Tempos depois
Rodolffo e Juliette ficavam de vez em quando. Nada era assumido, nada era oficial. Rodolffo dormia lá em casa por vezes.
Comprou alianças de compromisso, mas à última hora decidir não fazer o pedido.....
Rodolffo vinha satisfeito quando chegou a casa de Juliette. Tinha passado na ourivesaria e comprado as alianças que há tempos encomendara.
- Boa noite, amor.
- Boa noite. Demoraste um pouco. - disse ela ao dar-lhe um beijo.
- Demorei, mas foi por uma boa causa. Encontrei o Àlvaro e fui tomar um copo com ele para comemorar o seu noivado.
- O Àlvaro noivou? Que coisa cafona.
- Cafona porquê, amor? Todos os casais desejam noivar e casar.
- Todos não. Eu por exemplo, estou bem como estou. A gente se ama, fica quando dá e vida pra frente.
- Poxa, Ju! Não te sabia tão desprendida. Julguei que esse fosse o sonho de qualquer mulher.
- Pois não é. Pelo menos não o meu. A minha vida está boa do jeito que está.
Rodolffo meteu a mão ao bolso e sentiu a caixa das alianças. Já era tarde e não quis causar uma discussão. A verdade naquele momento é que queria ir embora dali.
Nessa noite não houve clima para fazer amor. Depois de jantar, com a desculpa de cansaço, Rodolffo simplesmente deitou-se e adormeceu. Juliette estranhou mas não questionou.
Na manhã seguinte enquanto tomavam café estavam mais silenciosos que o habitual. Juliette foi a primeira a falar.
- Está tudo bem, Rodolffo?
- Sim, porque não havia de estar? Está tudo como tu gostas.
- Essa não entendi!
- A nossa vida, não está como tu gostas? Foi isso que disseste ontem à noite.
- E o que deveria mudar? Qual é a tua ideia? Não me digas que foi pela conversa dos noivados?
- Não foi. Está tudo bem mesmo. Agora preciso ir. Hoje sai a sentença dos culpados do teu sequestro. Tenho que estar no tribunal.
- Importas-te se eu não for? Não me apetece olhar na cara daqueles bandidos.
- É só a leitura da sentença, não precisas ir.
- Vou aproveitar e fazer umas compras. Para a semana temos a viagem para a semana da moda em Paris. Estou entusiasmada.
- Nota-se.
- Ai, Rodolffo. Estás muito chato. Se estás aborrecido com algo, fala. Essas indirectas para mim não funcionam.
Vamos viajar, alegra-te. Paris dizem que é a cidade do amor.- Dos casais apaixonados que querem ficar juntos. Como eu queria... Rodolffo tirou a caixa do bolso e mostrou as alianças.
Juliette olhou para a mão dele e ficou sem palavras. Aproximou a cadeira dele e colocou a mão no seu rosto.
Rodolffo levantou-se, colocou a caixa de novo no bolso, pegou no casaco e nas chaves do carro e saiu porta fora.