O Impala derrapou na entrada do bunker, levantando poeira enquanto Dean parava bruscamente. O som dos pneus guinchando ecoou pelo pátio vazio. Dean desligou o motor e suspirou pesadamente, virando-se para olhar Castiel no banco de trás. O ex-anjo estava pálido, seus olhos azuis fixos em algum ponto distante, perdido em pensamentos.
Sam saiu do carro primeiro, apressado, e abriu a porta de trás para ajudar Castiel a sair. "Vamos, Cas. Estamos em casa agora," disse Sam com suavidade.
Castiel piscou, seus olhos voltando ao presente enquanto assentia lentamente. "Sim, casa," murmurou ele, tentando disfarçar o tremor em sua voz. Ele se levantou do carro, com a ajuda de Sam, e olhou ao redor, como se o mundo ao seu redor fosse ao mesmo tempo familiar e estranho.
Dean saiu do carro e fechou a porta com força. Ele caminhou até Castiel, colocando uma mão firme no ombro do amigo. "Você vai ficar bem, Cas. Vamos entrar e descansar um pouco."
Os três caminharam em direção ao bunker. O silêncio entre eles era pesado, carregado de incerteza e preocupação. Dean abriu a porta pesada e guiou Castiel para dentro, com Sam logo atrás.
Dentro do bunker, o ar estava frio e levemente úmido. A familiaridade do lugar não trazia conforto suficiente para dissipar a tensão. Dean ajudou Castiel a se sentar em uma das cadeiras da cozinha. Ele pegou um copo de água e o entregou ao ex-anjo, que aceitou com um aceno de cabeça agradecido.
"Obrigado, Dean," disse Castiel, sua voz baixa e rouca.
"Não precisa agradecer," respondeu Dean rapidamente, desviando o olhar. Ele se esforçava para manter a compostura, mas ver Castiel assim, tão humano e vulnerável, era doloroso. "Vamos descobrir uma maneira de reverter isso, Cas. Eu prometo."
Sam já estava mergulhado em livros antigos, seus olhos correndo pelas páginas em busca de alguma pista, alguma esperança. "Há muita coisa que ainda não sabemos sobre a graça angelical," disse ele, quase para si mesmo. "Mas vamos encontrar uma solução. Precisamos."
O silêncio voltou a se instalar, apenas quebrado pelo som suave das páginas sendo viradas. Castiel olhou para Dean, seus olhos cheios de uma vulnerabilidade que Dean raramente via.
"Dean," começou Castiel, sua voz trêmula. "Eu... eu não quero estar sozinho."
Dean sentiu um aperto no peito. Ele sabia que, mais do que qualquer coisa, Castiel estava assustado. "Você não está sozinho, Cas. Eu estou aqui. Sempre estarei."
Aquelas palavras pareceram acalmar Castiel um pouco, e ele assentiu, seus ombros relaxando um pouco. Dean se aproximou e se ajoelhou ao lado dele, segurando sua mão. "Vamos passar por isso juntos. Um dia de cada vez."
***
A primeira noite foi difícil. Castiel, agora frágil e vulnerável, estava exausto demais para ser deixado sozinho. Dean insistiu que ele dormisse em seu quarto, onde poderia ficar de olho no ex-anjo e garantir que ele estivesse seguro. Castiel, relutante a princípio, acabou aceitando, entendendo que precisava de ajuda.
O quarto de Dean era simples, com uma cama de casal, uma pequena mesa de cabeceira e algumas estantes com livros e armas. Dean tentou preparar um colchão no chão ao lado da cama, mas Castiel, enfraquecido e desorientado, insistiu para que ficasse com ele.
"Dean, por favor," disse Castiel, sua voz fraca e suplicante. "Não quero estar sozinho."
Dean hesitou por um momento, mas vendo a vulnerabilidade nos olhos de Castiel, ele cedeu. "Tudo bem, Cas. Vou ficar aqui com você."
Os dois se deitaram na cama, Castiel de um lado, claramente desconfortável, mas aliviado por não estar sozinho. Dean ficou do outro lado, mantendo uma distância respeitosa, mas pronto para ajudar a qualquer momento.
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𝑰 𝒅𝒐𝒏'𝒕 𝒘𝒂𝒏𝒕 𝒕𝒐 𝒃𝒆 𝒂𝒍𝒐𝒏𝒆 𝒂𝒏𝒚𝒎𝒐𝒓𝒆 || 𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒆𝒍
Hayran KurguApós uma caçada intensa, Castiel, Dean e Sam retornam ao bunker, mas algo está terrivelmente errado. Castiel, o anjo caído, perdeu sua graça e agora é apenas humano, vulnerável e desorientado. Enquanto Sam busca freneticamente uma maneira de restaur...