A MASOQUISTA

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2001

O toca-disco estava ligado, sim, ela tinha um bem velho deixado pelo seu pai, estava tocando hole, ela adorava a voz maníaca da courtney love, sentada na varanda fumando um cigarro demorado, ela olhava para o céu , o sol indo embora, e o seu pensamento fluia e ela só conseguia pensar no quanto de dor seu corpo sentiria se fosse esmagado por um carro, ou se um ferro quente em suas coxas a faria sangrar o suficiente para a fazer gozar, seus pensamentos eram intensos, e propectivamente incompartilhavéis, mas essa era ela, e para o mundo, só mais uma.

Seus pulsos tatuados de cortes desde da infância, ela era meio criativa, divertida e engraçada, quando não estava triste, ou tendo um ataque de pânico, ela adorava usar roupas em tons de lilás e pintar as unhas de preto, lia diariamente e amava assistir sex and the city aos fins de semana com uma garrafa de vinho e bombons de chocolates, pois lembrava sua mãe, que já morrera há alguns anos. ela lecionava literatura no ensino fundamental, já aos 22 anos, morando em um apartamento minúsculo quase sem segurança, com cheiro de incenso da sua vizinha idosa ao lado, mas ela não poderia reclamar tudo era melhor do que nada, e nada era realmente , ás vezes melhor do que tudo. Pantufas cor de rosa, sylvia plath em sua escrivaninha e café forte, ela era uma mulher bem peculiar, diagnósticada com transtorno bipolar aos 18, seu pai meio que a abandonou, mais do que já havia abandonado em seu nascimento, mas isso é uma história triste e sei que vocês não querem saber sobre mais outro clichê social.

Existe uma fragilidade e uma inocência forçada em seu vislumbre, que provavelmente foi roubada no começo de seu desenvolvimento púbere, que a deixa totalmente em perigo, é um fato algumas garotas podem ser bem mais problemáticas que outras, mas algumas podem ser realmente loucas, é o que deixa tudo mais excitante, segundo os homens, é claro, acontece que assim como mulheres tinham orgasmos com simples penetradas em seus ventres por milésimos de segundos, ela era diferente, ela gostava da dor, não de uma dor comum, mas a dor verdadeira, a dor que realmente a fazia se sentir viva e não querer morrer, é complexo eu sei, mas como eu disse existem mulheres malucas, e fetiches também.

Eu poderia gastar seu tempo, explicando o que a psicicanálise de Freud explica sobre isso, mas honestamente falando estou mais empolgada em contar sobre um antigo porão na casa dela, onde o seu pai a castigava, sim, vamos voltar a esse tema em questão, e não dar nomes aos envolvidos. Seu pai sempre foi muito rigido, principalmente depois que sua mãe morreu, bebia todas as noites, e batia nela, com varas, cintos, cordas, e com o tempo ele desisitiu, pois ela não chorava, não como qualquer criança, ela sangrava, mas não demonstrava nem um tipo de sentimento que uma criança normal demonstraria, nem choro, nem gritos, apenas medo e submissão. Então, assim que ele conseguiu a deu para a adoção, e nunca mais voltou, deixou apenas o toca discos e o retrato de sua mãe.

Ela chorava todas as noites com saudade de sua mãe, a única que realmente a entendia, se cortava , se machucava sempre com tudo o que achava, sentia prazer, desde de pequena até sua adolescência ela colecionava cortes, alguns precisaram de pontos e estavam na prescrição do orfanato como acindental, pois não queriam correr o risco de mandar ela para um sanatório aos 10 anos de idade. Ela foi adotada aos 15 por uma familia bem tradicional, mas nem tanto, o casal que a adotou a torturou, deixadv ela longe das outras crianças que eram realmente os filhos legítimos, ás vezes sem comida, e sem água, mas ela já estava acostumada, então só se obrigou a aceitar o que já conhecia.

Até que uma noite o Sr.harris, o homem que era seu pai adotivo, levantou da cama do lado de sua adorável esposa loira, e no meio da noite, foi até o quarto dela, ela estava tão magra e sem forças, que só sentiu as cobertas se moverem, ele a virou de bruços, e enfiou a cara dela no travesseiro, ela mal conseguia respirar, com o susto, e o toque frio das mãos grandes ela já sabia o que era e quem era, então sem lutar deixou acontecer, e as lágrimas desceram , enquanto ele a forçava e penetrava bruscalmente sua vagina, e depois seu anûs, ele gozou e fez um estrondo que parecia um som de monstro grunindo, não disse nada, apenas fechou as calças e subiu as escadas, ela ficou parada uns cinco minutos, tudo ardia em seu corpo, e seu primeiro pensamento foi de pegar uma faca para enfiar no meio do peito, ao olhar para trás ela tinha a opção de decidir imaginar que era apenas um sonho, porque não havia ninguém, mas ela olhou as cobertas ensanguentadas, suas pernas descendo sangue e um tipo de gosma que nunca havia visto antes, então por um surto e um impulso, ela se limpou rapidamente, vestiu calças, colocou tênis, e fez uma mochila, sem dinheiro e sem nada, ela saiu daquela casa, correndo, correndo, com as lágrimas de raiva ao vento, e um desespero sufocante, ela apenas correu, e nunca mais voltou para aquela casa, nunca mais olhou pra trás.

Babygirl XXXWhere stories live. Discover now