Capítulo 23

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Hora de regressar ao Brasil.  Juliette não tinha aproveitado a viagem como queria, pelo contrário,  Vivi estava felicíssima.

Chegaram a meio da manhã e Juliette só queria a sua casa.  Só no seu espaço ela conseguia relaxar completamente.

Na manhã seguinte foi directamente para a agência.   Acordou com muitas notificações nas suas redes sociais.   As fotos publicadas faziam o maior sucesso entre os seus fãs.

Rodolffo estava ocupado e ela foi conversar com Joaquim.

- Preciso de férias,  Joaquim.

- Dentro de uma semana podes tirar, mas a próxima vai ser puxada. Para onde vais?

- Não faço ideia.  Quero um lugar calmo na natureza.

- Como estás tu e o Rodolffo?

- Não estamos.  Eu não entendo ele e ele não me entende.

- Por isso anda tão azedo.  Aff que saco!!

- Vou falar com ele, mas estava ocupado.

- Deve ser alguma lambisgóia.

- Aqui no escritório?

- Deve ser, não sei.  Ele chegou comigo e não tinha nenhuma reunião marcada.

- Vou lá.  Até já.

Joaquim gostava de provocar.  Rodolffo tinha-lhe contado sobre Juliette e ele resolveu espicaçar os ciúmes dela. 

Juliette bateu na porta de Rodolffo.

- Entre.

Ele estava sózinho.  - Bom dia.  Ela aproximou-se e deu-lhe um beijo no rosto.

- Bom dia.  Que tal de viagem?

- Boa.

Sobre a secretária estava uma rosa vermelha e uma caixa de bombons.  Sobre a caixa um cartão bem visível.

Obrigada pelo jantar e noite.
  Que tal repetir?

MS

- Quem te mandou chocolates?

- Uma amiga, porquê?

- Eu conheço?

- Creio que não.   Tem pouco tempo que a gente se conhece.

- E já sais para jantar com ela?  Rápido ein?

- Porquê?  É proibido sair com amigas?  Eu sou solteiro e descompromissado.

- Senti a tua falta em Paris.   Não gostei.

- Foi escolha tua.  Mulher empoderada,  dona de si, que não quer relacionamento sério, às vezes também se sente só.

- O que fizeste às alianças?

- Devolvi, porquê?

- Estes três dias eu pensei muito em nós.   Dá para voltar atrás?  Ao dia em que ias pedir-me em casamento?

- Não tem como.  Eu ia achar forçado da tua parte.

- Não é.  Eu sei que te amo muito.  Talvez a palavra casamento tenha um peso grande para mim, mas eu não te quero perder.

Juliette afastou a cadeira dele da secretária e colocou-se na frente dele.  Depois sentou-se no colo e passou os braços pelo pescoço dele.

- Tenho tantas saudades.  Por favor, volta pra mim.

- Só volto com uma condição. - disse Rodolffo abraçando a sua cintura.

- Eu aceito, Rodolffo.

- Ainda nem disse qual era a condição!

- Aceito qualquer uma para te ter de novo.  Não quero piranhas rondando o meu homem.

- A condição é vivermos juntos.  Na tua casa ou numa que eu alugue ou compre.

- Ficas já hoje?  Eu quero.

Rodolffo retirou da gaveta da secretária a caixa das alianças e entregou-lhe.

- Coloca no meu dedo, minha ciumenta.

- E tu no meu,  seu doido.   Quero saber dessa aí dos chocolates.

- Não é ninguém.  Foi o meu pai que deixou de propósito logo cedo.  Ele diz que sabia que ias ver.

- E quem estava contigo antes de eu chegar?

- Ninguém.  Eu é que não me apetecia ver ninguém.   Depois vi-te no gabinete do meu pai e sabia que virias aqui.

- Pai e filho contra mim.

- Os dois te amamos.

- Eu também vos amo muito.

Juliette uniu os lábios aos dele e iniciaram um beijo apaixonado.   Rodolffo levantou-se com ela no colo e foi trancar a porta.  Depois deitou-a no sofá e ali mataram um pouco da saudade.

Uma dose de saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora