capítulo 8

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— POV: Cristal

Faz quase uma semana desde que voltamos para a Cidade dos Anjos. Eu diria que as coisas andam muito bem, exceto pelo fato de eu ter começado a refletir sobre os meus sentimentos pela Renata. Isso tem me deixado maluca.

Novamente, não tem como eu ter me apaixonado por ela. É impossível. Mas pode ser que algo tenha se desenvolvido... mas é normal, quando você beija alguém constantemente, certo? E o pior é que agora eu analiso tudo o que a Renata faz comigo e como isso me afeta. Não foi uma boa ideia porque, com isso, eu percebi que ela tem muito mais influência sobre mim do que deveria. Odeio a sensação de não estar no controle, mas Renata consegue fazer isso as vezes.

Além desses pensamentos, tem um mecânico que vem dando em cima de mim nos últimos dias, Nanam o nome dele. Renata foi quem nos apresentou e, mesmo assim, é visível como ela fica se mordendo de ciúmes quando ele fala comigo.

Selena tentou me convencer de que eu deveria investir nele mas ele é muito... não sei, só não me interessa. Além disso, estou com outras coisas na cabeça agora. Eu e Renata não somos exclusivas, longe disso. Mas eu não tenho vontade de ir atrás de outras pessoas, muito menos um garoto como o Nanam, que parece querer um relacionamento sério.

- Patroa? — A voz de Selena faz eu me lembrar de que estou na mecânica.

- Oi, Selena — Eu respondo, me virando para ela.

Estamos na parte de cima da Braba, onde fica o bar. Ela me chama para sentar na sua frente e eu sigo, desconfiada de suas intenções. Ficamos em uma conversa fiada por alguns minutos até que ela parece criar coragem para falar o que realmente quer.

- Vem cá, patroa, só entre a gente... — Ela começa.

- O que você fez, Selena?

- Nada, patroa. É que eu tava pensando... tem mesmo necessidade dessa regra aí de relacionamentos entre as Hells Angels?

Por essa eu não esperava. Justo a Selena, que sempre foi contra qualquer coisa que acontecesse entre mim e a Renata, perguntando sobre a regra?

- Como assim? — Eu pergunto, com medo de prosseguir com o assunto.

- Ah, patroa... é que eu acho que não tem muito motivo, sabe. Eu acho que as meninas saberiam se comportar, na medida do possível. Quem sabe isso não faria alguns laços se formarem, não é?

- Não tô te entendendo, Selena. Uma hora você tá aí, querendo que eu fique com o Nanam e com um monte de outras pessoas, e depois você tá aí falando de acabar com a regra — Eu falo e vejo um sorriso se formar no rosto de Selena.

- Eu nunca citei você, patroa. É você quem tá falando.

Merda. É óbvio que ela falou aquilo pensando em mim e na mãe dela, mas é verdade, ela não falou nossos nomes em nenhum momento. Eu entreguei isso de bandeja para ela.

- Eu... você sabe o que você tá fazendo, Selena.

- Eu só tô dando uma sugestão, patroa. Acho que você deveria pensar um pouco sobre — Ela fala, se levantando — Quer ir na praça de alimentação comigo?

Ótimo, joga a ideia e muda de assunto. É assim que se faz, Selena. Bem, é melhor do que se ela quisesse discutir o meu não-relacionamento com a Renata. Como estou quase sem comida e bebida, aceito o convite.

Enquanto estamos no caminho, Renata manda mensagem - primeiro para Selena e depois para mim - avisando que acordou. Eu respondo por nós duas que estamos indo para a praça de alimentação e Renata diz que vai daqui a pouco.

minha preferida - crisnataOnde histórias criam vida. Descubra agora