Capítulo 14

70 15 5
                                    

Já passava das 14 horas quando Rodolffo terminou e se preparava para almoçar.

Ligou para Juliette e o telefone estava fora de àrea.  Achou esquisito e voltou a ligar.  De novo fora de àrea.
Pensou que talvez estivesse em algum local sem rede e resolveu seguir para o restaurante.

Almoçou e regressou ao escritório.  Voltou a ligar e desta vez o telefone dela não dava sinal.

Entretanto longe dali...

Juliette acordou num quarto pequeno e húmido.  Olhou em volta e havia apenas um simples colchão um pouco sujo.  Havia uma porta que dava para um banheiro que há muito não via uma limpeza a sério.

Juliette estava de mãos atadas atrás das costas mas com os pés livres.  A um canto estava a sua bolsa aberta.  Espreitou para dentro, mas nem rasto do seu telefone.

Bateu com força na porta, mas ninguém respondeu.  O quarto possuía uma janela minúscula lá no alto junto ao tecto, mas era impossível ela chegar lá sem o apoio de uma escada e ali também não havia móveis.  Durante a tarde bateu insistentemente na porta tentando chamar a atenção,  mas nada.

Quando caiu a noite ouviu vozes do lado de fora e o barulho da fechadura da porta.

Entrou uma mulher que ela nunca viu com uma pasta com documentos.

- Não adianta tentar fugir.  Lá fora tem alguns seguranças e nunca o permitiriam.
Assina estes papeis e logo serás liberada.

- Que papeis são estes?  Quem é a senhora?

- É o acordo que iliba o Miguel.  Assina e ficarás livre.

- Não vou assinar nada.

- Fica aqui a pasta.  Volto de manhã.

- Vou ficar aqui de noite?  Está frio.

- O frio ajuda-te a pensar e a fome também.  Agora vira-te para eu te soltar as mãos mas nada de gracinhas.  Artur!

Um homem de 1,90 e alguns cento e tal kg surgiu na porta.   No cós da calça brilhava um revólver.

- Vês?  O Artur garante a minha protecção.

- Eu não vou assinar, nem que morra aqui.

- Isso é o quê veremos.  Amanhã talvez mudes de ideias.

A porta voltou a ser trancada e eu fiquei no escuro do quarto pois não tinha iluminação.  Ao contrário, no banheiro havia.  Decidi mantê-la acesa.

Sentei-me no chão e tentei perceber como tinha ido ali parar.  Lembro-me perfeitamente de estar a falar com a Fanny e ter terminado a conversa.  Vi ela a fazer uma ligação e eu continuei o meu caminho a ver as montras dos prédios.   A minha ideia era voltar pouco depois e esperar que Rodolffo terminasse para irmos almoçar.   Senti um cheiro forte perto de mim e acabei por acordar aqui.

Uma dose de saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora