Capítulo 31

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Jungkook chutou a porta de sua cabana para abri-la, e seu chute foi tão forte que a porta bateu contra a parede e voltou, atingindo-o no ombro antes que ele pudesse carregar Jimin para dentro.

Um grunhido soou em algum lugar. Devia ter sido ele, porque ele respondeu com o mesmo som, apertando as pernas em volta da cintura dele.

Jimin estava em todo lugar. Em volta dele, dentro dele. O cheiro dele. O calor dele. Ele. Jungkook sentiu a selvageria ― o que ele tentava tanto não ser ― o rasgando por dentro, gritando para que ele cedesse a esse instinto.

— Jungkook — sussurrou entre beijos. O som de seu nome nos lábios dele fez seu peito apertar com tanta força que ele teve que inspirar com força em busca de fôlego. Jungkook não conseguia acreditar nisso. Jimin estava ali. Com ele. Deixando-o tocá-lo e beijá-lo. Quente. Lindo. Dele. A selvageria avançou, tomando as rédeas.

Ele o jogou sobre a cama, e Jimin soltou uma risada surpreso ao quicar uma, duas vezes no colchão. Ficou parado, e seus olhos se arregalaram ao encará-lo, mas não com o medo que Jungkook achou que veria. Ele não tinha certeza se ficava feliz por isso ou não. Precisava que Jimin dissesse se ele estava agindo certo ou errado, porque não sabia como fazer isso. Tudo que conhecia eram seus instintos ― aquele lado de lobo selvagem dentro dele ―, e seus instintos queriam reivindicar, queriam que ele perdesse o controle, que alimentasse a fome pulsando em suas veias.

— Você está tremendo — Jimin disse, tão suavemente que ele quase não a ouviu devido ao sangue sibilando em sua cabeça. Jimin segurou a mão dele e o puxou para cima de si, pousando uma de suas mãos na bochecha dele e traçando a maçã de seu rosto. Jungkook fechou os olhos diante da felicidade chocante de ter esse homem o tocando com tanta... doçura. — Você já se viu em um espelho? — Jimin perguntou, afastando uma mecha de cabelo da testa dele.

Jungkook negou com a cabeça, incapaz de falar, seu mundo tornando-se somente imagens novamente, somente sensações e cheiros, como acontecia antes de ele encontrar o carro, as palavras. Os cadernos que o fizeram humano de novo. Antes da mãe dele tirá-lo da escuridão.

Jimin sorriu, curvando os lábios lentamente, lábios que estavam inchados e rosados de beijá-lo. Jungkook sentiu orgulho no peito por tê-lo feito ficar assim. Dele. Ele o reivindicou. Queria que os outros machos pudessem ver. Saber que Jimin era dele.

— Você é lindo.

— Lindo? — Jungkook franziu a testa. Ele pensava que aquela era uma palavra usada apenas para mulheres, e não sabia se isso significava que ele pensava nele como um homem. Aquilo definitivamente não era o que ele queria.

Jimin riu, passando um dedo pela cicatriz dele novamente.

— Bonito. Sexy. Lindo de um jeito masculino.

Foi como se soubesse o que ele tinha pensado, e aquilo o deixou feliz. A luz que entrava pela janela fazia a pele dele parecer dourada e seus olhos brilharem. Jimin, sim, era lindo. Ele inclinou-se para frente e a beijou, porque podia. Aquele fogo em suas veias ficou ainda mais quente, e quando Jimin soltou um gemido, seu controle vacilou um pouco. Calma. Calma.

Precisava sentir o cheiro dele. Em toda parte.

Então aproximou o nariz do pescoço dele e inspirou, percebendo que naquele lugar ele podia sentir o cheiro dele, não das coisas que ele usava, mas o aroma real de sua pele. Ele, e somente ele. O cheiro que fazia os sussurros correrem rápido por seu sangue.

— Eu gosto do seu cheiro — disse contra a garganta de Jimin. Jimin soltou um som baixinho que pareceu uma risada, mas do tipo bom. E Jimin colocou os dedos entre os cabelos dele, arranhando seu couro cabeludo com as unhas. Ele rosnou, um som baixo em sua garganta, e desceu o rosto pela pele dele, parando sobre seu suéter.

Selvagem - Versão JikookWhere stories live. Discover now