Capítulo 13

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Jimin soltou o medalhão, e ele caiu dentro da camiseta de Jk. Seu coração estava acelerado. Sua pele parecia pinicar, e ele estava tendo dificuldades para engolir, sentindo ondas de choque a percorrerem.

— Como? — murmurou. — Onde? — Sacudiu a cabeça, tentando livrar-se do zumbido em seu ouvido que começou desde o momento em que viu a foto dentro do objeto. Era o medalhão de sua mãe, o que ela estava usando quando morreu.

Sentiu uma tontura, e seus dentes começaram a bater. Jk virou-se e abriu a porta de sua casa, entrando antes de lançar um olhar inquisitivo para Jimin. Ele notou que os pés dele ainda estavam descalços e, apesar de seu estado de choque, Jimin fez uma careta. Eles devem estar congelando. O seguiu para dentro e fechou a porta, mas não entrou por completo na sala. Apoiou o rifle contra a parede, ao lado de onde ficou parada.

— Por favor, me diga — pediu, e, dessa vez, sua voz soou mais firme, embora seu coração estivesse batendo a toda velocidade.

— Encontrei esse colar em um carro na base de um desfiladeiro. Tinha uma corrente diferente, mas estava quebrada. — Os olhos dele percorreram o rosto de Jk, que estava com a expressão tão intensamente séria que Jimin não conseguia desviar o olhar. Jk olhou para baixo, onde o medalhão pousava em seu peito. — Você... conhece essas pessoas? — Parecia estar prendendo a respiração enquanto a encarava, seus dedos encontrando o medalhão e o acariciando, como se já tivesse feito aquele movimento centenas de vezes antes e agora o fizesse por hábito.

— Sim. É a minha família — sussurrou. — O bebê sou eu.

Jk franziu o cenho e abriu a boca, fechou, e então, disse finalmente:

— Você.

O encarou novamente, desviando o olhar para o medalhão que ele agarrava antes de olhar para Jimin mais uma vez, como se tentasse relacionar a foto minúscula do bebê dentro dele com o homem adulto diante de si.

— Sofremos um acidente de carro quando eu era muito novo. De algum jeito, fui atirado para fora do veículo durante a batida e fui encontrado, mas eles nunca foram.

Os olhos dele vaguearam pelo rosto de Jimin por um momento, e algo estava fazendo sua expressão suavizar. Compreensão.

— Posso levar você até eles, se quiser.

Jimin estendeu a mão para trás, a fim de apoiar-se contra o batente da porta para não cair. Meu Deus, não conseguia acreditar. O carro. O carro. Ele encontrou o carro. O local de descanso final de seus pais, o que ele vinha procurando incansavelmente desde que tinha idade suficiente para andar por essa floresta sozinho. Assentiu, com lágrimas queimando em seus olhos. Mas se recusou a deixá-las cair, não queria compartilhar seu luto com esse homem, esse estranho. Verdade seja dita, não queria compartilhar seu luto com ninguém. Ele se perguntava se ao menos sabia como.

— Quando? — ele perguntou. — Há quanto tempo você o encontrou?

— Cinco invernos atrás. — Encolheu-se muito sutilmente e limpou a garganta. — Cinco anos atrás — reformulou, como se tivesse percebido que havia respondido incorretamente no segundo em que as palavras rolaram por sua língua.

Só que... Deus, se eu morasse por aqui, provavelmente também calcularia o tempo a partir de quantos invernos sobrevivi. Mas ele não podia pensar sobre isso naquele momento, não depois de saber que o carro de seus pais estava tão perto e aquele homem podia levá-la até lá. Até eles.

— Pode me levar até lá agora?

Jk olhou pela janela.

— Não, está muito tarde. Posso levar você pela manhã. Está escuro e cheio de gelo agora, e vamos ter que descer.

Selvagem - Versão JikookWhere stories live. Discover now