Capítulo 04.

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JEON JIMIN.

Ao terminar minhas obrigações e deixar Taeyang adormecido, me refugio em meu pequeno jardim secreto, local que pedi ao imperador como comemoração da vitória na batalha ao norte, meu pai disse que se o imperador quisesse ser grato, que me desse tudo o que eu desejava, e tem sido assim nos últimos meses.

Olhando as pequenas flores de cerejeira tento colocar meus pensamentos em ordem, sei que meu cio está perto, me sinto quente, confuso, carente, e Jungkook diz que não deve demorar mais que uma semana para que ele chegue, então preciso me preparar, para enfim tentar ter um herdeiro.

Sou roubado de meus planos ao ouvir um barulho típico, de galhos quebrando.

Ao fundo das cerejeiras vejo uma figura de preto, que se mexe de modo estranho, ando em direção a ele, e o cheiro denuncia ser um alfa, mas isso vai além, ele está ferido.

Quando enfim seu rosto revelado, reconheço, é Taehyung, seu braço está ferido, seu olhar está pesaroso.

ㅡ Terceiro Príncipe, o que houve com seu braço? Você está sangrando!

Seu rosto úmido, o suor lhe escorre, parece que está febril, ele não consegue me responder apenas pende sua cabeça então me apresso para que ele não caia em meio às pedras do lago, seguro seu corpo junto ao meu, vejo que sua ferida é grande, mas não tão profunda e que posso tratá-la antes de levá-lo ao médico real, assim que avisto alguém, faço um sinal para que a criada venha, e assim que estamos em meus aposentos peço a Kumiko, água e panos limpos.

Cuido de sua ferida e faço sua febre abaixar, agradecendo a Kumiko pelos ensinamentos medicinais.

ㅡ Chame o médico real.ㅡ Digo minha criada.

Sinto algo segurando meu braço e vejo o rosto do príncipe fazendo um sinal negativo, provavelmente ele não quer que saibam que está ferido, é mais algum dos seus segredos, segredos que deixam seu olhar vazio e frio.

ㅡ Certo, não o chame, irei lhe dar uma lista e por favor faça tudo discretamente! Confio em você!

Kumiko prontamente obedece, levando a outra criada consigo, pego mais panos úmidos, limpando qualquer vestígio de sangue do corpo do alfa, não posso deixar de notar, as diversas cicatrizes na pele, em tom de canela.

ㅡ Não quer nem ao menos me dizer como fez essa ferida? ㅡ Sei que o príncipe está apenas de olhos fechados.

ㅡ É uma história longa, vossa majestade, daquelas de saber sobre, custa sua vida.

ㅡ Tenho muito tempo, pois terei que cuidar de você, então vamos fazer uma troca. Você me diz como fez a ferida e eu continuo guardando silêncio sobre ela.

ㅡ Não posso lhe dar grandes detalhes, mas há pessoas nesse palácio que não se agradaram de seu marido, ter recebido o trono, e usam meios sujos para tentar tirá-lo do poder, um deles é atacar seus irmãos já que Jungkook tem grande respeito e admiração por nós, por favor não se desespere não tirarão meu irmão do trono, trabalhei duro, dei literalmente meu sangue e suor para isso. ㅡ Ele abre um sorriso fraco.

ㅡSei que não, não permitirei que ele seja tirado do trono, Jungkook reinará por mais anos que vosso pai, mas mesmo assim lhe agradeço terceiro príncipe. ㅡ Sorri gentil.

O príncipe suspirou, me encarando.

ㅡ O filho do general é tão belo que garanto que fariam batalhas e guerras para tê-lo, o ômega com sangue de dragão, e beleza de uma, lótus ao pleno luar. ㅡ Ele me observa com olhos um tanto emocionados, o'que me causa estranheza.

ㅡ Não desejo que sangue seja derramado por mim, não desejo guerras ou batalhas, desejo a serenidade de ter um Família e um reino próspero... Se eu puder fazer isso sem derramar uma gota sequer de sangue inocente, assim farei, mas não me importar eu em segurar uma espada, para conquistar e proteger o que quero.

ㅡ Por que há tanta confiança em vossas palavras imperador ômega? Parece não temer nada.

ㅡ E por que temeria? O sangue que corre em minhas veias é forte, a fidelidade que tenho ao imperador é cem vezes mais, o que temer?

ㅡ Você ama tanto o Imperador? Será tão fiel a ele? Mesmo sem saber se será recíproco?

Ele parece querer provocar algo em mim, mas apenas sorrio e termino as ataduras com medicamentos.

ㅡ Descanse caro príncipe, teve a fúria de um dragão hoje.

O deixo deitado e vou lavar o sangue de minhas mãos.

ㅡ Vossa majestade dizem que a música ajuda a cura de feridas, se não for abusar de sua hospitalidade poderia cantar para mim?

Novamente tenho a sensação de que ele está me provocando para algo, mas olho pela janela as flores de cerejeira e me lembro de uma canção de infância.

Houve um rouxinol que na primavera voava livre.

Em meio a brisa suave, em meio a tantos.

Aromas houve um que lhe fez pousar.

Ao pousar em uma florida cerejeira onde...
A menor flor fez o rouxinol se apaixonar .


Ó pequena e bela flor, se prometeres.

Se prometeres resistir! Irei voltar a vê-la.

Se prometeres me amar.

Eu a amarei na mesma medida.

A pequena flor encantada pelo canto

Do Rouxinol prometeu que resistiria

E que seu coração seria apenas só dele.

Ele, contente com a promessa, voou.

Mas com seu pensar sempre na pequena flor.

Mas a felicidade o levou ao sul.

Para longe, para longe de seu amor.

Quando pode retornar, a neve já cobria.

Mas ele pode ver a pequena flor.

Resistindo, ela lhe cantou uma última vez.

Rouxinol, seu amor me aqueceu e eu pude sobreviver, porém, me deixe partir agora e retornarei a você na próxima primavera. Como esperei por você, me espere também.


Primavera após primavera, o Rouxinol retorna à cerejeira e procura pela pequena e bela flor, em seu amor eterno.

ㅡ É uma canção um pouco triste, não acha?ㅡ? Sua voz está um tanto sonolenta.

ㅡ O amor não é moldado apenas por felicidade, o amor tem seus obstáculos, mas o verdadeiro amor sobrevive.

Já não ouço respostas, e ao me virar, confirmo que o príncipe adormece, de alguma maneira seu rosto adormecido me dá passividade, não posso dizer se ele é um aliado ou um inimigo, não posso garantir que ele será bom, mas eu quero descobrir mais sobre esse homem.

Dragão vermelho. JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora