Capítulo 19

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Tempos depois

Rodolffo e Juliette ficavam de vez em quando.  Nada era assumido, nada era oficial.  Rodolffo dormia lá em casa por vezes.
Comprou alianças de compromisso, mas à última hora decidir não fazer o pedido.

....

Rodolffo vinha satisfeito quando chegou a casa de Juliette.   Tinha passado na ourivesaria e comprado as alianças que há tempos encomendara.

- Boa noite, amor.

- Boa noite.  Demoraste um pouco. - disse ela ao dar-lhe um beijo.

- Demorei, mas foi por uma boa causa.  Encontrei o Àlvaro e fui tomar um copo com ele para comemorar o seu noivado.

- O Àlvaro noivou?  Que coisa cafona.

- Cafona porquê,  amor?  Todos os casais desejam noivar e casar.

- Todos não.  Eu por exemplo, estou bem como estou.  A gente se ama, fica quando dá e vida pra frente.

- Poxa, Ju!  Não te sabia tão desprendida.  Julguei que esse fosse o sonho de qualquer mulher.

- Pois não é.  Pelo menos não o meu.  A minha vida está boa do jeito que está.

Rodolffo meteu a mão ao bolso e sentiu a caixa das alianças.  Já era tarde e não quis causar uma discussão.   A verdade naquele momento é que queria ir embora dali.

Nessa noite não houve clima para fazer amor.  Depois de jantar, com a desculpa de cansaço, Rodolffo simplesmente deitou-se e adormeceu.  Juliette estranhou mas não questionou.

Na manhã seguinte enquanto tomavam café estavam mais silenciosos que o habitual.  Juliette foi a primeira a falar.

- Está tudo bem, Rodolffo?

- Sim, porque não havia de estar?  Está tudo como tu gostas.

- Essa não entendi!

- A nossa vida, não está como tu gostas?  Foi isso que disseste ontem à noite.

- E o que deveria mudar?  Qual é a tua ideia?  Não me digas que foi pela conversa dos noivados?

- Não foi.  Está tudo bem mesmo.  Agora preciso ir.  Hoje sai a sentença dos culpados do teu sequestro.  Tenho que estar no tribunal.

- Importas-te se eu não for?  Não me apetece olhar na cara daqueles bandidos.

- É só a leitura da sentença, não precisas ir.

- Vou aproveitar e fazer umas compras.  Para a semana temos a viagem para a semana da moda em Paris.  Estou entusiasmada.

- Nota-se.

- Ai, Rodolffo.  Estás muito chato.  Se estás aborrecido com algo, fala.  Essas indirectas para mim não funcionam.
Vamos viajar, alegra-te.  Paris dizem que é a cidade do amor.

- Dos casais apaixonados que querem ficar juntos.  Como eu queria... Rodolffo tirou a caixa do bolso e mostrou as alianças.

Juliette olhou para a mão dele e ficou sem palavras.  Aproximou a cadeira dele e colocou a mão no seu rosto.

Rodolffo levantou-se, colocou a caixa de novo no bolso, pegou no casaco e nas chaves do carro e saiu porta fora.

Uma dose de saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora