ACONTECIMENTOS INESPERADOS E VERDADES INIMAGINÁVEIS FIZERAM COM QUE BABE PERMANECESSE EM SILÊNCIO POR QUASE UMA HORA. Ele pareceu entender um pouco do que Charlie diz, embora não soubesse de tudo. E cada vez que seus olhos, por acaso, se voltavam para seu amigo caído inconsciente no chão por causa das habilidades de Charlie, ficava em silêncio. Ele não sabia como isso poderia acontecer. Por um momento, pensou que talvez fosse apenas um pesadelo. O triste é que, por mais que tentasse, não conseguia acordar.
- Você tem certeza de que está pronto? - Charlie perguntou de novo, com uma expressão preocupada, enquanto Babe refletia sobre isso. Mesmo que ficasse aqui até de manhã, nunca estaria realmente pronto para isso. Então quer fosse daqui a uma hora ou daqui a vários dias, ele não queria enfrentar isso. Porém, infelizmente, alguém como ele não tem essa opção.
- Hmm...- Babe assentiu de leve. Charlie, recebendo o sinal, olhou para o rosto de Babe por um momento, que parecia precisar de tempo para se preparar. Antes que Babe se levantasse do sofá, Charlie se aproximou do lugar onde Way estava desacordado, sua expressão aflita. Contudo, não pôde fazer nada além de se ajoelhar e estender a mão para tocar a testa de Way.
Era como se estivesse usando magia porque, apenas alguns segundos depois de Charlie colocar a mão na testa dele, Way abriu os olhos devagar com uma expressão confusa.
- Charlie... - A primeira pessoa que Way viu foi Charlie. Ele chamou o nome do garoto com uma expressão surpresa. Claro, Way talvez não esperasse encontrar Charlie aqui. Menos ainda em um momento como esse, parecia ainda mais estranho. -... Babe.
O próximo nome que saiu da boca de Way foi o de seu amigo. Enquanto o dono desse nome apenas estava sentado no sofá e o encarava com um olhar frio que fazia Way se sentir assustado. Durante todo o tempo em que se conheciam, Babe nunca o olhou daquela maneira antes. O comportamento do outro o fez pensar sobre o que havia acontecido antes.
A última imagem que ele lembrava era de afundar o rosto no peito de Babe, enquanto suas mãos tentavam tirar as calças do amigo.
O rosto dele empalideceu ao lembrar do que o trouxera a essa situação estranha e dos olhos de Babe cheios de dor. Way engoliu em seco com dificuldade, se levantou devagar e olhou para Babe como se quisesse dizer algo. Suas mãos tremiam porque sabia o que o esperava, mas pelo menos por enquanto ele poderia se aproximar de Babe e segurar a mão do homem com firmeza, talvez isso o acalmasse um pouco.
Entretanto, quantos passos ele poderia dar? Charlie, que estava parado ao lado de Babe, logo se colocou na frente dele. O jovem o encarou com uma expressão que ele não estava certo se já tinha visto antes, porém com certeza não era normal para alguém como Charlie. Não seria estranho se outra pessoa tivesse uma reação como essa. No entanto, aos olhos dele, era irritante ver esse garoto agir como se tivesse direitos sobre Babe assim.
- Recue. - Way murmurou, a sua expressão sem emoção.
- É você quem deve recuar. - Charlie sussurrou de volta com calma, seus olhos afiados. Parecia como, se ele desse meio passo para mais perto de Babe, esse garoto iria quebrar seus braços e pernas ao meio ou faria algo mais drástico sem sentir um pingo de remorso. - Se você ousar dar mais um passo, você não vai dormir tranquilamente como antes, eu garanto.
Way queria rir agora e esbofetear o rosto do garoto com cheiro de leite para aliviar sua frustração. Agir arrogante assim não era diferente de um estúpido que se intrometia em assuntos de adultos quando mal saiu das fraldas. Ele odiava esse tipo de atitude.
- Não se faça de valentão! - Way rosnou, impaciente.
- Quer tentar?
- Chega! Vocês dois!

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PitBabe
Roman d'amourCharlie quer ser um piloto de corridas, mas ele não tem um carro própio. A única solução que ele encontra é fazer um acordo bizarro com o rei da pista, Babe, apelidade de PitBabe. Ainda mais estranho, Babe concorda em ajudar Charlie a realizar seu s...