Capítulo 21: Satoru Gojo

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~Satoru Gojo~ 

O jogo contra Penrith no sábado foi uma verdadeira bagunça, mas conseguimos garantir a vitória. Por pouco. 

Fizemos a longa viagem de volta para o nosso pub para beber, mas encontrava-se tudo muito quieto, ninguém realmente estava no clima para comemorar. Eu tinha outro lugar para ir, de qualquer forma. 

Aparentemente, Lane Cove tinha esmagado Warringah, e Suguru parecia de bom humor quando cheguei na casa dele às nove.

Ele pediu comida japonesa e bebemos algumas latas de Asahi enquanto eu o fazia assistir "Os Mercenários" na Netflix. Foi uma coisa bem de namoradinhos, e embora eu estivesse com medo de perguntar se era isso que éramos, parecia certo.

Eu basicamente disse a ele que o amava na quarta-feira, quando ele teve seu grande colapso. 

"Se você não quer que eu te ame, diga agora." 

Foi o que eu disse. 

Ele não fez nenhuma grande declaração em resposta, mas todo o seu colapso foi porque ele sentia coisas que tentou ignorar. E Geto podia negar até ficar roxo, mas eu sabia que ele me amava.

Suguru não tinha muito amor na vida dele e disse que não estava certo do que essa coisa toda entre nós significava. Mas a maneira como ele me olhava, a maneira como sorria para mim. 

Era amor. 

E o jeito que ele limpou tudo depois do jantar e então se aninhou contra mim, meu braço jogado sobre seu ombro enquanto assistíamos ao resto do filme. 

A maneira como ele pegou minha mão e me levou para a cama, a maneira como me beijou, a maneira como fizemos amor por horas e como ele adormeceu em meus braços depois. 

Isso era amor.

Eu sabia que teríamos desafios e pontes a cruzar, e também tinha consciência que nem sempre seria fácil. 

Quando éramos só nós dois? Parecia tão fácil como respirar. 

Quando considerávamos o mundo exterior, como nossos amigos e famílias poderiam reagir? Nem tanto. 

Eu só não esperava que isso acontecesse tão cedo.

Na quarta-feira à noite ele veio à minha casa. 

Eu tinha ido ao supermercado comprar alguns ingredientes para Suguru cozinhar, porque certamente não podíamos ir ao supermercado juntos. Assim como não podíamos sair para tomar café da manhã no aniversário dele. 

Porque não podíamos ser vistos juntos. 

Porque ele não tinha se assumido, e nós deveríamos nos odiar. 

Porque ele também era, tecnicamente, meu chefe. 

Não havia como explicar isso sem nos incriminar, sem nos expor. 

E estava tudo bem. 

Eu não tinha problema em manter nosso relacionamento discreto, porque era mais seguro assim, mais privado e pessoal, e eu meio que gostava disso.

Até que estávamos na minha cozinha, e ele se contorcia de nojo ao tocar no peixe cru e eu ria muito da situação... 

Então houve uma batida na minha porta. 

Ambos paramos e nos entreolhamos, em silêncio. Meu coração batia forte contra as costelas e o rosto lindo de Suguru se empalideceu. 

Merda.

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