Capítulo 04 [ +18 ]

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Enquanto o jovem discutia consigo mesmo e lamentava a sua vida miserável, o som de alguém que ele pensava estar dormindo profundamente no quarto ficou mais alto. Charlie levantou a cabeça devagar, então se virou para encarar os olhos de Babe, que acabará de acordar, com uma expressão de cansaço que não podia ser escondida.

- O que foi? - Babe perguntou com calma. Suas sombrancelhas bonitas se franziram ao ver os olhos vermelhos de Charlie. Ele se sentiu estranho desde que saiu e viu o jovem sentado desanimado na frente da mesa. No início, pensou que talvez Charlie estivesse cansado como de costume. Mas ao ver a expressão de Charlie  agora, percebeu de imediato que algo com certeza não estava certo.

- P'Babe...

- Por que você está chorando? Quem fez isso?

Ouvindo a pergunta acompanhada de uma expressão seria, Charlie, que pensava que estava se recuperando, de repente se sentiu muito fraco de novo, incapaz de controlar. O jovem arrebitou os lábios como se estivesse preste a chorar de novo, antes de abraçar Babe, que permanecia ao seu lado corajosamente. Charlie não aguentou e enterrou o rosto no peito do outro homem, antes de chorar como uma criança, enquanto Babe,  que ainda não entendia o que estava acontecendo, apenas retribuía o abraço e acariciava a cabeça de Charlie com suavidade.

No começo, Babe pensou que deveria haver algo que pudesse fazer para esclarecer a situação. Se fosse sobre encontrar alguém para conversar, ele poderia cuidar disso. Todavia, confortar alguém assim é impossível.

- O que aconteceu? - Babe perguntou com constrangimento, pois nunca tinha visto Charlie chorar asssim antes. E na verdade, quase ningém havia chorado assim para ele em sua vida. - Você está cansado?

Charlie respondeu com um balançar de cabeça. Embora seu rosto ainda estivesse enterrado no peito de Babe como antes, o jovem não chorou alto nem soluçou sem controle. Ele permaneceu tão quieto que parecia estar apenas abraçando-o, mas claro que Babe sabia que não era apenas um abraço comum como de costume.

- Ou é por causa de uma briga com um cliente? - Babe começou a adivinhar aleatoriamente. E, desta vez, Charlie respondeu com dois acenos afirmativos. Isso fez Babe começar a entender a raiz do problema. - Sobre o que você estavam discutindo?

- Se você não responder, eu não vou saber. Não sei como ajudar. - Babe disse com calma, porque Charlie se recusava a responder ou dizer qualquer coisa. Ele não sabia o que deveria fazer nesta situação.

Deveria dizer algo ou apenas ficar em silêncio e estar presente?

É difícil mesmo consolar alguém assim.

- Charlie, eu não sei consolar as pessoas. - Babe disse com determinação. Depois que Charlie o abraçou em silêncio por um longo tempo, começou a entender qual era o verdadeiro motivo. - Apenas me diga o que posso fazer por você.

"..."

- Se eu puder fazer, farei.

As palavras genuínas fizeram Charlie levantar um pouco a cabeça, ainda abraçando a pessoa que disse que não sabia consolá-lo e que, no entanto, tinha ficado em pé e acariciou sua cabeça por um longo tempo. Isso fez Charlie sentir um estranho conforto e sentiu que aquela pessoa estava ajudando-o muito.

Charlie respirou fundo quando pensou no que havia acontecido, mas no final, escolheu contar tudo a Babe. Babe ficou em pé e ouviu com atenção, assentindo de vez em quando para mostrar que entendia e estava ouvindo. De vez em quando ele interrompia para fazer perguntas sobre pontos específicos. Esse comportamento fez Charlie perceber que Babe estava muito interessado em sua história, não apenas ouvindo passivamente.

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