Capítulo 6: Suguru Geto

824 59 32
                                    

~Suguru Geto~

Foi necessário cada mínima grama de autocontrole que eu tinha para não ligar para o local de trabalho de Satoru.

Eu queria entrar lá e ver a expressão em seu rosto, ver como ele agiria e ver o breve momento de medo em seus incríveis olhos azuis enquanto ele provavelmente se perguntava o que eu diria, o que teria ido fazer lá.

Ah, você não tem ideia do quanto eu queria ver isso, muito mesmo.

Foi praticamente uma tortura.

Um pequeno sacrifício pessoal para me punir, para me manter sob controle. Não ceder a impulsos e praticar a autodisciplina era algo que eu me orgulhava. Afinal, me torturar era uma habilidade que eu vinha aperfeiçoando havia anos.

E porra… Eu tive uma tarde terrível.

Provavelmente não injustificada, mas ser alvo da ira do meu pai seria algo que eu precisaria suportar a vida toda.

Expectativas irreais, decepções inevitáveis uma após a outra. Pé direito, pé esquerdo, era assim que meu pai operava. Uma marcha de arrependimento que ele me lembrava a cada chance que aparecia.

O que quer que eu fizesse nunca era bom o suficiente, e nunca seria. Eu poderia facilmente descontar isso nas pessoas ao meu redor. Possuía algumas centenas de funcionários na minha folha de pagamento para descontar minhas frustrações. Tantos bajuladores que fariam o que eu mandasse, que suportariam qualquer diatribe de raiva mal direcionada que eu jogasse neles.

Mas eu me recusava a ser como meu pai.

Então, direcionei meu arsenal de frustrações para dentro de mim mesmo, para onde realmente pertencia. E Satoru soube assim que me viu que eu tinha tido uma tarde ruim.

Ele vacilou e me perguntou se eu estava bem? Não.

Ele me perguntou se eu queria conversar? Não, e graças a Deus que ele não o fez.

Satoru fez exatamente o que eu precisava que ele fizesse. Me mandou ajoelhar e me fez chupar o pau dele. E que pau glorioso ele tinha.

Desta vez foi muito melhor do que o incidente no banheiro. Ele puxou meu cabelo e se enfiou na minha garganta, me fazendo engasgar, me xingando de puta e lixo enquanto fodia a minha boca.

Ele foi implacável, perfeito.

Fui para a cama me sentindo mais leve e menos estressado, como se Gojo tivesse compartilhado o peso dos meus fardos.

Minha garganta ficou dolorida no dia seguinte, e toda vez que doía para engolir ou falar, eu sentia o rubor tomar conta das minhas bochechas com a lembrança. Eu queria que ele fizesse de novo. Se possível, todas as noites.

E então Satoru me mandou por mensagem os resultados completos dos exames de sangue dele.

Camisinhas agora eram oficialmente opcionais.

Porra, sim.

Eu não tinha certeza do porquê eu queria tanto isso. Eu sequer tinha considerado essa possibilidade com mais ninguém.

Uma parte de mim queria que ele me possuísse tão intensamente que eu nem conseguia pensar direito e ter que esperar até sábado era um tipo diferente de tortura.

A antecipação era deliciosa, e tornava cada minuto mais gratificante. Eu esperava que ele também não pensasse em mais nada. Eu o queria tão na beira do precipício quando ele atravessasse minha porta, que ele simplesmente me jogasse sobre o encosto do meu sofá, arrancasse minhas calças e me fodesse com força.

Inimigos com Benefícios Onde histórias criam vida. Descubra agora