaria.

REVOADA | WOOSAN 💯🇧🇷Onde histórias criam vida. Descubra agora