LETÍCIA/ 17♥︎

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Estou trêmula arrumando uma maneira de conversar com Ret, não quero que ele saiba da possibilidade de ser o pai do Noah pela boca de terceiros e sim por mim, já basta essa confusão que está minha vida, não preciso que o Ret desconfie de mim por algo que eu nem imaginava.

— Mãe, ajuda aqui a Letícia, vou precisar resolver um B.O.— escuto a voz só Ret falando com dona Vanda.

Saiu do banheiro e olho para o Ret, não tem como eu esperar mais.

— Dona Vanda, não precisa! Ret vai me ajudar com o Noah, se essa ligação não for Urgente é claro. — digo cruzando os braços.

— Filipe sabe que família vem primeiro, então estou indo dormir! — dona Vanda fecha a porta do quarto.

Ret me olha e da um sorriso quanto de boca, provavelmente uma hora dessa estou pálida sem uma gota se sangue no corpo, eu nem sei por onde começar a falar sobre o que está acontecendo.

— Posso te ajudar a tirar, com prática chega a perfeição.. — brinco tirando a roupinha do Noah.

— Pô, roupinha complicada essa.— ele diz me olhando fazer.

Enrolo o Noah na toalha e vamos até o banheiro, a banheira está em cima só balcão da pia, entrego o garoto para o Ret que me olha desesperado sem saber o que fazer.

— Tu confia em mim assim? — fala nervoso. — Não sei fazer isso não, pega ele Letícia, na moralzinha.

— Você comanda uma favela inteira, um banho em um bebê é fichinha pra você, vai lá. — digo.

— Cheia de graça né? — diz rindo.

— Eu preciso que você olhe as costas do Noah, isso vai explicar o porque você não pode ser padrinho "nesse momento" do Noah. — digo tensa.

Ele não me responde apenas levanta um pouco o bebê e olha suas costas, sua mão passar por cima do sinal, ele faz carinho no local e o silêncio toma conta do ambiente.

Ele termina o banho do Noah em silêncio e vai em direção a cama onde a roupinha já está separada.

— Você pode me falar alguma coisa? — digo angustiada

— Faz essa parada, eu não sei. — ele diz me dando espaço.

Termino de trocar a roupa do Noah e Ret continua parado parece que está em choque.

— Antes do batizado precisamos fazer o DNA, me fala alguma coisa Ret — imploro.

Ele brinca com a mão do Noah e mal olha pra mim.

— Batizado? — ele questiona. — Eu não sou padrinho da criança, eu sou PAI! — ele fala.

— Ret, não temos certeza, vamos fazer o teste. — digo.

—Eu tenho total certeza, esse menino é meu! Padrinho é um caralho Letícia. — ele diz.

— Um sinal não significa uma paternidade, não posso viver com essa incerteza.

— Tu sabe mais que eu esse muleke é meu! Para desse teatro de padrinho, batizado ou caralho a quatro, o Filho é meu! — diz pegando o menino no braço.

— Kaio tem chances de ser.. — ele não deixa eu terminar.

— Não tem amizade, parceria ou qualquer situação, a paternidade do Noah é minha e eu vou passar por cima de qualquer um pra ter esse direito, doa a quem doer, isso eu não vou abrir mão! — ele fala em um tom mais alterado.

Paixão Obscura ( Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora