Onde 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐎𝐌𝐄𝐃𝐀, numa tentativa de recomeçar a vida, se muda para Lake City. Uma cidadezinha no quase interior de Seattle, e no meio do inverno, poderia até não parecer a melhor escolha, mas havia linhas que o destino escrevia e que só poder...
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19 de dezembro de 2019 Lake City, Seattle, WA
Uma manhã de sol aquecia um pouco o chão coberto de neve, o vento fraco fazia as árvores balançarem no alto, trazendo uma brisa morna para Andy. Uma caminhada sempre fazia parte da sua rotina, e era algo que ela queria continuar fazendo com frequência, mesmo que fosse inverno. Com uma camisa térmica de compressão, uma legging grossa e um tênis confortável para trilha, a mulher seguiu, dessa vez por um caminho um pouco diferente do usual.
Era cedo, e isso permitiu que ela continuasse a trilha com Pushkin e Dante, sem serem interrompidos por outros cães. O som dos pássaros e de uma pequena nascente a atraiu outra vez para o pequeno lago ao fim da trilha, pouco antes de chegar até a saída, de frente para a fazenda de Jeffrey. Se sentando em uma das pedras, Andy parou para recuperar o fôlego, descansando e apreciando a vista.
E se permitindo pensar, principalmente. Nos últimos dias, quando mal havia visto e sequer havia trocado uma palavra com Jeffrey, e como estavam se deixando levar pela ideia daquele interesse crescente entre si. Andy não queria desperdiçar a oportunidade, mesmo que parte dela ainda sentisse receio de se envolver com alguém. Ela sabia que Jeffrey jamais seria igual ao seu ex-marido, mas não achava estar pronta para seguir em frente ainda.
— Se eu continuar só pensando, nunca vou chegar a lugar nenhum, não é, bebê? — A jovem comentou, com um bufar frustrado enquanto acariciava os pelos de Dante.
O cão apenas permaneceu ao lado dela, abanando a cauda conforme a ouvia, mesmo que não pudesse entendê-la. Sempre a fazia sorrir, e dessa vez não havia sido diferente. Andy apenas deixou de olhá-lo quando ouviu os latidos de Pushkin, e como o cachorro voltava para o lado do lago, acompanhado do homem que não deixava sua mente.
Jeffrey pareceu suspirar de alívio quando a viu sentada, e se aproximou com um meio sorriso, parando próximo dela, sem chegar perto demais do lago.
— Descobriu o segredo da trilha, hm? — Ele quebrou aquele mesmo silêncio, que não chegava a ser desconfortável, mas sempre fazia ambos pensarem demais.
— Deveria ter me contado antes.
— Deveria... Estranhei quando vi o cachorro sozinho, achei que você tinha se perdido por aí.
— Está duvidando das minhas capacidades?
— Um pouquinho.
Com um rolar de olhos, Andy riu, sentindo seu peito levemente se aquecer com as provocações. Três dias sem se verem e ainda assim ela se sentia... um pouco refém daquela sensação. Algo que antes era tão difícil de sentir, com ele. Já Jeffrey parecia fazer tudo se tornar possível e alcançável.
— Não vai dar um mergulho? — Ele questionou, fazendo outra risada baixa soar.
— Só se você for comigo — Andy sugeriu, continuando a brincadeira e ficando de pé.