Capítulo 12

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Igor ligou para a polícia.   Veio o segurança da agência e impediu que Miguel fugisse.

Rodolffo levou Juliette para o seu gabinete, fez ela tomar àgua e sentou-se de lado dela.

Juliette chorava copiosamente e nem as palavras dele a confortavam.

- Ele queria abusar de mim, Rodolffo.

- Calma.  Eu estou aqui.  A polícia vai chegar e ele vai ter o que merece.

Depois de levarem Miguel, Juliette precisava de se deslocar à delegacia para prestar queixa.  Ao chegar ficou a saber que ele também tinha apresentado queixa por agressão.   Teve até que receber assistência hospitalar devido ao ferimento na cabeça.

Rodolffo levou Juliette para casa.  Ela entrou no banheiro pois precisava urgentemente de um banho.
Ele ficou no quarto sentado em cima da cama esperando.  A jarra com as flores que ele tinha mandado ainda ali estavam apesar de murchas.  Em cima da mesinha um dos seus livros tinha um marcador a meio e na cesta ainda havia alguns chocolates assim como os outros dois livros.

Juliette saiu do banheiro vestindo um robe e veio deitar-se.  Rodolffo aproveitou para se deitar também e puxá-la para os seus braços.

- Dorme um pouco.  Quando acordares vais sentir-te melhor.

- Promete que não vais embora.

- Não vou.  Vou ficar aqui e preparar uma coisa gostosa para comeres.

Juliette adormeceu e Rodolffo separou-se dela com cuidado para não a acordar.   Saiu do quarto e telefonou ao pai a contar o sucedido.   Era necessário encontrar um outro fotógrafo com urgência.   Tinham muitas campanhas em curso e a agência não podia parar.

Quando desligou o telefone foi para a cozinha e verificou o que havia na geladeira.

Encontrou uns peitos de frango já temperados e perguntou-se porque é que uma pessoa sózinha precisava de tanta carne.  A seguir lembrou-se que algumas modelos levavam marmita para o trabalho.  Juliette devia fazer o mesmo.

Fez um strogonoff, um arroz branco e uma salada de folhas verdes. Juliette tinha uns cogumelos grandes na geladeira  e Rodolffo resolveu gratiná-los com queijo e ervas.

Quando terminou foi ao quarto espreitá-la e encontrou-a sentada na cama a chorar.

- Não chores.  Já passou.   Vem comer que eu fiz uma coisa gostosa.
Olha!  Essas flores já morreram.  Vão ficar aí mesmo?

- Eu gosto de olhar para elas, mesmo secas.  É que foi a primeira vez que ganhei flores  sem ser por trabalho.

- Ainda vais receber muitas mais.  Agora anda lá comer senão arrefece.

- Sinto o cheiro daqui.  O que fizeste?

- Uma das minhas especialidades.   Depois diz-me se gostaste?

Os dois foram até à cozinha.  A mesa estava posta.  Desta vez não havia vinho mas um suco de laranja e cenoura.

Uma dose de saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora