Já passava das 14 horas quando Rodolffo terminou e se preparava para almoçar.
Ligou para Juliette e o telefone estava fora de àrea. Achou esquisito e voltou a ligar. De novo fora de àrea.
Pensou que talvez estivesse em algum local sem rede e resolveu seguir para o restaurante.Almoçou e regressou ao escritório. Voltou a ligar e desta vez o telefone dela não dava sinal.
Entretanto longe dali...
Juliette acordou num quarto pequeno e húmido. Olhou em volta e havia apenas um simples colchão um pouco sujo. Havia uma porta que dava para um banheiro que há muito não via uma limpeza a sério.
Juliette estava de mãos atadas atrás das costas mas com os pés livres. A um canto estava a sua bolsa aberta. Espreitou para dentro, mas nem rasto do seu telefone.
Bateu com força na porta, mas ninguém respondeu. O quarto possuía uma janela minúscula lá no alto junto ao tecto, mas era impossível ela chegar lá sem o apoio de uma escada e ali também não havia móveis. Durante a tarde bateu insistentemente na porta tentando chamar a atenção, mas nada.
Quando caiu a noite ouviu vozes do lado de fora e o barulho da fechadura da porta.
Entrou uma mulher que ela nunca viu com uma pasta com documentos.
- Não adianta tentar fugir. Lá fora tem alguns seguranças e nunca o permitiriam.
Assina estes papeis e logo serás liberada.- Que papeis são estes? Quem é a senhora?
- É o acordo que iliba o Miguel. Assina e ficarás livre.
- Não vou assinar nada.
- Fica aqui a pasta. Volto de manhã.
- Vou ficar aqui de noite? Está frio.
- O frio ajuda-te a pensar e a fome também. Agora vira-te para eu te soltar as mãos mas nada de gracinhas. Artur!
Um homem de 1,90 e alguns cento e tal kg surgiu na porta. No cós da calça brilhava um revólver.
- Vês? O Artur garante a minha protecção.
- Eu não vou assinar, nem que morra aqui.
- Isso é o quê veremos. Amanhã talvez mudes de ideias.
A porta voltou a ser trancada e eu fiquei no escuro do quarto pois não tinha iluminação. Ao contrário, no banheiro havia. Decidi mantê-la acesa.
Sentei-me no chão e tentei perceber como tinha ido ali parar. Lembro-me perfeitamente de estar a falar com a Fanny e ter terminado a conversa. Vi ela a fazer uma ligação e eu continuei o meu caminho a ver as montras dos prédios. A minha ideia era voltar pouco depois e esperar que Rodolffo terminasse para irmos almoçar. Senti um cheiro forte perto de mim e acabei por acordar aqui.