Hora de regressar ao Brasil. Juliette não tinha aproveitado a viagem como queria, pelo contrário, Vivi estava felicíssima.
Chegaram a meio da manhã e Juliette só queria a sua casa. Só no seu espaço ela conseguia relaxar completamente.
Na manhã seguinte foi directamente para a agência. Acordou com muitas notificações nas suas redes sociais. As fotos publicadas faziam o maior sucesso entre os seus fãs.
Rodolffo estava ocupado e ela foi conversar com Joaquim.
- Preciso de férias, Joaquim.
- Dentro de uma semana podes tirar, mas a próxima vai ser puxada. Para onde vais?
- Não faço ideia. Quero um lugar calmo na natureza.
- Como estás tu e o Rodolffo?
- Não estamos. Eu não entendo ele e ele não me entende.
- Por isso anda tão azedo. Aff que saco!!
- Vou falar com ele, mas estava ocupado.
- Deve ser alguma lambisgóia.
- Aqui no escritório?
- Deve ser, não sei. Ele chegou comigo e não tinha nenhuma reunião marcada.
- Vou lá. Até já.
Joaquim gostava de provocar. Rodolffo tinha-lhe contado sobre Juliette e ele resolveu espicaçar os ciúmes dela.
Juliette bateu na porta de Rodolffo.
- Entre.
Ele estava sózinho. - Bom dia. Ela aproximou-se e deu-lhe um beijo no rosto.
- Bom dia. Que tal de viagem?
- Boa.
Sobre a secretária estava uma rosa vermelha e uma caixa de bombons. Sobre a caixa um cartão bem visível.
Obrigada pelo jantar e noite.
Que tal repetir?MS
- Quem te mandou chocolates?
- Uma amiga, porquê?
- Eu conheço?
- Creio que não. Tem pouco tempo que a gente se conhece.
- E já sais para jantar com ela? Rápido ein?
- Porquê? É proibido sair com amigas? Eu sou solteiro e descompromissado.
- Senti a tua falta em Paris. Não gostei.
- Foi escolha tua. Mulher empoderada, dona de si, que não quer relacionamento sério, às vezes também se sente só.
- O que fizeste às alianças?
- Devolvi, porquê?
- Estes três dias eu pensei muito em nós. Dá para voltar atrás? Ao dia em que ias pedir-me em casamento?
- Não tem como. Eu ia achar forçado da tua parte.
- Não é. Eu sei que te amo muito. Talvez a palavra casamento tenha um peso grande para mim, mas eu não te quero perder.
Juliette afastou a cadeira dele da secretária e colocou-se na frente dele. Depois sentou-se no colo e passou os braços pelo pescoço dele.
- Tenho tantas saudades. Por favor, volta pra mim.
- Só volto com uma condição. - disse Rodolffo abraçando a sua cintura.
- Eu aceito, Rodolffo.
- Ainda nem disse qual era a condição!
- Aceito qualquer uma para te ter de novo. Não quero piranhas rondando o meu homem.
- A condição é vivermos juntos. Na tua casa ou numa que eu alugue ou compre.
- Ficas já hoje? Eu quero.
Rodolffo retirou da gaveta da secretária a caixa das alianças e entregou-lhe.
- Coloca no meu dedo, minha ciumenta.
- E tu no meu, seu doido. Quero saber dessa aí dos chocolates.
- Não é ninguém. Foi o meu pai que deixou de propósito logo cedo. Ele diz que sabia que ias ver.
- E quem estava contigo antes de eu chegar?
- Ninguém. Eu é que não me apetecia ver ninguém. Depois vi-te no gabinete do meu pai e sabia que virias aqui.
- Pai e filho contra mim.
- Os dois te amamos.
- Eu também vos amo muito.
Juliette uniu os lábios aos dele e iniciaram um beijo apaixonado. Rodolffo levantou-se com ela no colo e foi trancar a porta. Depois deitou-a no sofá e ali mataram um pouco da saudade.