Onde 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐎𝐌𝐄𝐃𝐀, numa tentativa de recomeçar a vida, se muda para Lake City. Uma cidadezinha no quase interior de Seattle, e no meio do inverno, poderia até não parecer a melhor escolha, mas havia linhas que o destino escrevia e que só poder...
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16 de dezembro de 2019 Lake City, Seattle, WA
Por mais que quisesse continuar aproveitando as férias, Andy raramente conseguia perder o costume de acordar cedo. Ou, pelo menos, perto das oito. Tomando café da manhã perto da lareira, aproveitando o dia morno enquanto a temperatura não baixava, a mulher descansou um pouco mais, tendo a própria companhia e os pensamentos sobre o fim de semana em sua mente.
Especialmente a saída e o certo vizinho que não deixava sua mente.
Vizinho esse que parecia pressentir seus pensamentos, pois tocou a campainha pouco após o café da mulher, as batidas servindo de alarme para tirá-la de transe. O pedido, no entanto, não era exatamente o que ela imaginaria. Jeffrey estava perdido entre duas emergências. Com um problema na vinícola, ele precisava sair quase que imediatamente, mas ao mesmo tempo precisava dirigir no sentido contrário para levar as crianças na escola.
Andy podia sentir a seriedade pelo tom agitado na voz do homem, e já tendo planejado ir ao centro da pequena cidade, aceitou ajudá-lo. Se organizou enquanto ele foi buscar as crianças, e pegou a chave do carro e a carteira bem a tempo de ele tocar a campainha outra vez.
— Não imagina como está salvando a minha vida, Andy — Ele disse, a voz abafada enquanto ajustava a cadeirinha de George no carro dela.
— Não é nada demais, Jeff. Já era caminho para mim — Ela sorri, deixando Gus se ajustar no banco ao lado e ajudando o menino com o cinto.
— Mesmo assim, obrigado — Ele sorriu fraco, após checar pela terceira vez que a filha estava bem presa no assento. — Pode deixar a cadeirinha com você, eu busco mais tarde.
— Tudo bem. Anda, vai resolver sua emergência. Eu aviso que a mãe deles vai buscá-los.
— Te devo uma, Andy. Das grandes — Ele disse, dando um rápido beijo na bochecha da mulher antes de correr contra a neve para o próprio carro.
Ela fez o mesmo, seguindo para o banco do motorista, começando a dirigir cuidadosamente para o centro da pequena cidade, o GPS indicando a escolinha das crianças. Andy apreciou a ida, os dois permaneceram em silêncio, Gus segurando a mão da irmã, o que Andy achou adorável. E logo chegaram no local, fazendo-a estacionar no canto, com os outros pais que também deixavam suas crianças.
A ligeira ideia fez um frio repentino surgir no estômago da morena, que logo balançou a cabeça. Com cuidado, ela tirou Gus do banco, o deixando esperando ao lado, e pegou George no colo. Segurando a menina em um braço e a mão do menino com a mão livre, ela caminhou até a entrada da escola, deixando-os com a professora que já os conhecia. Andy então comentou sobre a emergência do pai, e deixou sob aviso que a mãe das crianças quem viria lhes buscar.
— Tchau, tia Andy! — O mais velho disse.
— Boa aula, Gus!
Com Andy acenando para ele, Augustus retribuiu antes de correr para dentro da escola. Assim ela pôde retornar para o carro e seguir o caminho para o mercado. Ignorando os olhares que ainda recebia, Andy seguiu pelos corredores, comprando pequenos itens que lembrava estar precisando em casa, e alguns enfeites de Natal para a casa, uma das coisas que ela havia abandonado na mudança. Passando tudo no caixa automático, Andy logo saiu do lugar, seguindo para o carro e dirigindo de volta para casa.
